quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Moralidades

Com a alteração das regras de aposentação na função pública, outra coisa não seria de esperar que houvesse um largo fluxo de processos para a reforma. A maior parte deles quadros superiores.
De que se estava à espera? Que aqueles que outrora entraram para a função pública mediante um determinado conjunto de pressupostos ficassem de braços cruzados perante a alteração dos mesmos?
A verdade é que fizeram aquilo que qualquer cidadão faria: salvaguardaram-se.
O mais interessante é que o Governo ao mesmo tempo que fala em moralização do sector público querendo-o aproximar do regime geral, tem argumentado que a atribuição de salários altos [bem acima do salário do próprio Presidente da República] e outras regalias são argumentos necessários para convencer quadros técnicos a deixarem a privada para irem para o sector público. Sendo assim, como será que o Governo tenciona, no futuro, convencer quadros superiores em geral ou estará a contar com o desespero do desemprego?

j.marioteixeira@sapo.pt