terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Trezentos e sessenta graus

Basta olhar à volta e já se vê que, na blogoesfera, não faltam opiniões acerca do debate de ontem. Valerá, então, a pena fazer alguma análise, face a tanta opinião quer generalizada quer qualificada? Julgo que não. Está tudo por aí, é só escolher: aderindo, seleccionando ou repudiando.
Neste momento pouco se poderá extrair de novo dos debates, porque os mesmos acontecem com base em cuidados nos pormenores, nos pesos das palavras. Há muito estudo prévio e treino.
As verdadeiras razões de escolha, de análise, estão cada vez mais no passado, e os argumentos são cada vez mais colaterais. De resto pouco ou nada se pode tirar de proveitoso. É normal que assim seja quando estamos perante personalidades com pretérito [perfeito e imperfeito]. E por muito que queiram evitar, deverão prestar contas do que está para trás, do que fizeram e do que disseram. Porque é essa a lógica do julgamento político, ao qual há quem goste de se furtar, invocando o futuro.
Olhar apenas para o actual momento, com os olhos apenas voltados para a frente omite a importância das razões pelas quais chegamos até aqui [ou pior: até este ponto]. Por muito que custe, sejamos capazes de olhar em volta.

j.marioteixeira@sapo.pt