Rumo à E-Domocracy [31.08.04]
Quem pensa que vive numa democracia, desiluda-se, e quanto mais depressa melhor. Porque viver numa democracia não é só ter direito a voto e liberdade de opinião. Mesmo nestes casos em Portugal estamos mal: porque se contorna o direito ao voto com base na estabilidade política, ou porque a liberdade de opinião ainda vai interferindo, aqui e além, na progressão da carreira, designadamente ao nível da função pública.
Não se pode viver em democracia numa sociedade de pendor corporativista, de procedimentos e culturas absentistas e de influências e de monopólios.
Para que não haja dúvidas, entenda-se que não se pode viver em democracia, quando:
1 – Não se aceita assumir os custos económicos dos direitos, liberdades e garantias estatuídos na Constituição, seja no campo da Justiça, da Saúde, ou do Ensino.
2 – Valores fundamentais como o Segredo de Justiça são usados como arma de arremesso por entre figuras públicas e meios de comunicação social.
3 – Os dinheiros públicos, são canalizados para obras feitas ao sabor dos ventos das campanhas eleitorais ou de quaisquer interesses partidários locais.
4 – Quem dirige um governo ou uma câmara, não foi quem celebrou um pacto com o povo.
5 – O peso fiscal recai maioritariamente sobre quem trabalha por conta doutrem em comparação a outras fontes de rendimento para além do trabalho, com maior gravidade face à quase impunidade fiscal da actividade bancária.
6 – O ensino continua desarticulado com o mercado de trabalho e se continua a licenciar candidatos ao desemprego.
7 – Iniciativas estrangeiras ou processos mediáticos marcam a agenda política das reformas ou das alterações legislativas.
8 – Adere-se à tese do mercado aberto, com concorrência desleal de países que desconhecem o que são os custos sociais da produção.
9 – Persistem monopólios como os da PT ou da EDP.
10 – Existem diferentes procedimentos dentro da mesma máquina administrativa, variando de repartição pública em repartição pública.
É óbvio que há mais razões para além destas 10, e isso é o que mais assusta.
Assuma-se de uma vez por todas que não se vive em democracia ou então tomemos a corrente que parece avolumar-se e abracemos algo que seja tipo E-Democracy, onde o cidadão estará a um simples “clique” da felicidade.
j.marioteixeira@sapo.pt
Não se pode viver em democracia numa sociedade de pendor corporativista, de procedimentos e culturas absentistas e de influências e de monopólios.
Para que não haja dúvidas, entenda-se que não se pode viver em democracia, quando:
1 – Não se aceita assumir os custos económicos dos direitos, liberdades e garantias estatuídos na Constituição, seja no campo da Justiça, da Saúde, ou do Ensino.
2 – Valores fundamentais como o Segredo de Justiça são usados como arma de arremesso por entre figuras públicas e meios de comunicação social.
3 – Os dinheiros públicos, são canalizados para obras feitas ao sabor dos ventos das campanhas eleitorais ou de quaisquer interesses partidários locais.
4 – Quem dirige um governo ou uma câmara, não foi quem celebrou um pacto com o povo.
5 – O peso fiscal recai maioritariamente sobre quem trabalha por conta doutrem em comparação a outras fontes de rendimento para além do trabalho, com maior gravidade face à quase impunidade fiscal da actividade bancária.
6 – O ensino continua desarticulado com o mercado de trabalho e se continua a licenciar candidatos ao desemprego.
7 – Iniciativas estrangeiras ou processos mediáticos marcam a agenda política das reformas ou das alterações legislativas.
8 – Adere-se à tese do mercado aberto, com concorrência desleal de países que desconhecem o que são os custos sociais da produção.
9 – Persistem monopólios como os da PT ou da EDP.
10 – Existem diferentes procedimentos dentro da mesma máquina administrativa, variando de repartição pública em repartição pública.
É óbvio que há mais razões para além destas 10, e isso é o que mais assusta.
Assuma-se de uma vez por todas que não se vive em democracia ou então tomemos a corrente que parece avolumar-se e abracemos algo que seja tipo E-Democracy, onde o cidadão estará a um simples “clique” da felicidade.
j.marioteixeira@sapo.pt
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