quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Coisas no tempo

30 de Novembro:
- 1960: Nos EUA, termina a produção de automóveis com a marca De Soto;
- 1979: É lançado o álbum “The Wall”, dos Pink Floyd.

j.marioteixeira@sapo.pt

Cromos doutrora


As reivindicações de então do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Bragança, em fase de constituição, com um apelo à mobilização.

j.marioteixeira@sapo.pt

Coisas assim

As carteiras das mulheres são associadas ao saco do pai natal: desde o batom à caixa dos óculos escuros, passando pela escova em forma de cilindro e as chaves, tudo cabe. É normal ver uma mulher remexer a carteira à procura de um qualquer objecto, que quase sempre aparece só a seguir à segunda tentativa, movendo a mão dentro da carteira como se estivesse a manipular as esferas de um tômbola antes de retirar o número premiado.
Depois há aquelas carteiras muito pequeninas, de etiqueta, onde cabe o batom, o rímel, um lenço e uma pequena caixa de chiqueletes refrescantes sem açúcar. Com as quais as mulheres, imagine-se, conseguem sobreviver perfeitamente.
Mas pior, bem pior, somos nós, homens, que fazemos da carteira um mealheiro, um arquivo e uma gaveta.
Guardamos na carteira todos os talões de Multibanco que diariamente tiramos sempre que fazemos um levantamento, um pagamento, e extractos dos “últimos movimentos” porque somos incapazes de viver sem saber qual é o saldo actual da nossa conta, sem ter a certeza que o sacana do banco não nos leva algum. E a maior parte dos talões são em papel térmico, pelo que a muitos já não se consegue ler em condições.
Guardamos os cartões pessoais, bancários, do telemóvel, do seguro de saúde, de pontos de uma gasolineira, e os de visita. Acumulamos colecção de cartões de visita: o daquele restaurante onde uma vez se foi e se quer dar a conhecer a alguém que de certeza que vai apreciar aquele cabrito assado; o daquele tipo da empresa de Internet que nos garante um preço espectacular; o do nosso médico, porque nunca se sabe quando é preciso marcar uma consulta; o do homem das obras que faz orçamentos baratos e volta meia volta desenrasca-nos; o do casal algarvio que aluga quartos no verão a preços de amigo; etc.
Os documentos costumam estar por lá, incluindo o cartão de eleitor e até o de associado dos bombeiros da terra ou de leitor da biblioteca municipal, sem esquecer os do carro: livrete, registo, inspecção, carta verde, talão do selo, juntos à carta de condução para facilitar as coisas em qualquer “operação stop”.
Para além das notas ordenadas em ordem decrescente da parte externa para a parte interna da carteira, escaladas por tamanho, e das moedas naquela bolsa ridiculamente pequena com mola de fecho metálica, temos depois diversas preciosidades avulsas: aqueles pontos que nos dão sempre que abastecemos mais de 25 Euros de combustível, que depois colamos numa caderneta para trocar por brindes; duas ou três fotografias tipo passe de alguém; talões de gasolina que vamos guardando com as contas da média de consumo de litros por cada 100 quilómetros feita nas costas segunda a “regra de três simples”; a etiqueta antiga da mudança do óleo do carro; talões antigos do totoloto, que estão por conferir; um talão de um qualquer parque automóvel; etc.
Daí que os nossos casacos por vezes pareçam insuflados numa das bandas, ou que uma das nossas nádegas pareça inchada. E temos bolsos, vários bolsos para espalhar a tralha. De bolsos falaremos um dia, talvez para a semana.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Morder os beiços”: esforço para suster a raiva ou o riso.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Óbidos]


A Igreja Matriz de Santa Maria [Nossa Senhora da Assunção], frente ao chafariz da vila, erigida em meados do Séc. XII, por ordem de S. Teotónio, com vários pontos de interesse como o túmulo de D. João de Noronha, do Séc. XVI ou o retábulo da Capela de Santa Catarina do Séc. XVII, da autoria da pintora Josefa de Óbidos

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Coisas no tempo

29 de Novembro:
- 1874: Nasce António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, neurologista, que viria a ganhar o prémio Nobel da medicina e fisiologia em 1949;
- 1929: O Almirante norte-americano Richard Byrd faz o primeiro voo sobre o Polo Sul.

Cromos doutrora


Começamos hoje uma nova série de cromos, desta vez dedicada ao sindicalismo: sindicatos, sua constituição, união e reivindicações.
Começamos pela União dos Sindicatos de Viana do Castelo. Pelo grafismo deste cromo dá para perceber duas coisas básicas: 1) os sindicatos e a sua união são fruto de um esforço conjunto; 2) caso a força ceda, vê-se bem em cima de quem cairá o peso.

Coisas assim

Insistindo mais um pouco nos mistérios da fé.
Cristo foi crucificado na cruz, entregou-se para nos salvar. Mas tal só aconteceu porque foi traído. Por Judas, que o entregou às mãos de Pilatos.
A entrega ao castigo da crucificação para nos salvar, deu-se por uma traição. Sem ela Cristo não se teria entregue por nós.
Eis porque a humanidade deve a um traidor a sua salvação. Mas não esqueçamos que Judas é o padroeiro das causas perdidas.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Tocar ao beato”: estar desempregado.

Perspectivas [Óbidos]


Na extrema norte, o Castelo, compacto e austero.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Coisas no tempo

28 de Novembro:
- 1960: A Mauritânia torna-se independente da França;
- 1968: Morre Enid Blyton, a escritora de obras infantis e juvenis, como "Os Famosos Cinco".

j.marioteixeira@sapo.pt

Cromos doutrora


Temos hoje o último cromo desta série: da comissão concelhia de Évora, com um grafismo singelo mas esclarecedor.
Amanhã temos novo tema.

j.marioteixeira@sapo.pt

Notas de Segunda

1 – Com a vinda da chuva, lá apareceu Macário Correia a sossegar o povo dizendo que as reservas de água estão asseguradas. A seguir à última vez que o disse, teve de haver racionamento. Uma garantia, portanto.
2 – Um paradoxo rotineiro: todos os candidatos que dizem que os conhecimentos de economia não são preponderantes para a função de Presidente da República, mas lá vão mostrando que sabem de economia.
3 – Os canais de televisão buscam coisas incríveis e bizarras, como, por exemplo, uma “vaga de frio” em pleno mês de Novembro.
4 – Uma das coisas mais interessantes de acompanhar nas campanhas eleitorais é que em todas as terras onde passe um candidato, há quase sempre um trengo que o aborda e que nos faz rir.
5 – Já era tempo de na Refer e na CP, virem à tona movimentos clientelares do Estado. Veremos quem se segue.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Ter a balda de”: ter a mania de.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Óbidos]


Começamos hoje um périplo por Óbidos, descendo da muralha, feito de interesses e de detalhes.
Começamos pelo chafariz da vila, mandado construir por Catarina de Áustria no Séc. XVI, situado na Praça de Santa Maria.

j.marioteixeira@sapo.pt

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Coisas no tempo

25 de Novembro:
- 1973: O Presidente grego George Papadopoulos é deposto por um golpe militar;
- 1992: A Assembleia Federal da Checoslováquia vota a favor da divisão do país em República Checa e República Eslovaca.

Cromos doutrora


A Comissão de Freguesia da Foz do Douro, num cromo que invoca o futuro, o homem novo.

Achtung!

Maus ventos os que vêm da Alemanha, quando se ouve falar em cortes de subsídio de natal e demais direitos dos trabalhadores. Não se pense que só por cá é que são sempre os mesmos a pagarem pelas crises e pelos défices.
Uma economia que quer ser a referência europeia ao escolher a via dos cortes sociais como caminho para a retoma é um péssimo diapasão para o resto da Europa.

Alma lusa

Por trancos e barrancos”: de modo confuso, desorientado.

Perspectivas [Óbidos]


Antes de chegar ao extremo norte da muralha, umas escadas trazem-nos para a beira da entrada do castelo e das casas que se abrigam. É altura de explorar, mas só para a a semana.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Coisas no tempo

24 de Novembro:
- 1976: Os "The Band" dão o seu último concerto;
- 1991: Falece Freddie Mercury, vocalista dos "The Queen".

Cromos doutrora


Passamos dos centros de trabalho para assembleias e comissões locais.
Desta vez temos uma Assembleia Concelhia na Figueira da Foz, em Fevereiro de 1976.

Moralidades

Com a alteração das regras de aposentação na função pública, outra coisa não seria de esperar que houvesse um largo fluxo de processos para a reforma. A maior parte deles quadros superiores.
De que se estava à espera? Que aqueles que outrora entraram para a função pública mediante um determinado conjunto de pressupostos ficassem de braços cruzados perante a alteração dos mesmos?
A verdade é que fizeram aquilo que qualquer cidadão faria: salvaguardaram-se.
O mais interessante é que o Governo ao mesmo tempo que fala em moralização do sector público querendo-o aproximar do regime geral, tem argumentado que a atribuição de salários altos [bem acima do salário do próprio Presidente da República] e outras regalias são argumentos necessários para convencer quadros técnicos a deixarem a privada para irem para o sector público. Sendo assim, como será que o Governo tenciona, no futuro, convencer quadros superiores em geral ou estará a contar com o desespero do desemprego?

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Cheio de bagaço”: rico, com muito dinheiro.

Perspectivas [Óbidos]


Por breves instantes, a tentação de olhar para trás.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Coisas no tempo

23 de Novembro:
- 1922: Nasce Manuel Fraga Iribarne.
- 1936: É editado o primeiro número da revista “Life”.

Cromos doutrora


Hoje temos um cromo do centro de trabalho do Fundão.

j.marioteixeira@sapo.pt

Ota: depois da decisão, a fundamentação

Não bastasse a adulteração da lógica racional que deve sustentar uma decisão, e ainda temos uma irredutível e incontornável contradição: a construção de um novo aeroporto tem sido apresentada como uma necessidade premente pois na Portela não há como expandir as estruturas existentes, mas economistas, técnicos, empresários atentam para o facto de na Ota ser impossível haver expansão do futuro aeroporto. Ou seja: opta-se pela construção de um novo aeroporto porque o actual não se pode expandir e daqui a 15, 20 ou 25 anos estará obsoleto, mas escolhe-se uma localização para o novo aeroporto que já se sabe que mais tarde não se poderá expandir.
Curiosamente é este Governo que por estar tão preocupado com o fim dado ao investimento público, chegou ao limite de chamar a si a gestão das obras do Metro do Porto porque havia derrapagens orçamentais e chegou mesmo a pôr em causa a continuação da expansão da rede lançando alguma dúvidas para o futuro próximo que ainda não estão totalmente esclarecidas. Quando bem se sabe que todos os grandes investimentos públicos têm derrapagens: basta olhar a todas as grandes obras públicas feitas em Lisboa.
Um rigor com dois pesos e duas medidas, sempre com a mesma constante: a situação geográfica do assunto. Coincidência?
Não está em causa a necessidade de Lisboa ser dotada de um novo aeroporto. O que está em causa é o aventurarismo disfarçado de estratégia; a decisão tomada antes do estudo; e o aplauso à valiosa iniciativa daqueles que outrora teriam vociferado contra a trapalhada, se o Governo fosse outro.


j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

De banda como o Miranda”: andar sem prumo, não andar direito.

Perspectivas [Óbidos]


Continuando a descer a muralha.

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Coisas no tempo

22 de Novembro:
- 1963: É assassinado em Dallas o preseidente norte-americano John F. Kennedy;
- 1973: Juan Carlos torna-se Rei de Espanha.

Cromos doutrora


Hoje o Centro de Trabalho de Moura.
O perário e a camponesa, a classe trabalhadora.

j.marioteixeira@sapo.pt

Demagogia 2

Durante alguns meses tivemos de aturar a verborreia das candidaturas presidências como iniciativas pessoais. O republicanismo de cartilha, umas vezes mais provinciano, outras menos, lá desfiou as virtudes das eleições presidenciais como espaço de afirmação individual, pessoal, desembaraçado de militâncias partidárias, numa lógica de liberdade e de proclamação da independência de pensamento.
Tudo muito bonito, tudo muito certo, mas… mas eis que ninguém quer saber se Garcia Pereira participa nos debates ou não. Nenhum candidato de Esquerda está sequer interessado que um candidato sem o apoio de um partido político com assento na Assembleia da República ou sem ser destacado militante de um deles venha agora interferir. É como no futebol: Os Belenenses ou a Académica são clubes simpáticos, mas a possibilidade de ganharem o campeonato nacional só será compreensível se os “três grandes” estiverem muito mal.
O providencial homem de Esquerda chamado Mário Soares, o grande republicano poeta chamado Manuel Alegre, o líder do operariado chamado Jerónimo de Sousa, ou o príncipe da moral iluminada chamado Francisco Louçã, todos eles estão-se a borrifar se Garcia Pereira ou outros candidatos participam nos debates, estão-se a borrifar para o ideal republicano de afirmação de cidadania e de exercício dos direitos políticos em igualdade com os demais. Eles são os donos do bolo, cada um com a sua fatia, apesar de pregarem, cada um a seu modo, a distribuição das migalhas.
Fica bem falar em liberdade, em pensamento, em ideal republicano e em conquistas de Abril, mas só até a um certo ponto: o da conveniência.

j.marioteixeira@sapo.pt

Demagogia 1

O apoio de Jerónimo de Sousa às greves dos magistrados e consequente crítica a Jorge Sampaio pela condenação que formulou, é de um execrável oportunismo demagógico. Jerónimo de Sousa não pode esquecer que é secretário-geral do PCP, nem pode querer que se acredite na quimera que a sua campanha visa outra coisa se não aproveitar tempo de antena e tentar fixar eleitorado valioso a uma possível segunda volta.
Este apoio agora declarado mostra que tudo vale no discurso de oposição ao Governo, como se não houvesse pontos realmente válidos para criticar o actual Executivo e, cima de tudo, para apresentar alternativas credíveis. Mas não, preferiu ir pelo caminho mais fácil e pôs em causa a credibilidade como candidato pois revelou uma perigosa incapacidade para discernir quais são os interesses maiores de um Estados de Direito Democrático e de estabilidade e credibilidade dos órgãos de soberania e os menores da luta política.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Entregue às baratas”: pessoa desamparada, abandonada.

Perspectivas [Óbidos]


Descendo a muralha de sul para norte.

segunda-feira, 21 de novembro de 2005

Coisas no tempo

21 de Novembro:
- 1791: O coronel Napoleão Bonaparte é promovido a general e nomeado Comandante-Chefe do Exército da República Francesa.
- 1887: Tomas Edison anuncia a invenção do fonógrafo.

Cromos doutrora


Tal como anunciado na passada semana, iniciamos uma pequena série dedicada aos centros de trabalho do PCP. Hoje o de Alcochete.

Notas de Segunda

1 – Oportunas, como sempre, as críticas de Marinho Pinto ao modo como decorreram os trabalhos do Congresso da Ordem dos Advogados. Na verdade pouco mais foi do que um espaço de discursos de circunstância politicamente correctos em que se perdeu uma boa oportunidade para a Ordem se reafirmar no âmbito da actual crise da Justiça, perdendo-se tempo a quem no tempo que teve nada de concreto fez para mudar o curso das coisas, como é o caso de Jorge Sampaio.
2 – Acresce que a ideia, já velha, recuperada agora por Alberto Costa, de serem feitas avenças pelo Estado com Advogados no âmbito do Apoio Judiciário, esconde uma realidade que há bem pouco tempo aquele ministro tentou conspurcar: as dívidas que o Estado caloteiro mantém com quem presta aqueles serviços que se tivesse a mesma atitude para com a classe política certamente ninguém se interessaria pela coisa pública.
3 – O lamento da Procuradoria Geral da República [PGR] acerca das constantes violações do Segredo de Justiça é tanto mais interessante quanto se sabe que as mesmas decorrem durante as fases de Inquérito em que os magistrados do Ministério Público e as autoridades policiais controlam as investigações. Sendo assim, de que se queixa a PGR?
4 – Os candidatos presidenciais do PCP e do BE usam a plataforma de campanha para fixar eleitorado e para ataques cerrados ao Governo acerca do mais diversas assuntos: défice, professores, ensino, aumentos salariais, função pública, etc. Já para não falar das dúvidas que levantam acerca da independência da candidatura de Cavaco Silva. Confundir alhos com bugalhos ora ao lado do povo ora de olhos nos olhos.
5 – À medida que a campanha de Mário Soares avança, e caso venha a ganhar, apercebemo-nos que José Sócrates poderá vir a ter mais dores de cabeça do que pensa, porque quem ouve aquele candidato até pensa que o cargo é o de Primeiro-ministro.
6 – Lindo, ver Sócrates sublinhar que foi o próprio Zapatero que sugeriu que o centro de investigação tecnológico ibérico deveria ser em Braga. Gracias, muchas gracias.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Deixar barco e redes”: abandonar tudo.

Perspectivas [Óbidos]


Começa hoje a visita a Óbidos. Iniciamos a vista da muralha que a envolve, do topo sul para norte.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Coisas no tempo

18 de Novembro:
- 1959: Estreia o fime Ben-Hur no Loew's Theater, em Nova Iorque.
- 2004: A Rúsia ratifica formalmente o Protocolo de Quioto.

Cromos doutrora


Tal como ontem foi anunciado, temos hoje o último cromo desta série.
Para a semana teremos cromos de centros de trabalho, de concelhias e assembleias do PCP, sempre durante o PREC.

j.marioteixeira@sapo.pt

Bolor

Imagens decadentemente chocantes, as que vieram de Pombal com a atribuição de indemnizações às vítimas dos incêndios do último Verão. Triste, lamentável e ordinariamente populista o aproveitamento de um membro do Governo, a distribuir rebuçados a homens e mulheres com os rostos e as mãos marcados pelo trabalho duro. Só faltou mesmo o prior a lançar água benta sobre o evento.
Demorei alguns dias a escrever sobre isto para ver se mais alguém teria ficado enojado com semelhante revivalismo parolo. Mas também acredito que haja tanta coisa que choca que é impossível escrever sobre tudo. Principalmente enquanto durar este triste e esclerosado espectáculo das presidenciais.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Estar de barretina”: embriagado.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Costa Galega]



A Praia dos Patos, na Galiza, já em hora de regresso a terras lusas. A incursão desta vez foi curta, até uma próxima quando os dias voltarem a crescer, talvez.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Coisas no tempo

17 de Novembro:
- 1869: É inaugurado o Canal do Suez, ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho.
- 2000: Alberto Fujimori é deposto da presidência do Perú.

Cromos doutrora


Mais uma indústria, mais uma célula, mais um cromo.
Desta vez com uma especial referência: a entrega de cartões de militantes.
Amanhã teremos o último desta série das células, passando-se, para a semana, a alguns cromos de concelhias de freguesia e de centros de trabalho do PCP.

j.marioteixeira@sapo.pt

Coisas assim

Ainda os mistérios da fé.
Quem não cumpre as santas orientações de Deus, quem não cumpre os seus mandamentos incorre numa vida de pecado. Não poderá, por isso, ascender ao reino do céu, mas antes a sua alma descerá às profundezas do Inferno, onde Satanás inflige castigos com que faz penar as almas pecadoras.
Ora, aqui está algo que importa reflectir: se é Satanás quem trata de castigar, de purgar as almas pecaminosas – daí que o Inferno seja também designado por Purgatório, onde as almas se purgam pelos seus pecados – então mais não faz do que ajudar Deus a que as almas não se percam, não só em termos preventivos como repressivos. Caso contrário, deveria premiar quem se porta mal, recebendo com luxos e mimos quem ao Inferno fosse parar.
Por estas e por outras o catolicismo tem se afastado das teses clássicas de Satanás e de Inferno: cada vez se torna mais difícil de fazer perceber coisas assim.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

A barca de São Pedro”: Igreja católica.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Costa Galega]


A praia do Porto de Paxón, na Galiza, onde o cheiro a mar é agradavelmente intenso.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Coisas no tempo

16 de Novembro:
- 1904: John Ambrose Flaming inventa o tubo de vácuo;
- 1933: Os EUA e a União Soviética estabelecem, formalmente, relações diplomáticas.

Cromos doutrora


Simples, directo e prático, este cromo de hoje diz tudo o que importa dizer.

j.marioteixeira@sapo.pt

Coisas assim

O reino do céu é de quem seguir a palavra de Deus. É de quem seguir os ensinamentos que Cristo pregou. Dizem.
Acontece que à porta do reino do céu está S. Pedro, e a dúvida surge: deveremos seguir as regras do dono do clube para tentar ganhar o direito de admissão, ou valerá a pena arriscar e tentar depois dar a volta ao porteiro?

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Soltar balões”: mentir.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Costa Galega]


Seguindo um pouco mais para norte, chegamos a Monteferros, Galiza.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Coisas no tempo

15 de Novembro:
- 1956: Estreia o primeiro filme de Elvis Presley, Love me tender.
- 1958: Morre o actor norte-americano Tyrone Power, aos 44 anos.

Cromos doutrora


Tal como o cromo de ontem, também este é de um grafismo singelo.
Desta vez, a Fábrica de Vidros Barbosa & Almeida.

j.marioteixeira@sapo.pt

Coisas assim

O maior aliado da violência é o silêncio. Se assim não fosse há muito que os pescadores da beira-rio, amadores ou profissionais, estavam sob a mira de contestação. Isto porque o peixe é o animal mais vilipendiado pelo ser humano. E tal acontece por uma razão: sofre em silêncio.
Se por acaso o peixe tivesse cordas vocais e desatasse a fazer um berreiro assim que fosse puxado para fora de água, não haveria que não ficasse incomodado com o barulho e não lançasse um olhar de censura.
O mesmo se diga das lotas e dos mercados: muita gente gosta de ir ver o “peixe fresco” a saltar. Aquilo, sim, é um regalo para a vista: o animal a morrer asfixiado, contorcendo-se em agonia mexendo silenciosamente a boca como se fossem espasmos.
Já matar um touro de estocada, ou espetar-lhe bandarilhas no cachaço, é errado, faz o pobre do animal de centenas de quilos sofrer. Ver um cão a ganir de sofrimento por ter sido atropelado, dá pena. Assistir à matança de um porco impressiona.
Agora ver trutas, carapaus, fanecas ou robalos aos pinchos, ver o “peixe vivinho”, é um espectáculo. Ou então é um desporto calmo, de contemplação, de serenidade, como a pesca: sacar um peixe da água preso por um gancho na boca e deixá-lo asfixiar até à morte. Em silêncio.
Isto assim é, recorde-se, porque o peixe é mudo, não incomoda. Mexe-se, contorce-se, mas em silêncio. Não incomoda os ouvidos, porque não se faz ouvir. Por isso o peixe sofre, e por isso ninguém se preocupa com ele: não faz barulho.
Isto para concluir que fazer barulho é muito importante: os peixes que o dissessem, se pudessem...

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Bacalhau de porta de venda”: pessoa muito magra.

Perspectivas [Costa Galega]


A chegar a Baiona, Galiza.

j.marioteixeira@sapo.pt

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Coisas no tempo

14 de Novembro:
- 1918: A Checoslováquia torna-se República.
- 1921: É fundado o Partido Comunista Espanhol.

Cromos doutrora


A célula da Fábrica de Mindelo: grafismo simples, até rodimentar. Uma expressão artística sem pretensões.

j.marioteixeira@sapo.pt

Notas de Segunda

1 – Inaugurada há cerca de uma semana, a A28 [extensão do antigo IC1 Porto/Valença] acaba por ser uma armadilha: quem deseja chegar a Caminha, mais vale sair em direcção a Vila Praia de Âncora [aliás onde é obrigatório os pesados saírem], porque os caminhos que ligam o actual fim da A28 a Caminha não têm sinalização, estão em péssimo estado e são estreitos, numa extensão de cerca de 8 quilómetros.
2 – É curioso como, em França, a grande maioria dos detidos afinal não é composta por chefes de família desempregados e em desespero, mas antes adolescentes. Quem diria…
3 – Grande surpresa deste fim-de-semana: o apoio do PEV à candidatura de Jerónimo de Sousa. Toda a restante Esquerda tremeu em sobressalto com este rude golpe.
4 – E por falar em presidenciais, as diversas candidaturas à Esquerda começam a revelar a sua maior fraqueza: os ataques entre elas dão força à candidatura de Cavaco Silva. Aliás, as candidaturas do PCP e do BE terão maior relevo histórico do que estatístico.
5 – Desconcertante tudo quanto se passa na PJ e na PGR: investigações mal conduzidas, constantes violações do segredo de justiça com terríveis custos pessoais, tudo com uma total irresponsabilidade de todos os envolvidos, incluindo a do próprio Procurador Geral.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Ir no balão”: deixar-se enganar.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Costa Galega]


Começamos hoje uma pequena incursão na Costa Galega.
Aqui, o porto de A Guarda, outrora chamada La Guardia. Coisas de língua.

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Parabéns!

O Abnegado comemorou ontem o seu primeiro aniversário. Ainda que com um dia de atraso, os parabéns ao Luís Sequeira.

Coisas no tempo

11 de Novembro:
- 1493: Nasce o poeta italiano Bernardo Tasso.
- 2004: Morre Yasser Arafat num hospital em Paris por causas ainda desconhecidas.

Cromos doutrora


Os Serviços de Transporte Colectivo do Porto, neste cromo em que ressalta o desenho estilizado de um autocarro de dois andares , onde o destino é o PCP.

j.marioteixeira@spo.pt

Letras que se decoram

Love me or leave me

Love me or leave me
Or let me be lonely
You won't believe me but I love you only
I'd rather be lonely
Then happy with someone else
You might find the night time
The right time for kissin'
But night time is my time
For just reminiscin'
Regretting instead of forgetting
With somebody else
Now there'll be no one
Unless that someone is you, you, you
I intend to be independently blue, blue, blue
I want your love
But I don't want to borrow
Have it today, give it back tomorrow
Your love for my love
It's your love or nobody else

[Walter Donaldson/Gus Kahn/Sammy Davis Jr]

Entre a pachorra e a dúvida

Mário Soares insiste na ridícula atitude paternalista de nos dizer qual deve ser o perfil de um candidato a Presidente da República, como se deve comportar, como deve pautar a sua campanha, como se deve expressar. Está a tornar-se cansativa esta sua obsessão pessoal com Cavaco Silva, mostrando que haverá algo no passado que ficou por resolver entre aqueles dois.
O melhor de tudo foi ouvir Soares a chamar Cavaco Silva de “Esfinge”, num tom marcadamente depreciativo, acusando-o assim de se estar a afastar do debate em torno das presidenciais. O que se revela de uma completa falta de sentido de oportunidade e de uma já habitual esclerose intelectual: nem Mário Soares tem apresentado questões de fundo além de constantes críticas pessoais a Cavaco Silva – o que só lhe dá publicidade -, como ainda para mais usou a alcunha pela qual o seu grande amigo Miterrand [ou Mitran] era conhecido nos meios políticos e culturais Parisienses: “Esfinge”.
Até que nível inferior chegará a campanha de Mário Soares, até onde estará disposto a ir, só o próprio saberá. O maior inconveniente é que teremos de assistir, ficando sempre a dúvida: o que haverá de tão pessoal para Mário Soares?

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Lançar bando”: dizer pregão, proclamar.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]


Uma última viagem entre margens, sob os auspícios do fim da tarde.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

Coisas no tempo

10 de Novembro:
- 1926: Michinomiya Hirohito torna-se o 124º Imperador do Japão.
- 1970: A União Soviética lança a sonda lunar Lunokhod.

Cromos doutrora


Hoje a célula do cinema. As artes são um importante meio de concretização da liberdade conquistada e um trunfo no caminho para o socialismo. Mas também um meio de propaganda.

j.marioteixeira@sapo.pt

As terras do queijo e o Orçamento do Estado

Por tradição, as terras onde se produz queijo têm tido a faca na mão para as aprovações do Orçamento do estado [OE]: outrora Ponte de Lima do queijo limiano e agora os Açores do Terra Nostra de Pauleta.
Curiosamente, embora sejam terras de queijo, parece que a má memória ataca antes do lado do Governo. Na verdade, Ponte de Lima tem se queixado que ficaram por cumprir muitas promessas do “OE Limiano” da era Guterres. Por isso os Açores que se cuidem: o queijo poderá ser deles mas quem o come é que sofre da memória.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Sair de banda”: escapar-se sem ser notado.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]


O fim da tarde em forma de noite, em Gaia.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Coisas no tempo

9 de Novembro:
- 1937: Tropas japonesas ocupam Xangai.
- 1953: Camboja torna-se independente da França.

Cromos doutrora


A siderurgia nacional, um dos bastiões da luta política e sindical do PCP, não poderia escapar a esta série.

Coisas assim

A informação na televisão está, há muito, vocacionada para nos trazer aos olhos o que de pior se passa no mundo: as guerras, as pestes, as chacinas, etc. Tudo é trágico, cinzento, depressivo e negativo. Tudo nos faz estar contentes pelo facto de não sermos atacados por semelhantes tragédias. Talvez por isso ou façamos cenários prováveis do que seria de nós se tivéssemos um ataque bombista, ou então a recordar tragédias doutrora como o terramoto de 1755.
À margem deste culto tétrico e depressivo, que aprofunda a nossa já inata incapacidade de elogiar, ficam aqueles que todos os dias contribuem com o seu trabalho, com a sua arte, com a sua determinação, para que este mundo não seja só aquele que nos chega a casa pelos telejornais.
Todos eles, onde quer que estejam, merecem o nosso agradecimento, e, de vez em quando, a nossa lembrança.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Orelhas de abano”: pessoa que tem orelhas avantajadas.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]



Ainda não são 18 horas e já as luzes se acenderam. Agora escurece cedo. Como se vê aqui num súbito fim de tarde, na Ribeira.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Coisas no tempo

8 de Novembro:
- 1939: Adolfo Hitler escapa a uma tentativa de assassinato em Munique.
- 1941: É fundado o Partido Comunista da Albânia.

Cromos doutrora


Hoje um cromo da célula do PCP da Empresa Portuguesa das Águas Livres.
O grafismo é singelo e sem preocupação partidária ou sequer política, expressando até um sentimentalismo.

O rastilho

O aproveitamento político-partidário sem pudor das crises sociais é um fenómeno global: na França há já quem compare a onda caótica de banditismo ao Maio de 68. Está é mais abjecta comparação que se poderá fazer, mas espelha uma clara tentativa em transformar a vaga de destruição com perigosos perfis de guerrilha urbana, numa manifestação social de marginalizados do mundo industrial.
Comece-se por se recordar qual foi o rastilho: dois assaltantes de um banco que se refugiaram da perseguição policial numa cabine eléctrica, morreram electrocutados. As vítimas não foram pela queda de um prédio num qualquer bairro social nem não foram vítimas de violência policial. Eram delinquentes, criminosos que fugiam à polícia e que foram infelizes na escolha do esconderijo.
Fosse tudo isto promovido por apoiantes de Jean-Marie Le Pen, mobilizando “jovens desempregados e marginalizados” de ideologia fascista ou nazi, cabeças rapadas e companhia, e sempre seria interessante ver se haveria tanto apelo à tolerância.
Não significa isto que não haja problemas sociais e de integração social para resolver. Mas é preciso lembrar que se há país onde o Estado tem em prática políticas sociais de integração, ao contrário, por exemplo da Inglaterra que privilegia os guetos, é a França que possui um modelo social - aliás um modelo social bem oneroso sustentado com impostos de muitos que agora têm os seus bens destruídos pelo fogo.
É de uma total irresponsabilidade quem por cá anda a dizer que também temos problemas sociais, iguais aos que estarão na base da actual barbárie que assola França. Uma irresponsabilidade que só se pode justificar pelo facto da instabilidade social ser o capital de maior importância na luta política, não importa a que preço.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Andar ao alto”: estar desempregado, não possuir quaisquer rendimentos.

Perspectivas [gerações]


As gerações de barcos convivem no leito do Douro.

j.marioteixeira@sapo.pt

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Coisas no tempo

7 de Novembro:
- 1665: É publicado pela primeira vez o London Gazette, que se mantém ainda em publicação sendo o mais antigo jornal inglês.
- 1932: Estreia-se na rádio norte-americana as Aventuras de Buck Rogers no Século XXV.

Cromos doutrora


Continuamos a série dedicad a células do PCP.
Desta vez temos a célula dos CTT. O "Grande Partido da Esquerda" esforça-se por o mostrar em organização e extensão.

j.marioteixeira@sapo.pt

Notas de Segunda

1 – As declarações do Ministro Alberto Costa com que lançou a suspeição generalizada que os advogados que aceitam nomeações oficiosas não cumprem devidamente a sua função, e, também, por isso serão cortadas despesas com o Apoio Judiciário, resultam da táctica deste Governo em querer implementar alegadas reformas com base em ataques a classes profissionais. Além de ser uma estratégia meramente fracturante, desvirtua a necessidade e a mais-valia das reformas a operar em diversos sectores do Estado.
2 – Para além disso, há um tom ordinariamente demagógico naquelas declarações uma vez que o Sr. Ministro enquanto advogado nunca deve ter defendido os interesse de ninguém em sede de Apoio Judiciário e ficado à espera durante meses que lhe pagassem o que é devido.
3 – É por declarações como as do Sr. Ministro que muitos, como eu, se recusam a inscrever no Apoio Judiciário nem aceitam tratar como “Colega” a quem os galões sobem à cabeça por mero exercício de um qualquer cargo temporário.
4 – A estratégia da candidatura de Soares é, notoriamente, a do ataque pessoal a Cavaco Silva, correndo o sério risco de só beneficiar o adversário, vitimando-o.
5 – Segundo dá para perceber pelas insistências do Governo na discussão do Orçamento do Estado em sede de investimento público, o relançamento da economia nacional passa por se gastar dinheiros públicos nos próximos dois anos em estudos de aprofundamento do aeroporto da Ota e no TGV.
6 – Continua por se saber, concretamente, de quem são os terrenos adjacentes ao futuro aeroporto da Ota, o que talvez permitisse perceber melhor a fixação em semelhante projecto. Mas, em compensação, permite perceber melhor os mídia em Portugal.
7 – O melhor de tudo ainda foi ver este Domingo, no Santuário de Fátima, Marco Paulo voltado à Virgem a cantar em play-back e uma actriz brasileira - que outrora por cá passou arrecadando um subsídio da Secretaria de Estado de Santana Lopes para depois regressar ao Brasil a dizer mal dos portugueses chamando-os de frustrados -, fazer uma breve leitura de lágrimas nos olhos. Isto, sim, é espectáculo!

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Dar água pela barba”: diz-se de coisa complicada ou difícil de resolver.

Perspectivas [fim de tarde]


No Douro, com a Ponte da Arrábida no horizonte.

j.marioteixeira@sapo.pt

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Coisas no tempo

4 de Novembro
- 1889: É publicado o livro “A Interpretação dos Sonhos”, da autoria de Sigmund Freud.
- 1948: T. S. Eliot ganha o Prémio Nobel da Literatura

j.marioteixeira@sapo.pt

Cromos doutrora

Hoje temos a célula dos Mineiros de Aljustrel.
O operariado não se encontra só nas fábricas, trabalha também debaixo do solo.
Para a semana continua esta série.

j.marioteixeira@sapo.pt

A barbarie na Gália

O que se está a passar em França tornou-se inaceitável, e é de aplaudir o empenho e a determinação do Governo francês em restaurar a ordem e a legalidade.
Os bárbaros actos praticados por uma cambada de marginais são a pior sujeira e conspurcação de todo um passado de luta pelos direitos de igualdade de muitos negros por todo o mundo. E é lamentável que a Extrema-esquerda se aproveite para clamar por racismo onde há simplesmente actividade criminosa contra a segurança e a ordem públicas bem como a propriedade privada.
Uma reacção enérgica e firme contra comportamentos absolutamente insustentáveis é imprescindível se quisermos defender o que resta da ordem social europeia daqueles que a coberto de chavões, de lugares comuns e de preconceitos interesseiros espalham a destruição caótica. Caso contrário, mais vale entregar as chaves do Museu do Louvre para transformá-lo em galeria de graffitis, e deixar que sejam eles guardar o acervo material dos valores culturais que fazem da Europa o epicentro do pensamento e da reflexão.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Malas artes”: meios ou processos obscuros.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]



Um último visto em Peniche.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Coisas no tempo

3 de Novembro:
- 1913: É introduzido nos EUA o imposto sobre o rendimento [incom tax];
- 1936: Franklin D. Roosevelt é reeleito Presidente dos EUA.

j.marioteixeira@sapo.pt

Cromos doutrora

Hoje um cromo da célula do PCP na Tabaqueira.
A ligação aos trabalhadores é um imperativo de organização.

j.marioteixeira@sapo.pt

O perfil

Existe uma patente controvérsia em torno do perfil certo para Presidente da República [P.R.], de modo a se aferir o carácter mais ou menos presidencialista do actual estatuto constitucional. Se a Direita iniciou essa controvérsia, a Esquerda não quer ficar a trás para a usar como arma de arremesso contra Cavaco Silva. Para tornar a questão um pouco mais interessante, seria bom lembrar as variações entre “besta” e “bestial” com que foi mimado Jorge Sampaio entre a investidura de Santana Lopes e a convocação de eleições antecipadas.
Já agora, uma vez que há tanto empenho em se discutir o perfil de P.R., não será já tempo de serem avaliados os perfis astrais dos candidatos?

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Meter agulhas por alfinetes”: usar todos os meios para atingir os fins.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]



Mais um, ainda em Peniche.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Coisas no tempo

2 de Novembro:
- 1917: A Declaração de Baulfor expressa o apoio do Reino Unido à fixação de Judeus na Palestina.
- 1936: Benito Mussolini proclama o Eixo Roma-Berlim.

Cromos doutrora


Começamos hoje a série dedicada às células do PCP.
As ramificações estendiam-se a diversos sectores do denominado "aparelho produtivo", desde empresas e serviços do Estado a empresas privadas. Onde houvesse operariado, o PCP deveria estar presente.
No cromo de hoje, temos a célula da TAP. É interessante o grafismo, e como as siglas TAP e PCP se combinam. Tal como o avião que levanta voo rumo ao socialismo e a expressão "avante!" cujo grafismo faz publicidade ao órgão oficial do PCP.

j.marioteixeira@sapo.pt

Pequena história dispendiosamente rotineira

A notificação judicial mandava o casal estar presente no tribunal às 9 horas e 30 minutos. Testemunhas num processo-crime, estavam arroladas pela Defesa.
Chegam ao tribunal às 9 horas e 20 minutos e aguardam a chamada. Umas tantas dezenas de pessoas vão chegando e esperando. Pelas 9 horas e 40 minutos é feita a chamada de diversos juízos para diversos processos. O casal, responde presente por entre o mar de cabeças que se junta à volta do funcionário que faz a chamada em voz alta no átrio junto às escadas.
Passados 20 minutos, uma nova chama para os faltosos da primeira.
São 10 horas e não há novidades.
Os mais curiosos vão perguntando aos advogados ou aos funcionários se haverá julgamento, pois já são 10 horas e 20 minutos.
São 10 horas e 40 minutos e algumas pessoas avançam para outros passos, seguindo orientações de funcionários e advogados.
São 11 horas e o casal continua a não saber se vão depor ou não.
Passados 15 minutos são informados que se está a realizar um julgamento antes ao em que irão depor. Será coisa breve.
São 11 horas e 40 minutos e são conduzidos para uma sala de espera: vai começar o julgamento e, assim, ouvidas as testemunhas. Como é processo-crime, primeiro são as da Acusação [6 testemunhas].
Às 12 horas e 28 minutos ainda faltam ser ouvidas testemunhas da acusação, e já a sessão está adiada para daí a 15 dias.
O casal, cansado da espera inútil, sente que o seu tempo gasto naquele tribunal não serviu de nada. Não percebe como é que ninguém teve dois dedos, ou até mesmo um só dedo, de inteligência para ver que jamais haveria tempo para serem ouvidos naquele dia. E que ninguém quis saber, deitando-se fora uma manhã de trabalho, de vida, sem qualquer utilidade ou proveito.
Cá fora, a talhe de foice, vem a conversa que pelo país inteiro, todos os dias se repetem estas cenas a milhares de pessoas. No mesmo país em que políticos falam de produtividade. O casal encolhe os ombros e conclui sem margens para dúvidas: isto é mesmo uma grande treta!

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Contar Áfricas”: contar feitos extravagantes.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fim de tarde]


Visto do Portinho do Revez, em Peniche.

j.marioteixeira@sapo.pt