sexta-feira, 29 de julho de 2005
Há um ano o Briteiros começava com a seguinte frase: "Trinta e sete mil hectares de floresta ardida...Ainda falta muito?".
De então para cá os muitos incêndios demonstraram que a resposta cabal ainda tarda.
Especiais Saudações!
Lembrando
Comemora-se hoje o segundo centenário do nascimento de Alexis-Charles-Henri Clérel de Tocqueville: político, historiador, ideólogo e escritor. A sua obra representa um importante legado do pensamento político quer na ordem económica quer na ordem social. Exortava a liberdade e a democracia, valores que fundamentaram grande parte do seu pensamento que influenciou a Revolução Francesa.
Para quem o queira conhecer um pouco melhor, poderá ir até aqui ou aqui.
Para quem o queira conhecer um pouco melhor, poderá ir até aqui ou aqui.
ADENDA: como não poderia deixar de ser, e muito bem, Guilherme d`Oliveira Martins assinala este bicentenário na sua Casa dos Comuns.
Globalização é... [II]
Comprar um automóvel japonês, fabricado em Inglaterra, equipado com pneus feitos na Coreia do Sul sob patente norte-americana.
Perspectivas [feridas negras]
quinta-feira, 28 de julho de 2005
Lembrando
Há 98 nascia Earl Silas Tupper, em New Hampshire, EUA.
O nome não será muito conhecido, mas não haverá casa ou piquenique que não conte com a sua preciosa invenção: "tupperware", as embalagens de plástico de uso doméstico muito úteis na conservação e arrumação de alimentos.
Earl Silas Tupper fundou a Tupperware Plastics Company em 1938, sendo mais tarde pioneiro em técnicas de promoção comercial, tais como as "Tupperware parties".
Faleceu em 1983.
[Fonte: PBS]
E de um momento para o outro...
... por entre férias e Mário Soares, deixou-se de falar de referendo ao aborto ainda este ano. E aqui está uma boa oportunidade para o PS e o Governo não insistirem em semelhante disparate.
Se for assim, nem tudo é mau.
Perspectivas [Ribeira VI]
Um tema que é mais do que isso, é paixão. Mesmo num dia cinzento, contrastado pelos recortes de cor.
j.marioteixeira@sapo.pt
quarta-feira, 27 de julho de 2005
O manifesto
A propósito do manifesto, subscrito por diversos economistas, que critica a actual orientação do Governo em sede de investimento público, têm sido lançadas algumas ideias dúbias, tais como dizendo que os economistas em causa "(...) acham que o investimento em obras públicas é em princípio mau (e que ele é incompatível com a disciplina das finanças públicas)(...)" [Vital Moreira, in Causa Nossa]
Ora, será bom atentar que em momento algum do manifesto tal é afirmado. Antes, sim, está escrito o seguinte: "(...) O investimento público pode ter virtudes e pode ser um importante elemento estimulador do desenvolvimento".
O que realmente desagrada aos defensores dos projectos de investimento público defendidos pelo actual Governo, é a ideia central que logo se segue: "Mas não é, nas presentes circunstâncias da economia e das finanças públicas, o caso do investimento físico, sobretudo se dirigido a obras cujo mérito não tenha sequer sido devidamente demonstrado por estudos publicamente divulgados, credíveis e contraditáveis".
A prosa, tal como afirma Vital Moreira, até poderá ser "banal", mas a matéria não o é seguramente, diz respeito a opções e linhas de rumo que importarão um encargo que durará uns bons anos. Algo que parece estar a ser transformado em tabu: as coisas vão ser feitas porque o Governo diz que são importantes para o país, e ponto final.
Lembrando
Há 65 anos estreava-se oficialmente como estrela dos desenhos animados, Bugs Bunny, na curta metragem "The Wild Hare".
Começava a saga do coelhor esperto e sagaz, do pesadelo para qualquer caçador [principalmente para Elmer Fudd e Porky Pig], e da sua famosa frase "Ehh... What´s up, doc?"
A voz de Mel Blanc completou o trabalho criativo de Bob Clampett, Chuck Jones, Friz Freleng, Arthur Davis e Robert McKimson.
[Fonte: Looney Tunes]
[Foto: CNN]
"A BOA E A MÁ DESPESA PÚBLICA... "
Escreve Guilherme d`Oliveira Martins na Casa dos Comuns, o seguinte:
[...]
"Houve quem invocasse o último artigo publicado pelo ex-Ministro e quem o glosasse, julgando ver nele um sinal de eventual discrepância. A doutrina do texto está, no entanto, correcta e terá de ser seguida, até porque corresponde às linhas mestras constantes do compromisso de governo que permitiu à Comissão Europeia propor um período mais alargado para a concretização das medidas de estabilização das finanças públicas. A disciplina orçamental exige o prosseguimento do combate sem tréguas pela eficiência fiscal e contra a evasão e a fraude tributárias, do mesmo modo que obriga a uma disciplina efectiva da despesa pública. E Fernando Teixeira dos Santos dá garantias de prosseguir uma política capaz de ligar rigor financeiro e consciência social. E ele sabe melhor do que ninguém que nem todo o investimento é virtuoso, como aliás, sempre tem dito, em nome do bom senso. "
"Todo o investimento público carece, isso sim, de escrutínio e de avaliação rigorosos. Impõe-se a ponderação de custos e benefícios, e é isso que terá de ser feito. E o novo Ministro das Finanças é um discípulo de António Sousa Franco, com quem trabalhou muito bem durante quatro anos. Esse facto é muito relevante, sobretudo percebendo que (ao contrário do que afirmam alguns analistas do curto prazo) a linha política de que precisamos neste momento é a de uma “disciplina inteligente”, com os olhos postos no crescimento, no emprego e na convergência, contra a subalternização de uma dinâmica necessária de crescimento."
[...]
É evidente que o artigo de Campos e Cunha foi um momento de ruptura com as opções do actual Governo. É tão evidente que pouco dias se seguiram entre o artigo em causa e a sua saída do Governo com base em argumentos formais clássicos: "Razões pessoais".
Tornou-se bem claro que a realização do TGV e do aeroporto da Ota são projectos a levar a cabo por este Governo, não importam "escrutínios" ou "avaliações rigorosas". A decisão já está politicamente assumida. Ou será que alguém acredita que nenhum daqueles projectos vai ser posto em marcha? Como poderia Sócrates assumir semelhante? Agora é tarde: a opção do investimento público custou um Ministro e um rumo. É o próprio artigo e consequente demissão do Ministro Campos e Cunha que melhor provam isso.
A substituição do Ministro das Finanças não teve por base a questão da disciplina efectiva da despesa pública, mas, sim, as opções de investimento público que estão em causa e que foram a causa da saída de Campos e Cunha.
Há algo que parece escapar à sua análise: TGV e aeroporto da Ota já custaram a demissão de um Ministro das Finanças [cujo peso em qualquer Governo é evidente], ou seja já custaram demasiado para se voltar a trás. A realidade é muito simples: ambos os projectos vão avançar. Projectos que não cabem na ideia de Campos e Cunha como investimentos de onde se possa retirar efectiva "rendibilidade económico-social". Os compromissos para a realização de tais projectos têm, necessariamente, de estar já assumidos. Não há como fugir a isto. E o futuro dirá se é assim ou não.
O problema não está entre "a boa e má despesa", que é apenas um aspecto parcial da consolidação das contas públicas, mas sim nas opções do investimento público.
Campos e Cunha estava contra as opções de investimento público deste Governo e por isso veio embora. Se houvesse qualquer margem de escrutínio ou de avaliação rigorosa, não teríamos tido qualquer demissão.
[...]
"Houve quem invocasse o último artigo publicado pelo ex-Ministro e quem o glosasse, julgando ver nele um sinal de eventual discrepância. A doutrina do texto está, no entanto, correcta e terá de ser seguida, até porque corresponde às linhas mestras constantes do compromisso de governo que permitiu à Comissão Europeia propor um período mais alargado para a concretização das medidas de estabilização das finanças públicas. A disciplina orçamental exige o prosseguimento do combate sem tréguas pela eficiência fiscal e contra a evasão e a fraude tributárias, do mesmo modo que obriga a uma disciplina efectiva da despesa pública. E Fernando Teixeira dos Santos dá garantias de prosseguir uma política capaz de ligar rigor financeiro e consciência social. E ele sabe melhor do que ninguém que nem todo o investimento é virtuoso, como aliás, sempre tem dito, em nome do bom senso. "
"Todo o investimento público carece, isso sim, de escrutínio e de avaliação rigorosos. Impõe-se a ponderação de custos e benefícios, e é isso que terá de ser feito. E o novo Ministro das Finanças é um discípulo de António Sousa Franco, com quem trabalhou muito bem durante quatro anos. Esse facto é muito relevante, sobretudo percebendo que (ao contrário do que afirmam alguns analistas do curto prazo) a linha política de que precisamos neste momento é a de uma “disciplina inteligente”, com os olhos postos no crescimento, no emprego e na convergência, contra a subalternização de uma dinâmica necessária de crescimento."
[...]
É evidente que o artigo de Campos e Cunha foi um momento de ruptura com as opções do actual Governo. É tão evidente que pouco dias se seguiram entre o artigo em causa e a sua saída do Governo com base em argumentos formais clássicos: "Razões pessoais".
Tornou-se bem claro que a realização do TGV e do aeroporto da Ota são projectos a levar a cabo por este Governo, não importam "escrutínios" ou "avaliações rigorosas". A decisão já está politicamente assumida. Ou será que alguém acredita que nenhum daqueles projectos vai ser posto em marcha? Como poderia Sócrates assumir semelhante? Agora é tarde: a opção do investimento público custou um Ministro e um rumo. É o próprio artigo e consequente demissão do Ministro Campos e Cunha que melhor provam isso.
A substituição do Ministro das Finanças não teve por base a questão da disciplina efectiva da despesa pública, mas, sim, as opções de investimento público que estão em causa e que foram a causa da saída de Campos e Cunha.
Há algo que parece escapar à sua análise: TGV e aeroporto da Ota já custaram a demissão de um Ministro das Finanças [cujo peso em qualquer Governo é evidente], ou seja já custaram demasiado para se voltar a trás. A realidade é muito simples: ambos os projectos vão avançar. Projectos que não cabem na ideia de Campos e Cunha como investimentos de onde se possa retirar efectiva "rendibilidade económico-social". Os compromissos para a realização de tais projectos têm, necessariamente, de estar já assumidos. Não há como fugir a isto. E o futuro dirá se é assim ou não.
O problema não está entre "a boa e má despesa", que é apenas um aspecto parcial da consolidação das contas públicas, mas sim nas opções do investimento público.
Campos e Cunha estava contra as opções de investimento público deste Governo e por isso veio embora. Se houvesse qualquer margem de escrutínio ou de avaliação rigorosa, não teríamos tido qualquer demissão.
ADENDA: Acerca desta matéria havia já escrito aqui.
Memorial
Se Cavaco Silva e Mário Soares se defrontarem nas eleições presidenciais, pelo menos uma coisa será positiva: será trazida á curta lembrança lusitana o que estes dois Senhores fizeram no passado.
Até agora temos suportado os mais diversos exercícios de mistificação. A partir de então teremos, também, roupa suja.
terça-feira, 26 de julho de 2005
Lembrando
Há 149 anos nascia em Dublin, George Bernard Shaw. Sem formação superior, tornou-se político activo, acreditando no fim do capitalismo, embora pela via de uma gradual evolução para o socialismo e não, ao contrário de Karl Marx, pela revolução.
A sua preocupação social e luta política, levaram-no a escrever obras que se tornaram clássicas, como as peças “Man and Superman”, “Pygmalion” ou “Saint Joan”. Ganharia o Prémio Nobel da Literatura em 1925.
Entre várias citações, algumas ganharam fama, tal como:
"Democracy is a system ensuring that the people are governed no better than they deserve."
Faleceu em 1950.
[Fonte: Nobel Prize]
j.marioteixeira@sapo.pt
A sua preocupação social e luta política, levaram-no a escrever obras que se tornaram clássicas, como as peças “Man and Superman”, “Pygmalion” ou “Saint Joan”. Ganharia o Prémio Nobel da Literatura em 1925.
Entre várias citações, algumas ganharam fama, tal como:
"Democracy is a system ensuring that the people are governed no better than they deserve."
Faleceu em 1950.
[Fonte: Nobel Prize]
j.marioteixeira@sapo.pt
O tempo...
... corre a favor de Sócrates: valeu-lhe falar do que disse que não ia falar, fazendo o que disse que não iria fazer. Entre expectativas e movimentações em torno de Mário Soares e de cavaco Silva e as férias de Verão, o Governo ganha tempo. O mesmo é dizer sossego.
Pudesse o país dizer o mesmo.
segunda-feira, 25 de julho de 2005
Mediaesfera
"Os Reis de Espanha, Juan Carlos e Sofia, realizam nos próximos dias 27, 28 e 29 de Julho uma visita à Região Autonóma dos Açores".
"Em comunicado, a Presidência da República Portuguesa revela que a visita, de índole privada, decorre a convite do Presidente da República".
"Em comunicado, a Presidência da República Portuguesa revela que a visita, de índole privada, decorre a convite do Presidente da República".
[in Diário Digital]
O sentido de oportunidade é excelente: só falta uma visita à Base das Lages.
Mediaesfera
"A Autoridade para a Concorrência alertou para o facto de as chamadas telefónicas através de telefones fixos e do acesso à Internet serem muito mais caros em Portugal do que noutros países europeus". [...]
[in TSF]
Pois é: colossos como a PT não se fazem sem que alguém pague por isso...
Lembrando
Vazio geracional
Notas de Segunda
1 – As declarações de Sócrates e de Soares revelam a mentira hipócrita com que a classe política tem vindo a abordar a questão das presidenciais: a decisão dos candidatos é individual e depois os partidos apoiam ou não. Foi o próprio Mário Soares a declarar que poderá candidatar-se atendendo ao apoio já expresso por Sócrates. Afinal, sempre é verdade: ninguém decide sem saber se pode contar com o apoio partidário que lhe interessa.
2 – Ainda quanto às presidenciais é notório o esforço de Sócrates em afastar Manuel Alegre da corrida presidencial. A sofreguidão foi tanta que fez questão em falar em Julho sobre o que falaria só depois do Verão. A ala mais esquerda do PS começa a ficar cada vez mais isolada com a liderança de Sócrates, sendo claramente valioso o voluntarismo de Soares.
3 – Ouvir Alberto João Jardim gritar por liberdade na Madeira é um ultraje ao vocábulo, porquanto o usa como camuflagem à independência com que instrumentaliza a sua demagogia e suporta o proxenetismo aos cofres do Estado com o argumento da autonomia.
4 - Num país a arder com gente desalojada e em desespero e com bombeiros sem meios que se sacrificam dia e noite; em que o Ministro das Finanças se demite em clara ruptura com as opções de futuro do Governo; onde a seca aperta cada vez mais com culturas perdidas e agricultores e produtores de gado desesperados, a postura de moleza abstinente de Jorge Sampaio além de um péssimo serviço à Pátria evidencia uma inaceitável cumplicidade que se marca por não levantar quaisquer ondas que perturbe a navegação à vista socialista.
j.marioteixeira@sapo.pt
2 – Ainda quanto às presidenciais é notório o esforço de Sócrates em afastar Manuel Alegre da corrida presidencial. A sofreguidão foi tanta que fez questão em falar em Julho sobre o que falaria só depois do Verão. A ala mais esquerda do PS começa a ficar cada vez mais isolada com a liderança de Sócrates, sendo claramente valioso o voluntarismo de Soares.
3 – Ouvir Alberto João Jardim gritar por liberdade na Madeira é um ultraje ao vocábulo, porquanto o usa como camuflagem à independência com que instrumentaliza a sua demagogia e suporta o proxenetismo aos cofres do Estado com o argumento da autonomia.
4 - Num país a arder com gente desalojada e em desespero e com bombeiros sem meios que se sacrificam dia e noite; em que o Ministro das Finanças se demite em clara ruptura com as opções de futuro do Governo; onde a seca aperta cada vez mais com culturas perdidas e agricultores e produtores de gado desesperados, a postura de moleza abstinente de Jorge Sampaio além de um péssimo serviço à Pátria evidencia uma inaceitável cumplicidade que se marca por não levantar quaisquer ondas que perturbe a navegação à vista socialista.
j.marioteixeira@sapo.pt
sexta-feira, 22 de julho de 2005
Lembrando
Há 71 anos John Herbert Dillinger era abatido a tiro à saída do Biograph Theater, em Chicago, após uma intensa e longa perseguição do FBI dirigida por Malvim Purvis.Foi um dos mais famosos gangsters dos EUA, na era da Grande Depressão, e a sua figura foi usada durante anos nos alvos de carreira de tiro do FBI.
[Fonte: FBI]
j.marioteixeira@sapo.pt
A confirmação...
... de que Marques Mendes é um líder a prazo, foi feita ontem na entrevista da RTP: sem soluções concretas, envolto em chavões e lugares comuns e uma reconhecida capacidade em não responder ao que se lhe pergunta, com a clara e evidente benevolência de Judite de Sousa.
Entrelinhas
Tornou-se evidente nos últimos dois dias que a demissão de Campos e Cunha resulta do seu artigo de opinião, em que se demarca da visão de investimento público com que se orienta o actual Governo. E que o artigo marca de modo definitivo uma clivagem na coesão do Governo, a que Sócrates não poderia ficar, nem era, alheio.
O artigo de Campos e Cunha é um manifesto pessoal de uma visão própria do que deve ser o processo da consolidação das contas públicas nas suas vertentes de contenção de despesa e de investimento público.
É evidente que na lógica do artigo de Campos e Cunha, o TGV não era investimento prioritário. E não era porque não há a “prévia análise de rentabilidade”, e porque o “investimento público deve dar prioridade aos projectos com maior rendibilidade económico-social possível”. Afirma, ainda, em conclusão no seu artigo:
“O crescimento económico depende ainda, crucialmente, de vários factores como sejam a qualidade das leis, o funcionamento da justiça, a estabilidade das leis fiscais (só possível com finanças públicas em ordem) ou o nível de educação científica e técnica.
Portugal enfrenta desafios urgentes. Em acusa está o seu desenvolvimento e a necessária manutenção do Estado Social. Resolver o problema das contas públicas é apenas a condição necessária. Mas não é suficiente!”
Leia-se bem o que escreveu Campos e Cunha, está tudo lá. Está nas entrelinhas, o local onde as coisas só são lidas se houver vontade/interesse em tal. Está lá a sua oposição ao TGV e, por isso, a sua impossibilidade de permanecer no Governo. Porque entre o caminho que Campos e Cunha traça para o país e as opções do actual Governo, existe a barreira intransponível da concepção de investimento público.
O que não é compatível com a ideia de equipa que Sócrates quis dar aquando da formação do Governo. A equipa que Sócrates sempre afirmou que era a que queria. Fica por saber como é possível que algo como o investimento público do TGV não fosse um dos pontos definidos logo à partida.
A verdade é que Campos e Cunha paga o preço por não ser político. Os “políticos” fazem questão disso. Primeiro por ter revelado fora do “tempo político” [os mais sofisticados dizem “timing político”] que Sócrates não iria cumprir com a promessa eleitoral de que não subiria os impostos. Depois foi por não ter afastado de todo a possibilidade de nova subida dos impostos até ao final da legislatura. Por fim porque revelou, na qualidade de Ministro das Finanças [imagine-se a afronta], a sua visão de investimento político, de contenção da despesa pública, e da correlação de ambos em sede de consolidação das contas públicas.
Mais do que uma demissão, para Campos e Cunha é uma libertação. Para nós é a certeza de um regresso a um rumo repetido dos últimos 30 anos: investimento público sem rendibilidade económico-social. O que na linguagem popular se chama de elefantes brancos. Acolhamos mais este.
j.marioteixeira@sapo.pt
O artigo de Campos e Cunha é um manifesto pessoal de uma visão própria do que deve ser o processo da consolidação das contas públicas nas suas vertentes de contenção de despesa e de investimento público.
É evidente que na lógica do artigo de Campos e Cunha, o TGV não era investimento prioritário. E não era porque não há a “prévia análise de rentabilidade”, e porque o “investimento público deve dar prioridade aos projectos com maior rendibilidade económico-social possível”. Afirma, ainda, em conclusão no seu artigo:
“O crescimento económico depende ainda, crucialmente, de vários factores como sejam a qualidade das leis, o funcionamento da justiça, a estabilidade das leis fiscais (só possível com finanças públicas em ordem) ou o nível de educação científica e técnica.
Portugal enfrenta desafios urgentes. Em acusa está o seu desenvolvimento e a necessária manutenção do Estado Social. Resolver o problema das contas públicas é apenas a condição necessária. Mas não é suficiente!”
Leia-se bem o que escreveu Campos e Cunha, está tudo lá. Está nas entrelinhas, o local onde as coisas só são lidas se houver vontade/interesse em tal. Está lá a sua oposição ao TGV e, por isso, a sua impossibilidade de permanecer no Governo. Porque entre o caminho que Campos e Cunha traça para o país e as opções do actual Governo, existe a barreira intransponível da concepção de investimento público.
O que não é compatível com a ideia de equipa que Sócrates quis dar aquando da formação do Governo. A equipa que Sócrates sempre afirmou que era a que queria. Fica por saber como é possível que algo como o investimento público do TGV não fosse um dos pontos definidos logo à partida.
A verdade é que Campos e Cunha paga o preço por não ser político. Os “políticos” fazem questão disso. Primeiro por ter revelado fora do “tempo político” [os mais sofisticados dizem “timing político”] que Sócrates não iria cumprir com a promessa eleitoral de que não subiria os impostos. Depois foi por não ter afastado de todo a possibilidade de nova subida dos impostos até ao final da legislatura. Por fim porque revelou, na qualidade de Ministro das Finanças [imagine-se a afronta], a sua visão de investimento político, de contenção da despesa pública, e da correlação de ambos em sede de consolidação das contas públicas.
Mais do que uma demissão, para Campos e Cunha é uma libertação. Para nós é a certeza de um regresso a um rumo repetido dos últimos 30 anos: investimento público sem rendibilidade económico-social. O que na linguagem popular se chama de elefantes brancos. Acolhamos mais este.
j.marioteixeira@sapo.pt
Perspectivas [Aveiro III]
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Lembrando
Há 80 anos terminava o julgamento pelo qual John T. Scopes foi condenado pelo ensino da Teoria da Evolução de Darwin, então proibida no Estado de Tennessee, onde lecionava.
A sentença deu-se naquele que ficaria conhecido como "The Scopes Monkey Trial", sendo John T. Scopes declarado culpado por ter infrigido o "Butler Act" que proibia o ensino de qualquer teoria de negasse a concepção da criação divina do Homem segundo os termos da Bíblia. Tal preceito só veio a ser revogado formalmente em 1967.
Toda a informação, aqui.
[Foto: Authentic History Center]
j.marioteixeira@sapo.pt
A sentença deu-se naquele que ficaria conhecido como "The Scopes Monkey Trial", sendo John T. Scopes declarado culpado por ter infrigido o "Butler Act" que proibia o ensino de qualquer teoria de negasse a concepção da criação divina do Homem segundo os termos da Bíblia. Tal preceito só veio a ser revogado formalmente em 1967.
Toda a informação, aqui.
[Foto: Authentic History Center]
j.marioteixeira@sapo.pt
Paradigma
O Mercado do Bolhão é bem ilustrativo do modo como a generalidade da classe política se comporta: não há eleição legislativa, presidencial, autárquica ou mesmo europeia que não leve candidatos ao Mercado do Bolhão para distribuir brindes de propaganda e afins, para depois não mais quererem saber do que lá se passa.
A verdade é que há muito tempo que o edifício do Mercado do Bolhão carece de uma reforma estrutural, tem sido por diversas vezes denunciada essa necessidade por banda de quem lá trabalha. Nas últimas campanhas eleitorais, com os peregrinos partidários a fazerem-se atentos aos alertas dos comerciantes, foram avisados para o facto do Mercado precisar de obras.
Foi no entanto preciso haver uma derrocada parcial, na ala Sul do Mercado, para que medidas sejam tomadas.
É assim, também, na política em geral: passa o corso e tudo fica por aí.
j.marioteixeira@sapo.pt
A verdade é que há muito tempo que o edifício do Mercado do Bolhão carece de uma reforma estrutural, tem sido por diversas vezes denunciada essa necessidade por banda de quem lá trabalha. Nas últimas campanhas eleitorais, com os peregrinos partidários a fazerem-se atentos aos alertas dos comerciantes, foram avisados para o facto do Mercado precisar de obras.
Foi no entanto preciso haver uma derrocada parcial, na ala Sul do Mercado, para que medidas sejam tomadas.
É assim, também, na política em geral: passa o corso e tudo fica por aí.
j.marioteixeira@sapo.pt
Dúvida
Não estaremos, novamente, perante a repetição do cenário da saída de quem quer impor rigor pela imposição de quem quer mostrar obra?
Assim parece
A 7 de Março de 2005 escrevi isto:
"O elevado número de independentes irá exigir de José Sócrates um enorme investimento em apoio político aos ministros independentes. Relevo especial para o Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, que irá carecer de todo o apoio de José Sócrates para ultrapassar resistências políticas e partidárias para levar a cabo a sua espinhosa missão".
E isto:
"Este não é um Governo do PS, é marcadamente um Governo de José Sócrates. Há que reconhecer coragem em assumir o risco de um Governo que depende tanto de si, quer em termos políticos quer em termos partidários. Essencialmente em termos partidários.
Cuide-se, por isso, que José Sócrates dificilmente poderá ficar imune ao desempenho de certos ministros, com relevo para as pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. Terá de estar em toda a linha com os titulares daquelas pastas, em constante acompanhamento e solidariedade. Será, por isso, alvo de um maior ataque de exigências de assunção de responsabilidades. Estratégia que nenhum partido da Oposição, à Esquerda e à Direita, irá abdicar.
Esta é a estratégia de José Sócrates e, por isso, o seu maior risco".
Cuide-se, por isso, que José Sócrates dificilmente poderá ficar imune ao desempenho de certos ministros, com relevo para as pastas das Finanças e dos Negócios Estrangeiros. Terá de estar em toda a linha com os titulares daquelas pastas, em constante acompanhamento e solidariedade. Será, por isso, alvo de um maior ataque de exigências de assunção de responsabilidades. Estratégia que nenhum partido da Oposição, à Esquerda e à Direita, irá abdicar.
Esta é a estratégia de José Sócrates e, por isso, o seu maior risco".
Poderá ser mera especulação, mas notoriamente a falta de peso partidário de Campos e Cunha levou à saída deste. O exercício do cargo de Ministro das Finanças obriga a comprar muitas adversidades com os seus pares no Governo, fechando a torneira às pretensões de despesa. Só com forte apoio do Primeiro Ministro e com um peso considerável dentro do partido político que sustenta o Governo é que tal exercício é possível.
quarta-feira, 20 de julho de 2005
Lembrando
Há 132 anos, em Cabangu, Minais Gerais, Brasil, nascia Alberto Santos Dumond. O seu nome ficará para sempre gravado na história da aviação, tendo sido o primeiro aviador a ter um registo oficial de voo na Europa.
Faleceu em 1932, pondo fim à sua própria vida.
[Fonte: Cabangu]
Mediaesfera
"Os tribunais vão arquivar dezenas de milhares de processos-crime relativos a cheques sem provisão até 150 euros, estimando-se que os credores deixem de recuperar mais de 60 milhões de euros em dívidas. O trâmite será automático assim que entrar em vigor a já anunciada proposta do Governo de descriminalizar até àquele montante os "cheques carecas". "A solução é inevitável porque a lei penal mais favorável é sempre de aplicação retroactiva", explica o especialista em direito penal Germano Marques da Silva, num parecer publicado no boletim da Ordem dos Advogados". [...]
[in DN]
Aos poucos lá se vai reformando a Justiça do modo mais célere e económico: por decreto e à custa dos outros.
Mediaesfera
"O Presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, atribuiu o Ministério das Cidades a Márcio Fortes. A psta em causa estava a ser chefiada por Olivio Dutra do Partido dos Trabalhadores (PT). Fortes terá sido recomendado a Lula pelo presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, do Partido Progressitas (PP, direita), revelou uma fonte desta força política. O Presidente tinha oferecido ao PP o Ministério da Previdência Social, mas Cavalcanti "não aceitou, exigindo o Ministério das Cidades, o que Lula acabou por aceitar esta manhã", afirmou, à AFP, José Janene, chefe do grupo parlamentar do PP na Câmara dos Deputados. Esta nomeação inscreve-se na remodelação governamental, iniciada há mais de um mês após a demissão do ministro José Dirceu em consequência do "mensalão".
[in DN]
É o que dá dar mesadas aos filhos dos outros...
Alma lusa
"Não ter bandeira": ser independente de partidos ou ideologias, reger-se por ideias e princípios próprios.
j.marioteixeira@sapo.pt
j.marioteixeira@sapo.pt
Perspectivas [Aveiro]
terça-feira, 19 de julho de 2005
"UM SÉRIO AVISO" [3]
Sob o título "RESPOSTA A J. MÁRIO TEIXEIRA", escreve Guilherme d`Oliveira Martins na Casa dos Comuns o seguinte:
"Ainda sobre os cínicos. Fiquei surpreendido com a sua dúvida, caro amigo. O cinismo a que me refiro nada tem a ver com o cepticismo europeu. Antes pelo contrário.
O cepticismo neste particular não é cinismo. Gosto mais dos críticos do que daqueles que cultivam uma estranha e doentia indiferença, que os leva a descrerem de tudo e a dar campo aos radicalismios e fundamentalismos, que geram os terrorismos. Precisamos de valores e de ideais.
Eis o que está em causa!"
O cepticismo neste particular não é cinismo. Gosto mais dos críticos do que daqueles que cultivam uma estranha e doentia indiferença, que os leva a descrerem de tudo e a dar campo aos radicalismios e fundamentalismos, que geram os terrorismos. Precisamos de valores e de ideais.
Eis o que está em causa!"
Retiro as reservas que tinha quanto à concordância. Mas como acredito que a concordância só vale enquanto for sincera porque esclarecida, valeu a reserva para afastar qualquer dúvida que da minha parte houvesse.
Haveria razões para duvidar do alcance das palavras que escreveu?
Em termos pessoais sei que não.
Acontece que, tal como em outras ocasiões, um esclarecimento mais pormenorizado sempre tem em si mesmo a pedagogia que enriquece o debate. Por outro lado, sempre dá para descansar um pouco mais o espírito daqueles que, como eu, volta meia volta lá são mimados com rótulos e classificações pelas suas opções em matéria europeia. E como há mais gente a ler o que escreve, achei por bem o esclarecimento.
Lembrando
Trapalhadas Hit Parade [actualizado]
Este Governo parece estar apostado em ter o seu próprio acervo de trapalhadas. As últimas são a entrevista de Freitas do Amaral ao DN e o artigo de Campos e Cunha acerca das Finanças Públicas. Aguardemos para ver no que dá, quanto mais não seja por diversão. Afinal de contas é Verão, está calor...
segunda-feira, 18 de julho de 2005
Lembrando
Há 87 anos nascia Nelson Rolihlahla Mandela. Conseguiu obter formação superior, licenciando—se em Direito, exerceu a advocacia e em 1942 aderiu ao ANC [African National Congress], evidenciando-se na luta contra o regime de segregação racial denominado Apartheid. Esteve preso durante 28 anos, mas acabaria por vencer a segregação racial: em 1988 ganha o Prémio Sakarov, em 1993 ganha o Prémio Nobel da Paz que partilha com De Klerk, o Presidente da África do Sul que ordenara a sua libertação com vista a uma transição pacífica do regime político; e em 1994 foi eleito Presidente da África do Sul, cujo exercício manteve até 1999.
Para quem queira saber um pouco mais, pode consultar aqui ou aqui.
j.marioteixeira@sapo.pt
Para quem queira saber um pouco mais, pode consultar aqui ou aqui.
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O corporativismo
Os senhores juízes andam a ameaçar com greves, levando a cabo uma denominada "greve de zelo" que tem provocado ainda mais atrasos na realização da Justiça.
Tudo parece absorto em relação à gravidade da actual situação, não se tendo consciência do que está em causa. Na verdade, os senhores juízes são titulares de um órgão de soberania. O que aconteceria se os deputados da Assembleia da República, descontentes com o fim das reformas ao cabo de três mandatos, decidissem oragnizar um sindicato e realizar a tal "greve de zelo"? Porque não? Não são titulares de um órgão de soberania como os senhores juízes? Não viram afectados interesses próprios da sua carreira?
Esta postura do sindicato dos juízes é de uma total irresponsabilidade e cheira a um evidente corporativismo: em momento algum aquele sindicato decidiu, outrora, convocar qualquer "greve de zelo" em protesto ao desclabro da Acção Executiva ou pela injustiça do Código das Custas Judiciais. Em momento algum os claros e inequívocos ataques que há muito estão em marcha contra a tutela dos direitos e garantias de cidadania em Portugal, estimularam os senhores juízes a qualquer reacção.
Que este Governo não apresenta um programa político claro para a Justiça e que a condução, entre outras matérias, do processo de redução das férias judiciais é desastrosa é uma factualidade. Mas sejamos claros: a luta dos senhores juízes, que são titulares de um órgão de soberania, é meramente corporativa.
"UM SÉRIO AVISO" [2]
Assim responde Guilherme d`Oliveira Martins, na Casa dos Comuns:
"A que cínicos me refiro?
Eis a pergunta que me é feita.
A resposta é muito simples.
O cinismo é marca da indiferença e da ausência de ideais fortes.
Hoje é esse vazio que se não pode confundir com pluralismo e que abre campo à barbárie..."
"A que cínicos me refiro?
Eis a pergunta que me é feita.
A resposta é muito simples.
O cinismo é marca da indiferença e da ausência de ideais fortes.
Hoje é esse vazio que se não pode confundir com pluralismo e que abre campo à barbárie..."
Com reserva, concordo com o transcrito. E faço-o com reserva porque não fica claro que não haja uma referência negativa um tanto oculta a quem se opõe ao modelo institucional de avanço da Europa protagonizado pela Constituição Europeia. Porque não é líquido que não esteja implícita uma crítica a quem se opõe à ratificação da Constituição Europeia porquanto, no pensamento que Guilherme d`Oliveira Martins tem desenvolvido desde há muito tempo, aquele Tratado traria a união e coesão necessárias para a Europa se afirmar no contexto internacional de modo uno, numa lógica de ponte transatlântica.
Daí a reserva: porque não entendo que sejam "ideais fortes" aqueles que se fundam em textos constitucionais feridos de ilegitimidade democrática e de falta de representatividade popular, entre outros defeitos por demais denunciados.
Daí a reserva: porque não entendo que sejam "ideais fortes" aqueles que se fundam em textos constitucionais feridos de ilegitimidade democrática e de falta de representatividade popular, entre outros defeitos por demais denunciados.
Mediaesfera
"As queixas apresentadas no Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) sobre a actuação de magistrados estão em risco de prescrição. O órgão disciplinar da Procuradoria-Geral da República não reúne desde Janeiro e o estatuto dos magistrados do Ministério Público (MP) estipula um prazo de 90 dias para a instrução do processo disciplinar.A maior parte das queixas, de acordo com informações recolhidas pelo DN - uma vez que a PGR recusou revelar os processos que estão pendentes -, estarão relacionadas com participações de cidadãos anónimos, de superiores hierárquicos dos procuradores e até de magistrados judiciais.
O facto de a Secção Disciplinar do CSMP não reunir desde Janeiro leva a que estas corram o risco de prescrever, uma vez que a instrução do respectivo processo não estará concluída nos 90 dias fixados no artigo 194.º do Estatuto do Ministério Público. Sendo que o número dois deste articulado refere que o "prazo referido só pode ser excedido em caso justificado". Segundo uma fonte ligada ao direito administrativo, consultada pelo DN, o facto de as reuniões da Secção Disciplinar do CSM não se terem realizado não se enquadra num "caso justificado".
Esta situação está a merecer alguma preocupação no seio do Conselho Superior, uma vez que há algumas situações consideradas preocupantes no que diz respeito à conduta dos magistrados uma relacionada com um procurador que, alegadamente, exercia paralelamente advocacia; outra sobre uma queixa de ligações pouco claras entre um magistrado do MP e um construtor civil". [...]
[in DN]
Notas de Segunda
1 - Sem reivindicar artes de adivinhação, aconteceu aquilo que nesta casa já se havia previsto: Sócrates terá de aceitar a cada vez mais provável candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República. Depois de Guterres e de Vitorino, a espinha parece cada vez mais certa.
2 -Depois de muita conversa acerca do choque tecnológico, do cd agitado em conferência de imprensa e do discurso redondo acerca das novas tecnologias, eis que uma vez mais nos deparamos com a triste realidade da alta percentagem de chumbos a matemática. O que já não é nada chocante.
3 - Miguel Relvas defendeu a realização de uma referendo acerca da construção do aeroporto da OTA. E porque não? Só é pena que não tenha tido a mesma ideia para os sobreiros da Companhia das Lezírias.
4 - É intenção da União Europeia em transformar os advogados em delatores dos seus clientes, sob a justificação de combate ao tráfico ilegal de capitais e consequente finaciamento dos movimentos terroristas. Ora, quando as garantias de um Estado de Direito Democrático sucumbem por motivos de alegada segurança pública, uma boa parte dos objectivos extremistas e sanguinários começam já a fazer efeito.
5 - Cada vez se mostra mais claro que a opção apresentada pelo Governo de reduzir as férias judiciais para 30 dias, esgotando o mês de Agosto, recente "corrigida" para 45 dias, evidencia as opções errantes de uma clara ausência de programa político para a Justiça. Pelo meio vê-se episódios tristemente pitorescos com magistrados e proclamar a "greve de zelo" que, ainda para mais, não é permitida por lei. Bons ventos se semeiam...
2 -Depois de muita conversa acerca do choque tecnológico, do cd agitado em conferência de imprensa e do discurso redondo acerca das novas tecnologias, eis que uma vez mais nos deparamos com a triste realidade da alta percentagem de chumbos a matemática. O que já não é nada chocante.
3 - Miguel Relvas defendeu a realização de uma referendo acerca da construção do aeroporto da OTA. E porque não? Só é pena que não tenha tido a mesma ideia para os sobreiros da Companhia das Lezírias.
4 - É intenção da União Europeia em transformar os advogados em delatores dos seus clientes, sob a justificação de combate ao tráfico ilegal de capitais e consequente finaciamento dos movimentos terroristas. Ora, quando as garantias de um Estado de Direito Democrático sucumbem por motivos de alegada segurança pública, uma boa parte dos objectivos extremistas e sanguinários começam já a fazer efeito.
5 - Cada vez se mostra mais claro que a opção apresentada pelo Governo de reduzir as férias judiciais para 30 dias, esgotando o mês de Agosto, recente "corrigida" para 45 dias, evidencia as opções errantes de uma clara ausência de programa político para a Justiça. Pelo meio vê-se episódios tristemente pitorescos com magistrados e proclamar a "greve de zelo" que, ainda para mais, não é permitida por lei. Bons ventos se semeiam...
sexta-feira, 15 de julho de 2005
"UM SÉRIO AVISO"
Escreve Guilherme d`Oliveira Martins na Casa dos Comuns, o seguinte:
"Perante a actual crise europeia, todos somos chamados a encontrar um caminho que deve assentar em três vertentes: (a) a União Europeia tem de se tornar um protagonista activo e interveniente na cena internacional, o que exige mais Europa política; (b) é fundamental haver uma parceria euro-atlântica capaz de lançar as bases de uma reforma das Nações Unidas, no sentido do equilíbrio, do desenvolvimento, da justiça e da legitimidade democrática, com atenção especial às desigualdades, ao atraso e à exclusão, bem evidentes nas relações Norte-Sul, bem como de uma regulação económica internacional perante a emergência dos grandes mercados asiáticos; (c) terá de ser encontrada uma nova síntese política que preserve o essencial da justiça distributiva do Estado social europeu, a competitividade e a flexibilidade dos mercados abertos à inovação, numa palavra a convergência social e a força inovadora dos mercados. Não tenhamos dúvidas: só a fragilidade económica e social da União Europeia e a sua fragmentação darão campo à insegurança e à globalização do terror… Eis um sério aviso aos cínicos".
Perdoe-me a inocência, mas poderia esclarecer a que "cínicos" é que se está a referir?
Lembrando
quinta-feira, 14 de julho de 2005
Lembrando
Há 782 anos Luis VIII, Coração de Leão, sucedia a seu pai Filipe II no trono de França. Foi por pouco que não conseguiu unificar os Reinos de França e de Inglaterra.
No mesmo dia, mas 566 anos depois, dava-se a tomada da Bastilha, e com ela a Revolução Francesa.
[Fonte: La France Pittoresque]
Com papas e bolos [2]
A ideia de se criar uma sociedade comercial em apenas uma hora, é de um profundo despropósito que só se justifica por mera prática demagógica em querer mostrar que as promessas feitas são para cumprir. teria sido bem melhor que outras promessas [as de não aumentar os impostos ou não ampliar a idade de reforma sem estudo prévio] tivessem sido respeitadas.
Mas voltemos a questão da criação das sociedades comerciais numa hora: qual é a lógica organizacional dos serviços, designadamente das conservatórias do registo comercial, em dar andamento urgente [atendendo a que se trata de ter tudo numa hora será mesmo urgentíssimo] quando para outros actos [actualização de capital, prestação de contas, etc] tudo continue a funcionar ao mesmo ritmo de antes?
Acresce que esta medida vai criar distorções absolutamente estúpidas no modo em que Estado presta os seus serviços: o cidadão "A" quer criar uma sociedade comercial e vai fazê-lo numa hora, o cidadão "B" quer registar a propriedade da sua casa e vai ter de aguardar entre 2 a 3 meses e se quiser registar a propriedade do seu automóvel demora-lhe cerca de 4 a 6 meses.
Mas será que os empresários se queixavam do tempo que demora de uma constituição de sociedade comercial? Não. Os Centros de Formalidades de Empresas [CEF] funcionam bem e com o elogio da maior parte dos cidadãos que a eles recorrem.
Estará o mal da nossa economia no tempo que demora a formar uma sociedade comercial? Não. Os problemas da nossa economia estão por demais denunciados e passam por coisas bem distintas: a evasão e burla fiscais que distorcem as regras do mercado, a falta de apoio à inovação, a falta de incentivos ao empresário cumpridor, etc.
Mas voltemos a questão da criação das sociedades comerciais numa hora: qual é a lógica organizacional dos serviços, designadamente das conservatórias do registo comercial, em dar andamento urgente [atendendo a que se trata de ter tudo numa hora será mesmo urgentíssimo] quando para outros actos [actualização de capital, prestação de contas, etc] tudo continue a funcionar ao mesmo ritmo de antes?
Acresce que esta medida vai criar distorções absolutamente estúpidas no modo em que Estado presta os seus serviços: o cidadão "A" quer criar uma sociedade comercial e vai fazê-lo numa hora, o cidadão "B" quer registar a propriedade da sua casa e vai ter de aguardar entre 2 a 3 meses e se quiser registar a propriedade do seu automóvel demora-lhe cerca de 4 a 6 meses.
Mas será que os empresários se queixavam do tempo que demora de uma constituição de sociedade comercial? Não. Os Centros de Formalidades de Empresas [CEF] funcionam bem e com o elogio da maior parte dos cidadãos que a eles recorrem.
Estará o mal da nossa economia no tempo que demora a formar uma sociedade comercial? Não. Os problemas da nossa economia estão por demais denunciados e passam por coisas bem distintas: a evasão e burla fiscais que distorcem as regras do mercado, a falta de apoio à inovação, a falta de incentivos ao empresário cumpridor, etc.
A ideia que fica, olhando para estas medidas tais como outras [liberalização da venda dos medicamentos não sujeitos a receita médica, por exemplo] é a de que a "maioria absoluta" de nada vale quando falta coragem ou programa. E medidas destas servem apenas para ir mostrando serviço, porque o grosso dos cidadãos que têm de esperar de bilhete na mão nas filas da generalidade das conservatórias continuarão a ter o mesmo tratamento de terceiro mundo a preços de luxo.
Actualização do Blogue
Com o devido pedido de desculpas pelo atraso, a lista de blogues desta casa foi ampliada, passando a constar os seguintes ilustres:
A Direito
Abrupta Mente
Abusivo
Arcádia
As [Minhas] Leituras
Bisca dos Nove
Caetera
Click Portugal!
A Direito
Abrupta Mente
Abusivo
Arcádia
As [Minhas] Leituras
Bisca dos Nove
Caetera
Click Portugal!
Cure For Pain
Eu Blogo
Inquisidor Pacense
O Lado Esquerdo
Orpheu XXI
Sol Poente
Tangerinas e Gatos Siameses
Eu Blogo
Inquisidor Pacense
O Lado Esquerdo
Orpheu XXI
Sol Poente
Tangerinas e Gatos Siameses
quarta-feira, 13 de julho de 2005
Lembrando
Há 164 anos, em Viena, nascia Otto Koloman Wagner. Foi um dos mais prestigiados arquitectos da “Arte Nova”, e com um acervo criativo onde ganha relevo a “Estação Metropolitana de Karlsplatz” ou a “Igreja de São Leopoldo” em Viena.
Faleceu em 1918.
[Fonte: The Artists]
Faleceu em 1918.
[Fonte: The Artists]
terça-feira, 12 de julho de 2005
Lembrando
Há 104 anos nascia em Parral, no Chile, Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basualto. Mais tarde ganharia a imortalidade pelos seus poemas, sob o nome Pablo Neruda.
A profundidade e a riqueza da sua obra, foram reconhecidas na atribuição do prémio Nobel da Literatura em 1971. Para além dos seus poemas, ficou a sua luta política marcada pela sua convicção no ideal comunista.
Faleceria em 1973, vítima de cancro, logo após o golpe militar e Augusto Pinochet a 11 de Setembro, que derrubou a democracia e pôs fim ao sonho socialista protagonizado por Salvador Allende.
“Yo no aprendí en los libros ninguna receta para la composición de un poema: y no dejaré impreso a mi vez ni siquiera un consejo, modo o estilo para que los nuevos poetas reciban de mí alguna gota de supuesta sabiduría. Si he narrado en este discurso ciertos sucesos del pasado, si he revivido un nunca olvidado relato en esta ocasión y en este sitio tan diferente a lo acontecido, es porque en el curso de mi vida he encontrado siempre en alguna parte la aseveración necesaria, la fórmula que me aguardaba, no para endurecerse en mis palabras sino para explicarme a mí mismo”.
[Trecho do discurso em Estocolmo, na entrega do Prémio Nobel da literatura, 1971]
[Fonte: Universidade do Chile]
A profundidade e a riqueza da sua obra, foram reconhecidas na atribuição do prémio Nobel da Literatura em 1971. Para além dos seus poemas, ficou a sua luta política marcada pela sua convicção no ideal comunista.
Faleceria em 1973, vítima de cancro, logo após o golpe militar e Augusto Pinochet a 11 de Setembro, que derrubou a democracia e pôs fim ao sonho socialista protagonizado por Salvador Allende.
“Yo no aprendí en los libros ninguna receta para la composición de un poema: y no dejaré impreso a mi vez ni siquiera un consejo, modo o estilo para que los nuevos poetas reciban de mí alguna gota de supuesta sabiduría. Si he narrado en este discurso ciertos sucesos del pasado, si he revivido un nunca olvidado relato en esta ocasión y en este sitio tan diferente a lo acontecido, es porque en el curso de mi vida he encontrado siempre en alguna parte la aseveración necesaria, la fórmula que me aguardaba, no para endurecerse en mis palabras sino para explicarme a mí mismo”.
[Trecho do discurso em Estocolmo, na entrega do Prémio Nobel da literatura, 1971]
[Fonte: Universidade do Chile]
Com papas e bolos
Por trás das opções deste Governo em aumentar à idade da reforma dos funcionários públicos, tem vindo a correr uma lógica demagógica com que se tem iludido muita gente.
Poucos daqueles que pertencem ao regime geral, que vociferam pelo aumentam da idade da reforma por banda dos funcionários públicos, perceberam ainda que estão a ser eles mesmos vítimas de tal lógica: não deveriam ser os funcionários públicos a descerem do ponto em que se encontram "os outros" mas antes os do regime geral subirem para onde se encontravam os funcionários públicos.
Em bom rigor, ninguém está a pugnar para que fique melhor, mas antes que se arraste os outros para o mal em que se encontra. As derradeiras lutas sociais dos últimos 15 a 20 anos não vão no sentido da conquista de direitos e de reforço do Estado Social mas antes na tentativa desesperada de não perder aqueles que eram outrora entendidos como direitos sociais fundamentais e estruturantes do Estado Social.
Uma coisa é certa: quem fica satisfeito com que os outros desçam até si ao invés de tentar de subir para junto deles, garante, a quem interessa, uma cegueira bem rentável.
segunda-feira, 11 de julho de 2005
Lembrando
Há 148 anos nascia em França, Alfred Binet. Psicologista, foi um estudioso do processo cognitivo e da inteligência. Criou o primeiro teste de avaliação de inteligência que viria a sustentar a criação do teste do QI.
Faleceu em 1911.
[Fonte: L`Encyclopedie de L`Agora]
j.marioteixeira@sapo.pt
Faleceu em 1911.
[Fonte: L`Encyclopedie de L`Agora]
j.marioteixeira@sapo.pt
Notas de Segunda
1 - Depois do céu cinzento, do ar tóxico e dos perigos passados, descansem: não tardará o discurso do "imperativo reforço de meios na prevenção e no combate aos fogos".
2 - Depois da vitória do "sim" no Luxemburgo, já há quem comece, novamente, a defender a necessidade do referendo em Portugal. Numa perspectiva de vitória também do "Sim", pois claro.
3 - E Rui Rio lá realizou o seu sonho de criança e as corridas de automóvel regressaram ao Porto. Investiu-se muito dinheiro, por exemplo nos pavimentos, porque os bólides não podem correr sobre buracos como circulam os carros de quem transita no Porto. Tudo fora da até então sagrada lógica racional dos gastos. Mas foi um sucesso, disso não haja dúvida.
4 - A tentativa da comunicação social em provocar um diferendo institucional entre Portugal e a China, devido às declarações de Alberto João Jardim [AJJ], é bem pior do que as declarações em si mesmas. Massacrarem o embaixador da China para que se pronunciasse sobre as afirmações de AJJ para de pois darem partida a um ping-pong de réplicas, revelou como a comunicação social pode, facilmente, baixar da cota zero.
2 - Depois da vitória do "sim" no Luxemburgo, já há quem comece, novamente, a defender a necessidade do referendo em Portugal. Numa perspectiva de vitória também do "Sim", pois claro.
3 - E Rui Rio lá realizou o seu sonho de criança e as corridas de automóvel regressaram ao Porto. Investiu-se muito dinheiro, por exemplo nos pavimentos, porque os bólides não podem correr sobre buracos como circulam os carros de quem transita no Porto. Tudo fora da até então sagrada lógica racional dos gastos. Mas foi um sucesso, disso não haja dúvida.
4 - A tentativa da comunicação social em provocar um diferendo institucional entre Portugal e a China, devido às declarações de Alberto João Jardim [AJJ], é bem pior do que as declarações em si mesmas. Massacrarem o embaixador da China para que se pronunciasse sobre as afirmações de AJJ para de pois darem partida a um ping-pong de réplicas, revelou como a comunicação social pode, facilmente, baixar da cota zero.
5 - Não se pense que é só com futebol: com os olhos postos no terrorismo, algo se vai passando à nossa volta sem darmos por isso.
sexta-feira, 8 de julho de 2005
Lembrando
Há 508 anos, Vasco da Gama partia de Lisboa rumo à India. Cerca de 4 meses depois, estava a dobrar o Cabo da Boa Esperança.
Nessa época os desígnios nacionais eram épicos.
[Fonte: Portal da História]
j.marioteixeira@sapo.pt
Nessa época os desígnios nacionais eram épicos.
[Fonte: Portal da História]
j.marioteixeira@sapo.pt
"Nós, os outros e o terrorismo"
É o título de um texto publicado a 30 de Setembro de 2004, e que agora é reeditado no Baú.
Continua tudo lá.
Dúvida
Será que alguém se recorda que alguns dos chamados privilégios de que usufruem os funcionários públicos foram conseguidas à custa de luta sindical e de sacrifício pessoal dos então grevistas e manifestantes?
As outras faces do terror
Depois de assente um pouco a poeira da surpresa e do tumulto, recorde-se que o terror e a violência não têm uma só face. E se o terrorismo sanguinário é repugnante, também o é o terrorismo institucional.
É tão revoltante o que se passou em Londres quanto o é o que se passa na cadeia militar de Guantanamo. Para aqueles que pensam que naquele estabelecimento prisional apenas estão árabes, muçulmanos ou fundamentalistas do islão, compreendam que há apelos destes:
"Bring Home the British Detainees Now!The seven remaining British detainees are about to spend their third Christmas in Guantanamo Bay. Send a postcard with a Ralph Steadman depiction of a Guantanamo prisoner to Jack Straw calling on him to bring them home now".
Para quem queira ir um pouco mais longe do que a doutrina dos bons e dos maus, consultem o site da Guantanamo Human Rights Commission.
Perspectivas [Mirandela V]
quinta-feira, 7 de julho de 2005
Lembrando
Após se estrear no teatro, acabou por abraçar o cinema como a sua grande paixão, primeiro como actor e mais tarde, em 1932, como realizador, tornou-se um dos maiores nomes do movimento neorealista do cinema italiano.
Títulos como "Ladri di biciclette" ou "Sciuscià" são pérolas do cinema europeu.
Faleceu em Paris, a 1974.
[Fonte: RAI International Online]
Mediaesfera
"O Governo Regional, através do vice-presidente, fez ontem uma declaração sobre a polémica em torno das palavras de Alberto João Jardim em Santana, a propósito da presença de chineses e indianos na Região. João Cunha e Silva diz que houve «interpretações abusivas» das palavras de Jardim, que foram, afirma, dirigidas aos vendedores ambulantes ilegais".
[in Jornal da Madeira]
Hipocrisias
O diferendo entre Angola, FMI e EUA: como se "corrupção" fosse algo que repugnasse qualquer um daqueles intervenientes.
Globalização é... [I]
... comprar bandeiras nacionais feitas na China, com torres em forma de pagodes.
quarta-feira, 6 de julho de 2005
Mediaesfera
"Lausana, Suíça, 05 Jul (Lusa) - Os atletas portugueses mais cotados da actualidade, Francis Obikwelu e Rui Silva, estiveram hoje em destaque no meeting de atletismo de Lausana, Suíça, com uma vitória nos 200 metros e um segundo lugar nos 1.500, respectivamente.
Obikwelu começou por correr os 100 metros, em que foi apenas sexto, com 10,13 segundos, mas poupou esforços para os 200 metros, em fim de programa de meeting, para ganhar em 20,58.
Rui Silva também mostrou estar em bom momento da sua preparação para o Mundial de Helsínquia2005, cortando a meta em segundo na corrida de 1.500 metros, com 3.34,50 segundos, ligeiramente atrás do inesperado vencedor, o queniano Suleiman Simotwo.
Depois do segundo lugar do meeting de Paris Saint-Denis de sexta-feira, que marcou o arranque da Liga Dourada, Obikwelu era agora uma das figuras de proa numa reunião também de grande valor, com a categoria de Super Grand Prix, o Athletissima de Lausana". [...]
[in Lusa]
j.marioteixeira@sapo.pt
Obikwelu começou por correr os 100 metros, em que foi apenas sexto, com 10,13 segundos, mas poupou esforços para os 200 metros, em fim de programa de meeting, para ganhar em 20,58.
Rui Silva também mostrou estar em bom momento da sua preparação para o Mundial de Helsínquia2005, cortando a meta em segundo na corrida de 1.500 metros, com 3.34,50 segundos, ligeiramente atrás do inesperado vencedor, o queniano Suleiman Simotwo.
Depois do segundo lugar do meeting de Paris Saint-Denis de sexta-feira, que marcou o arranque da Liga Dourada, Obikwelu era agora uma das figuras de proa numa reunião também de grande valor, com a categoria de Super Grand Prix, o Athletissima de Lausana". [...]
[in Lusa]
j.marioteixeira@sapo.pt
Lembrando
[Fonte: Satchmo]
Há 34 anos falecia Louis Armstrong, que também usava a alcunha de "Satchmo", um dos mais influentes nomes do jazz.
Apoiou financeiramente o movimento cívico de Martin Luther King Jr. e chegou mesmo a incompatibilizar-se com a Casa Branca quando acusou o Presidente Eisenhower de ter “duas caras”, a propósito de um conflito racial no Estado do Arkansas.
Para nós ficam especiais momentos de beleza, como “What A Wonderful World”:
I see trees of green........ red roses too
Apoiou financeiramente o movimento cívico de Martin Luther King Jr. e chegou mesmo a incompatibilizar-se com a Casa Branca quando acusou o Presidente Eisenhower de ter “duas caras”, a propósito de um conflito racial no Estado do Arkansas.
Para nós ficam especiais momentos de beleza, como “What A Wonderful World”:
I see trees of green........ red roses too
I watch 'em bloom..... for me and for you
And I think to myself.... what a wonderful world.
I see skies of blue..... clouds of white
Bright blessed days....dark sacred nights
And I think to myself .....what a wonderful world.
The colors of a rainbow.....so pretty ..in the sky
Are there on the faces.....of people ..going by
I see friends shaking hands.....sayin'.. how do you do
They're really sayin'......I love you.
I hear babies cry...... I watch them grow
They'll learn much more.....than I'll never know
And I think to myself .....what a wonderful world
And I think to myself .....what a wonderful world
Yes I think to myself .......what a wonderful world.
j.marioteixeira@sapo.pt
j.marioteixeira@sapo.pt
Blogoesfera
"Tretas"
"Os movimentos anti-globalização foram mais uma vez manifestar-se no sítio onde se vai realizar o G8, “contra a pobreza” gerada pelo capitalismo. Este é um dos maiores enganos que se pode alimentar: grande parte da pobreza africana não existe à míngua de ajuda humanitária, mas devido à enorme corrupção dos regimes africanos, à engenharia social, cópia mimética do marxismo europeu, que levou à destruição do pouco que os regimes coloniais tinham deixado, às guerras civis tribais e, se se quiser, nos tempos mais recentes, ao proteccionismo, principalmente europeu, que impede muitos produtos agrícolas africanos de entrarem nos mercados ricos. É mais globalização que os países pobres de África precisam e acima de tudo, intransigência contra a corrupção dos seus dirigentes.
Estava a pensar escrever isto, ao ver o folclore escocês, quando a RTP1 passa uma pequena peça sobre Angola, em que a palavra corrupção não é pronunciada, e em que não se explica como é que se pode ter petróleo e diamantes, um dos melhores e mais bem equipados exércitos de África, uma elite riquíssima que manda os filhos estudar para a Suiça e…nada para a esmagadora maioria da população. Mas a culpa é do capitalismo e do G8. É isto informação".
[José Pacheco Pereira, in Abrupto]
Virtude
Não sabia que o TGV era assim tão importante para Portugal. A ideia que sempre tive acerca do TGV e da pressão da Espanha é que era do interesse desta, para, finalmente, ganhar a costa ibérica que lhe falta. Mas fiquei a saber que é importante. Tão importante que irá ser um desígnio a cumprir durante os próximos 8 a 10 anos. Tão importante que irá condicionar grande parte do investimento estratégico durante esse lapso de tempo, não importa com que governos.
Também não sabia que era estratégico um novo aeroporto para Lisboa. Sabia que os investimentos financiados pela União Europeia deixaram de ter aquela região como área de intervenção prioritária. Mas pelos vistos é importante e prioritário.
Pensava que era prioritário resolver de uma vez por todas a política da água, dos transvazes, investir na elaboração e concretização de um plano hidrológico nacional. Defender e assegurar um bem essencial que é água. Mas não.
Pensava que era prioritário apostar em energias alternativas, apresentando desde já projectos concretos de investimento. Porque afinal de contas não somos produtores de petróleo e a compra deste importa a saída de divisas para o exterior. Mas não.
Pensava que seria prioritário pôr a Justiça a funcionar, pôr os tribunais a despachar os processos, garantir a cobrança das dívidas, prevenir e reprimir a prática criminosa, acabar com as listas de espera que são abismalmente maiores que as da saúde. Mas não é. O que é prioritário é descriminalizar parcialmente o cheque, de modo a libertar os juízos criminais. Claro que esses cheques irão atafulhar agora os juízos de execução, e a confiança no uso do cheque irá sofrer mais um rude golpe, mas isso é outra conversa. Ou talvez a conversa seja a mesma mas querem fazer-nos crer que não é. Seja como for, não é prioritário.
Este plano de investimentos apresentado pelo Governo teve desde já uma grande virtude: fiquei esclarecido do quanto estava enganado acerca das prioridades de Portugal.
j.marioteixeira@sapo.pt
Também não sabia que era estratégico um novo aeroporto para Lisboa. Sabia que os investimentos financiados pela União Europeia deixaram de ter aquela região como área de intervenção prioritária. Mas pelos vistos é importante e prioritário.
Pensava que era prioritário resolver de uma vez por todas a política da água, dos transvazes, investir na elaboração e concretização de um plano hidrológico nacional. Defender e assegurar um bem essencial que é água. Mas não.
Pensava que era prioritário apostar em energias alternativas, apresentando desde já projectos concretos de investimento. Porque afinal de contas não somos produtores de petróleo e a compra deste importa a saída de divisas para o exterior. Mas não.
Pensava que seria prioritário pôr a Justiça a funcionar, pôr os tribunais a despachar os processos, garantir a cobrança das dívidas, prevenir e reprimir a prática criminosa, acabar com as listas de espera que são abismalmente maiores que as da saúde. Mas não é. O que é prioritário é descriminalizar parcialmente o cheque, de modo a libertar os juízos criminais. Claro que esses cheques irão atafulhar agora os juízos de execução, e a confiança no uso do cheque irá sofrer mais um rude golpe, mas isso é outra conversa. Ou talvez a conversa seja a mesma mas querem fazer-nos crer que não é. Seja como for, não é prioritário.
Este plano de investimentos apresentado pelo Governo teve desde já uma grande virtude: fiquei esclarecido do quanto estava enganado acerca das prioridades de Portugal.
j.marioteixeira@sapo.pt
terça-feira, 5 de julho de 2005
Coerências
A propósito do aeroporto da OTA e do TGV, o Ministro Mário Lino afirmou hoje na TSF:
"O PS quando se candidatou a eleições apresentou-se com este programa, já tinha intenção de fazer estas estruturas. Não nos candidatamos com um programa e na prática fazemos outro".
Exactamente!
Foi, também, o caso de não aumentar os impostos nem subir a idade das reformas sem fazer antes um estudo profundo sobre a matéria.