sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Corporative crónica [1]

Se dúvidas houvessem, o último debate televisivo à volta da Justiça, demonstrou que as magistraturas e os funcionários judiciais pseudo-representados pelas respectivas estruturas sindicais têm apenas um fito corporativista nas suas acções, que se manifestam em práticas concertadas.
O que leva os senhores magistrados [judiciais e do Ministério Público] a convocar greves, são interesses de carreira e de estatuto socioprofissional, privilégios.
Não os move as preocupações com a morosidade da Justiça, com o custo disparatado da mesma, a crescente falta de crédito dos tribunais, a nuvem de desconfiança que paira sobre a independência do poder judicial face ao poder político. Não é isso que aflige os sindicatos das magistraturas [ou associações sindicais, como gostam tanto de vincar, quando sabem que face ao Direito as estruturas sindicais valem o mesmo não importa o rótulo].
O que os aflige é a perda de regalias.

j.marioteixeira@sapo.pt