segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Seringas nas prisões?

Considero positivo que se assuma que existe tráfico de drogas nas prisões. O que já não considero positivo é que a troca de seringas nas cadeias apareça como principal arma de combate aos riscos da partilha.
O mal está na origem das coisas: não é admissível tráfico de droga nas cadeias. Ponto final.
Aceitar a troca de seringas é, no fundo, pactuar com o tráfico, querendo fazer diminuir riscos sem curar de eliminar causas.
Qua sociedade é esta que manda para uma cadeia alguém que pratica um crime (furto, por exemplo), e depois aceita que nessa mesma cadeia existe a prática de um crime (tráfico de estupefacientes) que tem das mais severas molduras penais? Como pode o Estado pactuar com isto?
A questão não é fazer vista grossa como tem vindo a fazer até agora. Mas, sim, decidir-se a enfrentar o problema com trabalho de fundo: investigar e punir exemplarmente os responsáveis pelo tráfico nas cadeias, com especial censura sobre guardas prisionais e afins, e acompanhar e reabilitar os toxicodependentes.
Obviamente que dá mais trabalho e mexe com interesses “instalados”.
j.marioteixeira@sapo.pt