quarta-feira, 15 de junho de 2005

Saudades

Recordo com alguma nostalgia os antigos parquímetros, individuais, em que se rodava um manípulo e um ponteiro indicava o tempo que tinhamos para tratar da nossa vida.
Hoje, temos uns tantos matacões espalhados pelas ruas das cidades, como que a dominar os seus caciques que não são mais do que áreas de estacionamento [ruas, praças, etc]. Temos de sair do carro, fechar a porta, ir até à máquina, introduzir as moedas, retirar um reles talão em papel térmico [que vale como comprovativo da despesa paga mas cujas resistência e durabilidade não cumprem as exigências da nossa lei fiscal] com o tempo creditado, voltar a abrir a porta do carro, introduzir o reles talão sobre o tablier do carro, voltar a fechar a porta e ir à vida. Se isto já é chato, imagine-se nos dias de chuva.
Saudades daquele correr de parquímetros, ordenadamente alinhados junto à guia do passeio, logo ali ao lado do nosso carro, como se de esteios se tratassem.
Saudades do conforto que propocionavam, de pagar e logo seguir caminho.
São estas pequenas coisas, pequenas fontes de saudade, que nos indicam as prioridades dos tempos de hoje: primeiro a rentabilidade, depois as pessoas.