quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Fundamentalismo Europeu ou uma escolha difícil [I]

Ando indeciso acerca do rótulo a adoptar. Alguns “democratas” defensores do “sim” à ratificação do Tratado Constitucional Europeu, têm baptizado os bastardos defensores do “não” [que é o meu caso] com rótulos diversos: “nacionalistas”, “soberanistas”, “anti-europeísta”, etc.
Também ando a pensar acerca do argumento que os defensores do “não” [como eu] baseiam a sua postura “do contra” na questão do carácter supra-nacional do Direito Comunitário, ou seja no facto do Tratado Constitucional Europeu se sobrepor à Constituição de cada Estado-membro.
Por outro lado, PS e PSD defendem claramente o “sim”
Visto isto, é fácil duvidar se haverá qualquer vantagem real e honesta no Referendo, por duas razões básicas:
1 – A partir do momento em que aqueles “democratas” [tão críticos que são do “pensamento único”] rotulam quem pensa de modo diferente e estabelecem, per si, o fundamento do pensamento de quem se lhes opõem, a discussão passa, claramente, a estar viciada e a poluição a vedar o caminho à clarificação da sociedade daquilo que está em causa.
2 – A conjugação de esforços do Bloco Central em campanha a favor do “sim” faz antever a sua vitória bem como um perigo acrescido: o PS tenderá a disfarçar a falta de diferenças para com o PSD recorrendo à política interna, turvando o que deverá ser límpido.
Continuo indeciso, está difícil de escolher um rótulo.

j.marioteixeira@sapo.pt