Fado
Em tão breve espaço de tempo, assistimos a mais uma crise política, segundo é classificado o actual momento pelos nossos meios de informação. Tudo está voltado para o que passa agora, tentando predefinir o que aí virá. Mas esta actual crise da nossa política governativa terá, ainda um custo maior a médio/longo prazo: branqueará o que de pior houve nos governos de António Guterres e embelezará o que de menos mau teve. O governo, pelo caminho que ora trilha, levará às saudades da governação socialista, não importa com que erros nem importa com que custos.
Trata-se de um processo evolutivo: primeiro a traição à palavra dada por Durão Barroso, depois a tomada de posse de um governo incompetente, inconsistente, mediático [pelo pior] e arrogante. Tudo somado, a memória colectiva começa a ser ocupada pelo que mais recente se passa, apagando-se o que outrora se passou [ainda que recente].
Os sinais preocupantes de hoje não são de hoje: o ensino, a justiça, a saúde, etc. Nem é de hoje que os tentáculos do Estado se espalham por dentro da comunicação social. Nem sequer é de hoje que dinheiros públicos e comunitários conhecem um funesto destino. O garrote que hoje nos asfixia começou a ser apertado há muito tempo atrás, nos primórdios das desgastantes e ilusórias alternâncias entre o P.S. e o P.S.D. Alternâncias a que nada dão verdadeiro destino, verdadeiro fim; que “reciclam” cargos, lugares, vagaturas; que constroem no que destruíram. Tudo isto ciclicamente. Tão ciclicamente que já não é alternância mas sim rotativismo.
Num futuro relativamente próximo, Portugal corre o grave risco de cometer os mesmos erros de outrora e de viver as mesmas desilusões de sempre. Por um lado porque não há alternativa a este rotativismo e por outro lado porque quer o P.S. quer o P.S.D. não comportam dentro de si a verdadeira mudança mas apenas, também eles mesmos, a rotação de lideranças.
Pelo meio, um CDS/PP de sobreviventes adaptados, um PCP em indefinida decadência e um Bloco de Esquerda que tenta capitalizar os extremismos.
Isto não é fado, não tem de ser fado, não tem de ser destino, mas existe e é triste tal como o fado.
j.marioteixeira@sapo.pt
Trata-se de um processo evolutivo: primeiro a traição à palavra dada por Durão Barroso, depois a tomada de posse de um governo incompetente, inconsistente, mediático [pelo pior] e arrogante. Tudo somado, a memória colectiva começa a ser ocupada pelo que mais recente se passa, apagando-se o que outrora se passou [ainda que recente].
Os sinais preocupantes de hoje não são de hoje: o ensino, a justiça, a saúde, etc. Nem é de hoje que os tentáculos do Estado se espalham por dentro da comunicação social. Nem sequer é de hoje que dinheiros públicos e comunitários conhecem um funesto destino. O garrote que hoje nos asfixia começou a ser apertado há muito tempo atrás, nos primórdios das desgastantes e ilusórias alternâncias entre o P.S. e o P.S.D. Alternâncias a que nada dão verdadeiro destino, verdadeiro fim; que “reciclam” cargos, lugares, vagaturas; que constroem no que destruíram. Tudo isto ciclicamente. Tão ciclicamente que já não é alternância mas sim rotativismo.
Num futuro relativamente próximo, Portugal corre o grave risco de cometer os mesmos erros de outrora e de viver as mesmas desilusões de sempre. Por um lado porque não há alternativa a este rotativismo e por outro lado porque quer o P.S. quer o P.S.D. não comportam dentro de si a verdadeira mudança mas apenas, também eles mesmos, a rotação de lideranças.
Pelo meio, um CDS/PP de sobreviventes adaptados, um PCP em indefinida decadência e um Bloco de Esquerda que tenta capitalizar os extremismos.
Isto não é fado, não tem de ser fado, não tem de ser destino, mas existe e é triste tal como o fado.
j.marioteixeira@sapo.pt
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