segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Clonagem terapêutica: a ilegítima opção portuguesa [II]

Continuando o que escrevi aqui, atente-se que em Janeiro de 2005, será publicamente formalizada a Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapias Celulares. A organização congrega investigadores de todo o país além daqueles que se encontram a trabalhar fora de Portugal.
Todavia, aquilo que poderia ser um projecto inovador e de arrojo na área da investigação científica está desde já limitado pela adesão de Portugal à Declaração da Costa Rica que defende a proibição de clonagem de células estaminais. Uma Declaração, recorde-se, que se opõe à Declaração da Bélgica pela defesa daquele tipo de clonagem.
Portugal além de se isolar no âmbito da comunidade científica europeia, cometeu a autêntica atrocidade de aderir a uma Declaração sem qualquer consulta prévia, o que tem merecido o lamento e a reprovação por investigadores universitários bem como por parte do CNECV
[Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida].
Assim vai a aposta e o respeito do poder político pela investigação científica em Portugal. Sendo interessante como o assunto tem passado ao lado das “grandes notícias”, perdendo claramente na concorrência mediática face à morte de Yasser Arafate ou do “congresso” do PSD [perdão, PPD/PSD].

j.marioteixeira@sapo.pt