quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

O pudor [II]

O que ontem não houve durante o velório de Lúcia.
As figuras do jet-set a entrarem sob escolta e nem uma única oportunidade dada aos populares para se despedirem do seu ídolo. Onde estão os Bispos críticos do aproveitamento político da morte de Lúcia? Parecia haver pressa, como se houvesse urgência em retirar o corpo ao mito, transformando-o em alma redentora e veneranda.
Não houve pudor algum, e a Igreja Católica parece agir com consciência pesada, querendo desembaraçar-se de um qualquer peso.
O povo, esse serve para adorar, venerar, e de preferência para contribuir. Nada mais. Ficou visto: as cerimónias fúnebres pareciam andar a um ritmo que não colidisse com os interesses de campanha. Foi um péssimo momento da Igreja Católica.