segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Freeport, relatório da OCDE e companhia (actualizado)

José Sócrates até agora tinha transmitido a imagem de determinação. Agora parece mais inclinado para a de desorientação: o pior que podia ter feito era querer passar um relatório encomendado pelo governo, por um relatório da OCDE, em pleno momento que a sua integridade moral tem vindo a ser especulada.
Depois, acresce o clásssico tique da cabala que a classe política tanto gosta. O que no caso Freeport poderia ter tido alguma lógica em 2005 mas já não agora, a não ser que o Reino Unido queira retirar José Sócarates do poder, urdindo uma carta regatória maquiavélica e conspirativa.
Como se não bastasse, temos a Procuradoria Geral da República a pronunciar-se constantemente sobre o caso, sempre com o intuito assumido de defender o Primeiro-ministro. Chegou-se mesmo ao ponto de dizer que não há suspeitos, apesar de haver buscas e apreensões. Imagine-se se houvesse suspeitos, o que não se teria feito já... Possivelmente já se teria feito o trabalho que era devido e em tempo útil, coisa rara quer no nosso sistema de investigação criminal quer na nossa Justiça.
Entretanto o discurso de ajuda às empresas não bate certo com os calotes que o Estdo mantém com fornecedores e prestadores de serviço, nem com o facto de manter os actuais pagamentos por conta ou com a exigência às empresas de entregarem o IVA que estas ainda não cobraram.
A ajuda á banca, não bate certo com a falta de liquidez na praça, e com o facto das PME continuarem a verem o acesso ao crédito difícil, moroso e caro.
O desacerto tem sido enorme, e custa a encontrar um rumo. O pior é que quando digo isto, refiro-me à governação do país, e não à pessoa do Primeiro-ministro.
Adenda: a carta rogatória enviada pelo Reino Unido, pode ser consultada aqui.