quarta-feira, 6 de abril de 2005

Estado e Religião

No Causa Nossa, Vital Moreira tem defendido, e muito bem, a saudável separação entre o Estado e a Religião.
Acontece que há muito que essa separação é cada vez mais ténue. Aliás, duvido que hoje em dia não haja inauguração promovida por qualquer autarquia que não conte com água benta. Dantes eram só os cemitérios e as capelas mortuárias, estendendo-se depois aos quartéis de bombeiros. Hoje vão mais além, salpicando bibliotecas e pontes. Tornou-se um fenómeno revivalista que, aos poucos, lá vem vindo.
Acredito que deve ser cada vez mais difícil exercer o legítimo direito ao ateísmo. Nem sequer há onde se possa velar um corpo sem a presença de sinais religiosos.
Num país que se defende tanto que os outros não têm o direito de incomodar com o seu fumo as narinas dos outros, é interessante ver como se convive com este espírito de “imposição democrática”.

j.marioteixeira@sapo.pt