quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Erros de casting e o caso que não existe

Há dois erros crassos de opção que o PS deverá acautelar para o futuro: as opções para Lisboa e para Sintra.
Na capital, a escolha de Manuel Carrilho adivinhava-se desastrosa. Quem tivesse dúvidas, bastaria recordar como foi o exercício do seu mandato de Ministro da Cultura e, acima de tudo, o que se passou após a sua saída do Executivo de António Guterres.
A escolha de Manuel Carrilho visou impedir um entendimento à Esquerda, para a criação de uma frente comum que protagonizasse uma candidatura única. Mas o predomínio centrista da actual direcção de José Sócrates não permitiu semelhante.
Depois houve Sintra, com a vitória por mérito próprio de Fernando Seara face a um candidato que ia notoriamente em busca da desforra. João Soares é, em termos autárquicos, um derrotado: antes Lisboa e agora Sintra. Também aqui a escolha foi um erro de casting.
Por fim, assistimos a um caso que na verdade não existe: Marques Mendes e José Sócrates convergem na ideia que os resultados autárquicos não podem por em causa a estabilidade governativa. Ora, um Governo com maioria absoluta mal iria se caísse por resultados autárquicos menos bons. Trata-se de um assunto que não o é, de um caso que não existe, que apenas serve de isco a perguntas especulativas dos jornalistas. E para nos fazerem de papalvos.
j.marioteixeira@sapo.pt