quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Cambiante

Um cigarro
Sentes frio
Em todo o corpo,
Tremes de medo
E por fim suspiras.

Acendes mais um cigarro
E perdes-te nas palavras.

Vês no fumo
Rostos distorcidos,
Almas envolventes
Te observam.

Por minutos
Só tu existes.

Vais fumando
E nada surge,
Sempre os mesmos quadros
E paredes.

Não há calor,
Só frio e pena.

Sem querer
Queimas o filtro,
E logo apagas
Esse cigarro.

Conservas na boca
O sabor do passado.


j.marioteixeira@sapo.pt

NOTA: o autor deste blogue pede desculpa a todos aqueles que, eventualmente, estariam à espera de um texto ou de palavras de diferente sentido. Desta vez, deu-lhe para a poesia, num busca pelos seus arquivos de palavras escritas outrora.