domingo, 5 de setembro de 2004

George "War" Bush [01.09.04]

A Convenção do Partido Republicano tem vindo a passar a imagem de George W. Bush como “Homem de Guerra”, de combatente implacável ao terrorismo. Este diletante esforço de fazer passar a mensagem que Bush está determinado no combate ao terrorismo, esbarra com a realidade internacional, mas isso pouca importa. Esbarra ainda com as crises sociais que se vive nos EUA, mas isso também pouco importa. Esbarra com o rompimento dos Acordos de Quioto, mas isso também pouco importa.
O esforço do aparelho republicano vai no sentido de transformar a fraqueza em força, em reverter a seu favor a ideia de que George W. Bush é um “Senhor da Guerra”, um autêntico George “War” Bush, transformando-o num cruzado da luta anti-terrorismo.
Para trás da cortina da Convenção Republicana, vai ficando o Afeganistão, onde a produção de droga aumenta calamitosamente desde o fim do regime Talibã. Vai ficando o aparecimento do terrorismo no Iraque após a ocupação.
Para trás da cortina da Convenção Republicana, vai ficando o Direito Internacional e os compromissos políticos e funcionais com a ONU.
A mensagem subliminar da “guerra preventiva” vai passando, com Nova Iorque a fazer de pano de fundo a um espectáculo encenado em torno de uma perigosa ideia revanchista do 11 de Setembro de 2001. Uma mensagem que, claramente, visa sustentar o futuro papel dos EUA na cena internacional.

j.marioteixeira@sapo.pt