sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Perdas de tempo
Criticar a Igreja por repudiar a homossexualidade, é como criticar os comunistas por não aceitarem o mercado livre.
No entanto, há ainda quem perca tempo com ambas as coisas...
A propósito da greve dos enfermeiros
Como sempre, os números dos sindicatos e dos ministérios variam imenso em sede de adesão às greves.
Isto só demonstra que a matemática é muito mais discutível e muito menos objectiva do que se pensa. E talvez isso explique que tal disciplina continue a ser o "calcanhar de Aquilies" do nosso ensino.
A culpa não é da canalha, é mesmo da matemática que é infiel!
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Uma versão um pouco diferente
A medida anunciada por José Sócrates, de reduzir deduções a quem declara, por exemplo, um salário como o dele, parece-me estar longe de ser uma medida "Robin Hood".
Isto porque se considerarmos que grande parte dos amigos do Sherife de Notthingam são aqueles que vivem principescamente com mais-valias das acções e se for preciso até declaram o salário mínimo (como outrora foi o caso de Manuel Damásio, então presidente do SLB, lembram-se?), o Robin Hood só vai tramar quem declara rendimentos laborais.
Isto de tirar ao ricos para dar aos pobres pode ser perigoso. Até mesmo porque se corre o risco de tornar os ricos pobres, e os pobres ricos, e vai ter de começar tudo de novo...
Começou...
o "Grande Festival de Cabalas 2009"!
Este ano decorrem três actos eleitorais (europeias, autárquicas e legislativas), uma época propícia à troca de mimos e ajustes de contas.
O caso "Freeport" (cuja pronúncia na comunicação social conhece o seu expoente de perfeição na voz de Mário Crespo) foi como que os foguetes a anunciar a festa. Tendo havido uma espécie de tubo de ensaio com a comissão parlamentar ao caso BPN que se visava atingir o PSD e Cavaco Silva via Dias Loureiro, parece estar a mudar de marcha contra Vítor Constâncio.
Acontece que ainda vão chegar novidades do "caso Portucale" (aquela coisa do abate de sobreiros...), da compra dos submarinos no tempo de Paulo Portas, e de outros processos cheios de tentadoras fugas de informação. Isto para não falar da sentença do "caso Casa Pia".
De fora, ficarão o PCP e o BE, que é o preço que pagam pelo facto de não fazerem parte da elite governativa.
A imprensa vai ter muito material com que trabalhar. Talvez por isso não se justifique, tanto assim, apoios financeiros à comunicação social por quebra nas receitas da publicidade: as tiragens e as audiências vão estar garantidas.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
O jargão (2)
A propósito da iníciativa de Sócrates de avançar com a questão do casamento entre homossexuais, gostaria de recordar esta notícia da TVI, em plena campanha das legislativas de 2005:
"José Sócrates diz que se o Partido Socialista chegar ao Governo, não vai propor o casamento entre homossexuais. «Nós não propomos o casamento entre homossexuais, nós não propomos a adopção de crianças de crianças por casais homossexuais», referiu o candidato socialista. Quanto à questão do aborto, José Sócrates diz que pretende fazer um novo referendo e «modernizar a lei». "
"O secretário-geral do PS responde a Santana Lopes, que sábado desafiou os adversários políticos a tomar posição sobre este tema. Sócrates diz que se o primeiro-ministro tivesse lido com atenção o programa eleitoral socialista, não teria sequer colocado estas questões."
"Num comício em Torres Vedras, o líder socialista acusou Santana de estar a fazer a «campanha do queixume», e aconselha-o de a centrar-se nos verdadeiros problemas do país. Sócrates conclui o comício apelando, mais uma vez, ao voto, e alega que Portugal só terá estabilidade, se o PS vencer as eleições com maioria absoluta."
(in TVI)
Passados 4 anos, parece ser Sócrates que para afastar-se dos "verdadeiros problema do país", prefere aproveitar questões polémicas para desviar as atenções.
De qualquer modo, a preocupação nas discussões de questões civilizacionais não são os pressupostos da sociedade, da civilização, mas sim a "dignidade individual" ou a "dignidade das minorias".
O jargão (1)
Colocar a questão do casamento homossexual em sede constitucional é um erro.
A questão, parece-me antes, civilizacional: reporta-se ao modo como se construíram as sociedades civilizadas (grupo social assente na organização basilar que é a família) e que sustentaram toda a evolução da espécie humana.
A família constituída pela união entre pessoas de sexo diferente e respectiva prole, criaram os fundamentos de qualquer uma das sociedades civilizadas contemporâneas. Negar isso é querer fazer um radical corte com o passado, de consequências imprevisíveis.
Quem é homossexual tem todo o direito de o ser, e pode ter relações com quem quiser, e viver com quem quiser. Outra coisa é querer adulterar-se (e assumo a escolha do vocábulo "adulterar-se" pelo seu conteúdo e significado) o conceito de família em que assentou a evolução e construção da sociedade civilizada.
Ou existe vontade e discernimento, para se discutir que rumo civilizacional queremos dar à nossa espécie, ou vamos andar a brincar com jargões num perigoso "diálogo" estéril.
Uma questão de sintonia
O Ministro Santos Silva, cuja capacidade conflituosa ainda o vai obrigar a andar com uma placa ao peito com os dizeres "Não irritar!", afirmou agora que ao contrário dos casamentos entre homossexuais, a eutanásia é uma questão que ainda não está suficientemente amadurecida na sociedade portuguesa, que carece ainda de muito debata para se avançar como o PS quer avançar no casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Realmente, olhando para o nosso povo - que tantas vezes repete a frase "mais valia Deus levá-lo(a)" quando se refere a alguém que está num sofrimento sem remédio -, chocará muito mais dar um fim digno a quem sofre ou já não recupera a autonomia funcional do seu corpo, do que ver dois homens, ou duas mulheres, unidos pelo matrimónio.
Isto, sim, é um político em sintonia com o povo!
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Sortes
"Paleontólogo britânico descobre 48 espécies pré-históricas"
"Um paleontólogo britânico descobriu 48 novas espécies pré-históricas, depois de transportar toneladas de lama até sua casa e examinar os achados durante um período de quatro anos."
(in Diário Digital)
Há mesmo homens com sorte: enquanto solteiro, em casa dos meus pais, e depois de casado, em minha casa, ai de mim que entrasse, ou entre, em casa com lama nos sapatos, que ouvia, e ouço, das boas!
Está-se sempre a aprender
Nestes últimos dias tenho aprendido algumas coisas interessantes:
- Há investigações criminais com buscas e apreensões, mas sem suspeitos;
- Há segredo de Justiça, mas os magistrados do Ministério Público podem comentar nas rádios os processos em que estão envolvidos;
- Temos um regime seguro de informação e investigação criminais, mas os magistrados e até o Procurador-Geral da República admitem ter os telemóveis sob escuta;
- Vivemos numa jovem democracia, mas existem poderes e forças ocultas que visam derrubar um Primeiro-Ministro democraticamente eleito;
- Para os sociais-democratas Santana Lopes é um pesadelo à frente do país, mas uma esperança à frente da capital.
Se tivermos a abertura de espírito e de mente suficientes, podemos aprender muitas coisas neste país. Deve ser por isso que, tal como consta nos cartazes das "Novas oportunidades", a escola da vida também conta. E é verdade: há coisas que não estão nos livros.
Primus inter pares
Segundo foi apurado pelo Tribunal Constitucional, todas as candidaturas das últimas presidenciais cometeram infracções em sede de financiamento.
No entanto, o Ministério Público decidiu não avançar com qualquer procedimento, perdoando, assim, as infracções.
Porque razão o Procurador-Geral da República não foi devidamente confrontado com isso? Ou o que não interessa aos partidos políticos também não interessa à comunicação social?
E a classe política ainda se queixa que há cabalas... Nota-se!
j.marioteixeira@gmail.com
Porque razão o Procurador-Geral da República não foi devidamente confrontado com isso? Ou o que não interessa aos partidos políticos também não interessa à comunicação social?
E a classe política ainda se queixa que há cabalas... Nota-se!
j.marioteixeira@gmail.com
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Similitudine
Oliveira e Costa, enquanto preso preventivamente, encerrou uma empresa denominada "Resnostra". Ora, tal expressão significa "coisa nossa", ou "cosa nostra" (termo que designa a Máfia).
Esta novela do BPN está cada vez mais mafiosa. Literalmente!
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Freeport, relatório da OCDE e companhia (actualizado)
José Sócrates até agora tinha transmitido a imagem de determinação. Agora parece mais inclinado para a de desorientação: o pior que podia ter feito era querer passar um relatório encomendado pelo governo, por um relatório da OCDE, em pleno momento que a sua integridade moral tem vindo a ser especulada.
Depois, acresce o clásssico tique da cabala que a classe política tanto gosta. O que no caso Freeport poderia ter tido alguma lógica em 2005 mas já não agora, a não ser que o Reino Unido queira retirar José Sócarates do poder, urdindo uma carta regatória maquiavélica e conspirativa.
Como se não bastasse, temos a Procuradoria Geral da República a pronunciar-se constantemente sobre o caso, sempre com o intuito assumido de defender o Primeiro-ministro. Chegou-se mesmo ao ponto de dizer que não há suspeitos, apesar de haver buscas e apreensões. Imagine-se se houvesse suspeitos, o que não se teria feito já... Possivelmente já se teria feito o trabalho que era devido e em tempo útil, coisa rara quer no nosso sistema de investigação criminal quer na nossa Justiça.
Entretanto o discurso de ajuda às empresas não bate certo com os calotes que o Estdo mantém com fornecedores e prestadores de serviço, nem com o facto de manter os actuais pagamentos por conta ou com a exigência às empresas de entregarem o IVA que estas ainda não cobraram.
A ajuda á banca, não bate certo com a falta de liquidez na praça, e com o facto das PME continuarem a verem o acesso ao crédito difícil, moroso e caro.
O desacerto tem sido enorme, e custa a encontrar um rumo. O pior é que quando digo isto, refiro-me à governação do país, e não à pessoa do Primeiro-ministro.
Adenda: a carta rogatória enviada pelo Reino Unido, pode ser consultada aqui.