Quando as vozes de burro chegam ao céu
Ao remexer na Lei do Apoio Judiciário, o Ministro da Justiça em exercício, Alberto Costa, em sede de nomeação de Advogados como Patronos Oficiosos, anunciou querer instituir o seguinte preceito:
"A selecção dos profissionais forenses compete a uma comissão composta por cinco elementos, um indicado pela Ordem dos Advogados, um nomeado pela Câmara dos Solicitadores, dois indicados pelo Ministério da Justiça, um dos quais preside, e um jurista de reconhecido mérito escolhido pelos restantes membros".
"A selecção dos profissionais forenses compete a uma comissão composta por cinco elementos, um indicado pela Ordem dos Advogados, um nomeado pela Câmara dos Solicitadores, dois indicados pelo Ministério da Justiça, um dos quais preside, e um jurista de reconhecido mérito escolhido pelos restantes membros".
O Governo quer ainda controlar o exercício por parte dos Advogados nomeados oficiosamente, fiscalizando-o. Em compensação será assegurado o pagamentio atempados dos honorários.
Ou seja: o Governo quer por a pata sobre o exercício de uma profissão livre, independente, verdadeiramente liberar, dando em troco a garantia de pagar a horas.
Pela lógica, e já em sede de alargamento desta pseudo-cruzada de moralização, sugeria que fosse também criada uma Comissão que acompanhasse os Deputados parlamentares para se saber se, por exemplo, falsificam assinaturas de presença.
Ou acompanhar os médicos nos hospitais para saber se eles lavam ou não as mãos, para evitar que se espalhem ainda mais infecções, e já agora, se não abusam na requisição de exames porque a hora é de poupar.
Não fosse a gravidade da perversa lógica com que esta gente legisla, e o assunto daria para rir como se de uma burlesca pantomina se tratasse.
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