sexta-feira, 6 de julho de 2007

Lembrete

Um som atravessou a rua e as paredes, e suou a lembrete. Era um som familiar, uma melodia conhecida. Ou fazia lembrar uma melodia conhecida. Mas parecia fora de tempo, cronologicamente falando. Um som do passado, num género de reminiscência.
O som repete-se, sem ordem certa. Melhor, o conjunto de sons. Não se trata de um som só, mas um conjunto de sons que se sucedem rapidamente e terminam num tom mais prolongado. É predominantemente agudo. E a espaços cala-se. E depois retoma, repete-se.
A curiosidade traz-me à rua, e a constatação dá razão à desconfiança que a memória sorrateiramente elaborou: um amolador de facas vagueia pela rua.
j.marioteixeira@gmail.com