terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"Fashion"!

Sim, usei um estrangeirismo para título deste texto. Por vezes dá-me para isso...
Hoje fiquei radiante com o facto de, finalmente, se cuidar de algo de fundamental importância para o funcionamento da Justiça em Portugal:

(...) manda o Governo, pelo Ministro da Justiça, que seja aprovado o modelo de colar, constante do anexo a esta portaria, que dela faz parte integrante e nela descrito, para uso, em ocasiões solenes, do Procurador -Geral da República, do Vice -Procurador -Geral da República e dos procuradores -gerais -adjuntos (...)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Chulice

Enquanto os lucros encheram bolsos, não se admitia intervenção do Estado. Agora que o dinheiro milagrosamente desapareceu do mercado financeiro - dando-se-lhe a eufémica designação de "falta de liquidez" - o Estado intervem, financiando ou garantindo.
Aos empresários por exemplo da construção civil (que interferem profundamente com a economia portuguesa) cumpridores que investem nas suas empresas avalizando financiamentos bancários (que assim arriscam tudo o que têm para que a empresa subsista), o Estado não empresta dinheiro nem avaliza os seus empréstimos. Mas à banca, donde desapareceram milhões (sabe-se lá para onde), a essa sim, pois que é necessário repôr no mercado aquilo que, curiosamente, a própria banca fez desparecer: dinheiro.
Como está patente que a tal liquidez que o Estado disse que queria garantir no mercado não está a chegar às empresas, só se pode concluir duas coisas:
1 - os apoios dados pelo Estado com o dinheiro dos contribuintes tem servido para tapar os buracos deixados em aberto pelo desvio de milhões para contas algures no triângulo das Bermudas;
2 - não foi exigido no plano de apoio financeiro estabelecido à banca, qualquer tipo de garantia de liquidez a curto prazo nos apoios às empresas, nem sequer um mínimo de objectivos estratégicos de financiamento às actividades económicas.
Daí que não me envergonha nada designar esta vassalagem do Governo à banca à custa do nosso dinheiro (arrecadado a torto e a direito com a desculpa do combate ao défice, que já foi metido na gaveta ao lado do socialismo de Mário Soares) como uma mera e pura chulice!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Volta meia volta...

... Portugal fica indignado com as coisas que se passam na Assembleia da República. Não tanto pelo que lá se faz mas mais pelo que lá não se faz.
Nos últimos 25 anos, não deve haver legislatura que não tenha tido o seu episódio de admiração pelo facto de haver deputados que não estão onde deveriam estar. E logo vem a estatística e os estudos demonstrar aquilo que já toda a gente sabe: o parlamento tem-se degradado aos olhos do povo. Olhem que grande novidade!

Basta juntar água

Enquanto os olhos estão postos na luta sindical dos professores, nos percursos de Dias Loureiro, nas indulgências ao BPP, no clássico Casa Pia, e na recessão que não vinha mas agora já vem, o país continua a abrir mão de uma das mais importantes ferramentas que asseguram uma soberania: o conhecimento.
Vivemos uma espécie de sublimação da criança, que se firmou num propósito de securitismo absurdo e perigoso: a criança tem direitos mas deixou de ter obrigações. A criança tem o direito de aprender mas não tem o dever de estudar.
Hoje, por força de uma irónica lógica de "novas oportunidades" faz-se os estudos de liceu com base na escola da vida, porque, afinal, português, matemática e filosofia não serão tão importantes quanto isso. E vai-se para a faculdade sem se ler Eça ou Kant.
Dá-se computadores às criancinhas, que um dia serão mestres em teclas e inábeis com uma esferográfica. E enquanto isso, há alunos no superior que esperam vez para poderem usar o computador da faculdade para os seus trabalhos e investigações.
O esforço, a dedicação e o brio perderam os seus lugares na lista de valores da sociedade. O sucesso e os resultados saltaram para o topo. Não importa já tanto como se chega e em que condições se chega, o importante mesmo é chegar.
Hoje, ter estudos e ter conhecimentos começam a ser coisas distintas.
Eu sou contra a política educacional vigente. Sou contra o estilo e rumo da Ministra. Mas não pelas propaladas razões que fundamentam marchas de protesto e vigílias. Estas apenas são manifestações socio-profissionais. Como, olhando para trás, cada vez mais vejo o 25 de Abril de 1974 não como uma verdadeira revolução política e social, mas antes como uma revolução sindical de militares descontentes com o rumo das comissões no ultramar, que deu jeito para mudar algumas das muitas coisas que estavam realmente mal.

Perspectivas [registos da neve]



A caminho de Castro Laboreiro (Melgaço).

Cerca de um mês depois...

.. este blogue volta ao activo!