quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Pérolas do quotidiano
Lá ia eu sentado no comboio.
Junto a mim, dois idosos aproximaram-se da porta de saída, ao mesmo tempo que a carruagem ia perdendo velocidade:
- Aquilo do Berto foi uma bergonha... Ele farou-se de meter a mão ao prato -disse um deles.
- O Berto? O Berto foi uma bítima... - retorquiu o outro.
- O Berto? Ele só fez patifaria...
- Olha que o Berto foi uma bítima...
- Ó pá, ele só fez desarranjos... Deu cabo de tudo.
- Ele foi uma bítima...
Ambos saíram. E lá fiquei eu, sem saber quem é o Berto e o que leva aqueles dois a terem uma ideia tão diferente acerca dele.
Entre o patife e a bítima, a verdade deve andar algures no meio. Digo eu que não o conheço. Mas pelos vistos um daqueles dois, ou mesmo ambos, também não...
JMT
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Coisas que se aprendem
Do que vou vendo nas livrarias, nesta minha recente aventura pelo mundo editorial, apercebo-me que há coisas que vendem mais que os conteúdos.
Uma delas é pôr uma espécie de brinde no livro, não importa que se trate de um qualquer penduricalho. Desde que seja brinde, ou tal pareça, o pessoal curte.
Outra, é que se calhar deveria ter escrito a história na óptica do "Não há Justiça sem Vampiros": está na moda e não longe da realidade...
JMT
Depende
Muito antes de Einstein ter chegado á conclusão "E=mc2", já o povo português tinha solidificado essa lusa tradição de se relativizar as convictas afirmações do interlocutor.
Daí o enraizar na nossa habitual linguística do termo "depende". Isto porque o português, na sua secular experiência de quem anda aqui há muito e já muito viu e descobriu, aprendeu a não dar tudo como certo, antes como relativo. E por isso lá vem o "depende".
Para dar um exemplo prático, que suscitou este mesmo texto de hoje: sempre que alguém me diz que o meu carro anda pouco, que é uma espécie de traineira com motor de caiaque, eu sempre contraponho que atinge, na boa, os 120 km/hora que é velocidade máxima por terras lusitanas.
Claro que logo vem o argumento em forma de pergunta: "E isso é alguma coisa??"
Ora é aqui que entra a secular relatividade lusitana através do "depende". E contraponho: depende, por exemplo, se estiveres a 10 metros de embater numa parede de betão. Se for o caso, acredita que é uma velocidade alucinante!
JMT
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Nível zero
Uma coisa a "Operação Face Oculta" já conseguiu demonstrar, é que até no fenómeno da corrupção, a política portuguesa chegou ao mais baixo nível: o da sucata.
JMT
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
A ignorância é contagiosa
Ontem, ia eu todo contente pelo passeio fora... Isto é: todo contente não é bem assim, porque chovia, estava vento e eu detesto o Outono. Mas enfim, vamos partir do pressuposto que eu ia todo contente... A dada altura, na espera do verde para os peões, ouvi ao meu lado duas septuagenárias (termo na moda, que é mais rebuscado do que "idosas" e bem mais civilizado do que "velhas"):
- Tu não sabes o que aconteceu à Odete?
- Não. O que foi?!
- Não sei...
E quedaram-se em silêncio até que, como eu, seguiram caminho.
E assim se juntaram três ignorantes - eu e as septuagenárias - com a agravante que eu nem sei quem é a Odete!
JMT
- Tu não sabes o que aconteceu à Odete?
- Não. O que foi?!
- Não sei...
E quedaram-se em silêncio até que, como eu, seguiram caminho.
E assim se juntaram três ignorantes - eu e as septuagenárias - com a agravante que eu nem sei quem é a Odete!
JMT
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Ganha um livro "Não há Justiça sem Anões!!"
Para quem quiser habilitar-se a um dos 3 exemplares de "Não há Justiça sem Anões!!", é favor dirigir-se ao Rascunho.