quinta-feira, 16 de junho de 2005

Em que sentido?

Primeiro foi Freitas do Amaral, a título pessoal, depois Mário soares, depois o PS, por fim parece que a ideia começou já chegar ao PSD e ao CDS, rumando também para S. Bento: acerca do referendo da Constituição Europeia, talvez não fosse mal parar para reflectir.
A questão é saber o que entendem tais ilustres como "pausa para reflectir". Mais concretamente: qual a reflexão que é necessária fazer?
Se for reflectir sobre a Europa, deixando de lado soberbas e arrogâncias, para que se compreenda o que esteve mal em todo este processo, quais os caminhos alternativos e que Europa é esta que os 25 povos querem construir, a "pausa" é de aplaudir.
Se o termo reflectir é um eufemismo para "estratégia" com vista à construção de uma nova manobra que visa dar o mesmo rumo à Europa que visava a Constituição Europeia, então o desacordo é total.
Um pouco mais de clareza de intenções é exigível a quem governa e à classe política em geral. Certamente que obriga a compromissos e a coerências, mas é já tempo de quem tem estatuto de líder assumir opções com a correspondente coragem.
Numa palavra: definam-se.