terça-feira, 12 de julho de 2005

Com papas e bolos

Por trás das opções deste Governo em aumentar à idade da reforma dos funcionários públicos, tem vindo a correr uma lógica demagógica com que se tem iludido muita gente.
Poucos daqueles que pertencem ao regime geral, que vociferam pelo aumentam da idade da reforma por banda dos funcionários públicos, perceberam ainda que estão a ser eles mesmos vítimas de tal lógica: não deveriam ser os funcionários públicos a descerem do ponto em que se encontram "os outros" mas antes os do regime geral subirem para onde se encontravam os funcionários públicos.
Em bom rigor, ninguém está a pugnar para que fique melhor, mas antes que se arraste os outros para o mal em que se encontra. As derradeiras lutas sociais dos últimos 15 a 20 anos não vão no sentido da conquista de direitos e de reforço do Estado Social mas antes na tentativa desesperada de não perder aqueles que eram outrora entendidos como direitos sociais fundamentais e estruturantes do Estado Social.
Uma coisa é certa: quem fica satisfeito com que os outros desçam até si ao invés de tentar de subir para junto deles, garante, a quem interessa, uma cegueira bem rentável.