Ver de cima [reeditado]
Recordo-me com um nostálgico sorriso do filme Clube dos poetas mortos, realizado por Peter Weir e com argumento de Tom Schulman. Para além da saudável irreverência da personagem John Keating (magistralmente interpretada pelo actor Robin Williams), para além do seu modo de encarar a vida e a escola como um só universo, para além do carpem diem, para além dos ícones, para além da irreverência, para além da fraqueza humana, para além das palavras, a fabulosa cena em que os alunos são convidados a ver o mundo de cima do tampo da secretária.
Ver o mundo de cima, de um ponto mais alto ao que nos encontramos. O deslumbre da perspectiva e a consciência do diminuto. Falta-nos ainda essa perspectiva da vida, das coisas, do que nos rodeia, do que nos condiciona: um nível acima. Uma falta de visão que continua a atrofiar o ensino, as gerações, os sentidos das nossas vidas e do país.
j.marioteixeira@sapo.pt
Adenda: porque cada dia é mais urgente ganhar altura perante tanta altivez.
[Texto originalmente editado em 05.09.04]
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