quinta-feira, 21 de julho de 2005

Assim parece

A 7 de Março de 2005 escrevi isto:
"O elevado número de independentes irá exigir de José Sócrates um enorme investimento em apoio político aos ministros independentes. Relevo especial para o Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, que irá carecer de todo o apoio de José Sócrates para ultrapassar resistências políticas e partidárias para levar a cabo a sua espinhosa missão".
E isto:
"Este não é um Governo do PS, é marcadamente um Governo de José Sócrates. Há que reconhecer coragem em assumir o risco de um Governo que depende tanto de si, quer em termos políticos quer em termos partidários. Essencialmente em termos partidários.
Cuide-se, por isso, que José Sócrates dificilmente poderá ficar imune ao desempenho de certos ministros, com relevo para as pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. Terá de estar em toda a linha com os titulares daquelas pastas, em constante acompanhamento e solidariedade. Será, por isso, alvo de um maior ataque de exigências de assunção de responsabilidades. Estratégia que nenhum partido da Oposição, à Esquerda e à Direita, irá abdicar.
Esta é a estratégia de José Sócrates e, por isso, o seu maior risco
".
Poderá ser mera especulação, mas notoriamente a falta de peso partidário de Campos e Cunha levou à saída deste. O exercício do cargo de Ministro das Finanças obriga a comprar muitas adversidades com os seus pares no Governo, fechando a torneira às pretensões de despesa. Só com forte apoio do Primeiro Ministro e com um peso considerável dentro do partido político que sustenta o Governo é que tal exercício é possível.