quarta-feira, 5 de abril de 2006

O Processo PJ

O modo e os fundamentos da demissão do Director Geral da PJ, que o Governo tenta esconder atrás da desgastada fórmula da “quebra de confiança institucional”, auspicia o pior.
O que está em causa é a crítica fundada e a oposição justa a uma tentativa clara deste Executivo em “governamentalizar” a informação de segurança. Afastar a PJ da Interpol é por o serviço de informação criminal ao serviço do Governo que já conta com o SIS.
Como se não bastasse, foi notório o desconforto sentido por Alberto Costa quando num primeiro momento recuou, para agora avançar. É uma vez mais uma força policial a fazer tremer o seu mandato. Como acontecera antes enquanto ministro de Guterres, quando bateu a porta porque não aguentava a pressão das forças policiais. Um desconforto agravado quando começa a ser latente que o Ministro da Justiça cedeu ao Ministro da Administração Interna, o que politicamente só pode ter uma leitura: a hierarquia partidária dita a lógica dos poderes ministeriais e das suas políticas. É evidente que a vontade de António Costa prevaleceu. O que em nada abona a favor da solução preconizada por este Governo quanto à recolha e processamento da informação criminal oriunda, por exemplo, da Interpol.