sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Entre a pachorra e a dúvida

Mário Soares insiste na ridícula atitude paternalista de nos dizer qual deve ser o perfil de um candidato a Presidente da República, como se deve comportar, como deve pautar a sua campanha, como se deve expressar. Está a tornar-se cansativa esta sua obsessão pessoal com Cavaco Silva, mostrando que haverá algo no passado que ficou por resolver entre aqueles dois.
O melhor de tudo foi ouvir Soares a chamar Cavaco Silva de “Esfinge”, num tom marcadamente depreciativo, acusando-o assim de se estar a afastar do debate em torno das presidenciais. O que se revela de uma completa falta de sentido de oportunidade e de uma já habitual esclerose intelectual: nem Mário Soares tem apresentado questões de fundo além de constantes críticas pessoais a Cavaco Silva – o que só lhe dá publicidade -, como ainda para mais usou a alcunha pela qual o seu grande amigo Miterrand [ou Mitran] era conhecido nos meios políticos e culturais Parisienses: “Esfinge”.
Até que nível inferior chegará a campanha de Mário Soares, até onde estará disposto a ir, só o próprio saberá. O maior inconveniente é que teremos de assistir, ficando sempre a dúvida: o que haverá de tão pessoal para Mário Soares?

j.marioteixeira@sapo.pt