sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Um paradigma chamado Jerónimo

Quando o seu nome surgiu como provável substituto de Carlos Carvalhas, as reacções não se fizeram esperar, chegando mesmo ao cúmulo de se atentar para o facto de vir do operariado e não do sector intelectual do PCP. Criou-se depois a convicção que a sua eleição representava um maior radicalismo do PCP. Sem esquecer as imagens dos seus passos de dança à época em que foi candidato presidencial da CDU. E já eleito, começaram as apreciações de personalidade: irascível, instintivo, radical, ortodoxo, etc.
A verdade é que até agora ninguém ousa criticar o seu desempenho nas actuais eleições, bem pelo contrário: o silêncio que tem sido feito à volta do seu nome revela o desconforto pela prestação de Jerónimo de Sousa bem acima daquilo que era esperado [depressa fazendo "esquecer" Carlos Carvalhas]. Excepção feita a Pacheco Pereira, quer no Abrupto quer no Público, o que revela que é a Esquerda dita moderna que pelos vistos nem tido menor capacidade de lidar com o caso.
O exemplo do Secretário-geral é abrangente e revela não só as convenientes precipitações de avaliação numa sociedade em que a informação é avaliada ao segundo, tentando fazer análise em tempo real, como também ilustra o desconforto que o PCP ainda causa por teimar em sobreviver.