Ir às vozes
As declarações de Saldanha Sanches acerca de luvas exigidas por autarcas, quedam-se pela polémica passageira e inconsequente. Saldanha Sanches poderia ter defendido um controlo mais severo em termos de património declarado e usufruído pelos titulares de cargos políticos antes e depois do exercício dos respectivos mandatos. Não só abordaria a suspeita generalizada, que há, acerca do “enriquecimento sem causa” [eufemismo meu…] dos titulares de cargos políticos e públicos, como também se resguardaria de quaisquer contra-ataques em sede probatória.
Saldanha Sanches foi pelo pior caminho. Não é que não seja corrente desconfiar-se da fortuna alegadamente alcançada por políticos. Não é que não se fale, não se comente ou não se conte. Mas isso acontece em surdina, à conversa, indo às vozes. Todavia, afirmar publicamente que “o número de autarcas que exigem luvas para instalar empresas no seu concelho é assustador” obrigará a provar a afirmação em sede dos próprios números.
A ironia da verdade é que as coisas são faladas, há sinais, há desconfianças, há até mesmo factos. E também há boatos e má-língua. No meio de tudo isto resulta claro apenas uma só coisa: o perene sentimento de impunidade mercê da inoperância da Justiça. Talvez porque se esqueça que antes de ter sido instaurada a Democracia em Portugal, já as nossas instituições existiam. E os grémios também...
j.marioteixeira@sapo.pt
Saldanha Sanches foi pelo pior caminho. Não é que não seja corrente desconfiar-se da fortuna alegadamente alcançada por políticos. Não é que não se fale, não se comente ou não se conte. Mas isso acontece em surdina, à conversa, indo às vozes. Todavia, afirmar publicamente que “o número de autarcas que exigem luvas para instalar empresas no seu concelho é assustador” obrigará a provar a afirmação em sede dos próprios números.
A ironia da verdade é que as coisas são faladas, há sinais, há desconfianças, há até mesmo factos. E também há boatos e má-língua. No meio de tudo isto resulta claro apenas uma só coisa: o perene sentimento de impunidade mercê da inoperância da Justiça. Talvez porque se esqueça que antes de ter sido instaurada a Democracia em Portugal, já as nossas instituições existiam. E os grémios também...
j.marioteixeira@sapo.pt
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