Porto Velho
Ontem foi um dia sem net, com largas horas passadas no trânsito da minha Invicta. Pelos vidros do carro, que teimavam em embaciar, contei dezenas de prédios velhos e degradados. Uns de portadas cerradas, janelas e portas fechadas a blocos de cimento ou tijolo. Outros com cortinas velhas e escurecidas, vasos pelas varandas e estendais de roupa de arames ferrugentos à janela. A maior parte deles estavam devolutos.
São como fantasmas da cidade, filhos da terra abandonados. Permanecem como memórias, decaindo, degradando. São os velhos da cidade, sem lugar nem para ir nem para ficar. Esperam por algo que aconteça que é, invariavelmente, o seu fim.
j.marioteixeira@sapo.pt
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