sexta-feira, 28 de outubro de 2005

Coisas no tempo

28 de Outubro:
- 1918: A Checoslováquia torna-se independente do Império Austro-Húngaro.
- 1922: Inicia a Marcha de Roma, liderada por Benito Mussolini que, com o apoio da Igreja Católica, toma o Governo italiano.

Cromos doutrora


E assim se conclui esta série dedicada às comissões de moradores, com este cromo que assinala uma das principais premissas deste movimento "Do povo para o povo".
Para a semana, como já foi ontem anunciado, as células, centros de trabalho e comissões fabris do PCP.

A crise do Projecto Europeu [3]

À margem da Conferência Internacional no Reino Unido, e perante mais um impasse em que os Senhores da Europa insistem em fazer prevalecer, os sinais claros e distintos da crise Europeia estão ao alcance de um mínimo de observação.
A distorção das regras de mercado e a consequente deturpação das regras de concorrência, têm criado o ambiente próprio para consolidação de uma espécie de cisma social. Se somarmos a isto a cultura mediática da tragédia, temos o cenário ideal para fazer baixar as ambições populares: vemos que estamos a perder qualidade de vida mas, ao mesmo tempo, damos graça por não termos maremotos, terramotos, sismos, monções, crianças cobertas de moscas, chacinas, valas em que se depositam centenas de cadáveres, etc., etc.
Não só se assiste à inversão da luta social, pois já não se tenta conquistar mas antes não perder o outrora conquistado, temos ainda um novo contentamento: não estamos melhor do que os outros mas também os outros estão a ficar como nós.
A abertura da Europa ao Oriente não trouxe qualquer vantagem económico-social para os Estados Membros. Ao contrário, ao aprofundar as sequelas de uma concorrência desleal, serviu de mote à regressão dos direitos sociais na Europa não só na perspectiva dos chamados “ganhos de competitividade” importando desde logo a contenção salarial, como, também, nesse desígnio sofístico e dogmático em que se tornou o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Eis que a Europa se encontra espartilhada pela concorrência do Oriente e pelo fundamentalismo do equilíbrio das Contas Públicas.
Para recuperar a lógica social das políticas económicas e financeiras, é necessário travar o processo de liberalização do mercado que neste momento assenta numa óptica de concorrência desigual. Se necessário for, deverá ser recuperada a estratégia proteccionista, de molde a minorar os malefícios de um mercado desequilibrado e de falsa concorrência.
Seria preferível recuperar o proteccionismo europeu do que insistir numa estratégia de aparente expansão do mercado quando este mesmo vê as suas regras subtraídas à lógica da livre e sã concorrência. Caso contrário, além de se estar a comprometer o futuro da economia europeia, estaremos, também, a pactuar com a exploração da miséria e da mão-de-obra sem direitos ou protecções sociais. E não foi para isso que se criou o Projecto Europeu.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Levar um arrocho”: ser alvo de coerção.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [ver de cima]

Contemplar o Pinhão, banhado pelo Douro.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Coisas no tempo

27 de Outubro:
- 1904: A primeira linha de metro subterrâneo em Nova Iorque abre ao público.
- 1954: Benjamin O. Davis Jr. torna-se o primeiro general negro da Força Aérea norte-americana.

Cromos doutrora

Temos, hoje, uma campanha de recolha de fundos. O objectivo: um centro social.
Amanhã termina a série dedicada às comissões de moradores, abrindo-se na próxima semana uma outra, centrada nas células, centros de trabalho e comissões fabris do PCP.

“What a Wonderful World”

O papel colado por dentro da porta da Conservatória não deixa margem para dúvidas: “Encerrado por motivo de greve”. Guardo o talão que possuo desde 26 de Junho de 2005 para levantar um simples registo de aquisição. Um registo que ainda não está feito mas que já está pago: € 150,00. Porque o Estado não funciona sem dinheiro à vista, isso é um risco que só os privados podem assumir, contando apenas com a garantia dada pela nossa Justiça.
Ao ouvir a TSF, escuto a disputa dos números de adesão à greve dos magistrados e dos funcionários judiciais entre sindicatos e o Governo, e logo um magote de bizarrices assalta-me a memória, como o processo que aguarda no Tribunal de Gondomar pela resposta aos quesitos desde Fevereiro deste ano ou aquele outro, sumaríssimo, que foi intentado em finais de 2004 e onde não houve contestação nem qualquer avanço, ou aquele processo do antigo tributário que se arrasta desde 1999…
A talhe de foice, lembro-me da senhora que foi ao hospital com queixas e mandaram embora sem grandes exames para depois sofrer um AVC e o idoso de 92 anos a mancar que é mandado embora com uma pomada para depois descobrir que tem uma fractura da tíbia.
Para além da “corporativite crónica” de que sofre o nosso país, dos usos e abusos de associação sindical e recurso à greve, das prerrogativas legais de que certas castas profissionais usufruem, há um défice muito mais grave do que o das Contas Públicas: o défice do mérito e da responsabilidade pessoal. As progressões nas carreiras devem obedecer cada vez mais ao mérito com que são exercidas e a responsabilização pessoal deve ser institucionalizada.
E lá ia eu neste pensamento, quando decido ouvir o CD de música que viaja no leitor do carro e escuto uma voz rouca e vincada a cantar “I see skies of blue and clouds of white, the bright blessed day, the dark sacred night, and I think to myself, what a wonderful world…”
Valeu-me Armstrong para salvar o dia.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

De boa avença”: pessoa fácil de contento.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [ver de cima]



A Ribeira, no Porto, vista cá de cima da Ponte D. Luís.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Coisas no tempo

26 de Outubro:
- 1947: o Marajá de Caxemira aceita a anexação do seu reino à Índia.
- 1994: Jordânia e Israel assinam o Tratado de Paz.

Cromos doutrora



Um apelo à vigilância em duas ruas da Freguesia de Rio Tinto, Gondomar.

Fica a dúvida se tal controlo visa comportamentos delinquentes ou contra-revolucionários.

j.marioteixeira@sapo.pt

Letras que se decoram

O Dom de Iludir

Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia de ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim
Você sabe explicar
Você sabe entender
Tudo bem
Você está
Você é
Você faz
Você quer
Você tem
Você diz a verdade
E a verdade é o seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher
Vá viver sem mentir

[Caetano Veloso]

Aviso

Quem pensa que hoje é dia de greve nos tribunais, não julgue que pode aproveitar o tempo para resolver assuntos, por exemplo, numa conservatória, pois arrisca-se a dar com o nariz na porta.
O que vale é que, também nestes serviços, um dia a mais ou a menos vai dar quase no mesmo...

Coisas assim

Sair da obscuridade para luz, se não for aos poucos, gradualmente, pode cegar.
j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Dar sota e ás a alguém”: suplantar alguém numa discussão.

Perspectivas [ver de cima]



O Rio Douro visto cá do alto, entre Mesão Frio e Rede.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 25 de outubro de 2005

Coisas no tempo

25 de Outubro:
- 1962: Adlai Ewing Stevenson apresenta à ONU as fotos que comprovam a existência de mísseis em Cuba.
- 2001: A Microsoft apresenta o Windows XP.

Cromos doutrora


O cromo de hoje é da Comissão de Moradores do Aleixo.
A igualdade é representada por um jogo de futebol entre crianças pobres. Como pano de fundo a diferença de habitações:a casa pobre e os prédios altos. A desigualdade existe mas o seu combate passa, também, pela igualdade na prática do desporto.

A usura da mentira

Começa a cansar a insistência do Governo em justificar-se com o “estado de coisas” que encontrou nas contas públicas para aumentar os impostos. Começou pela subida do IVA e, agora, prolonga-se pelo Orçamento do Estado apresentado pelo Ministro das Finanças.
Na verdade, existe uma efectiva subida da carga fiscal, ao contrário do que, repetidamente José Sócrates afirmava ainda há bem pouco tempo, negando tal possibilidade. Se muito ajudou para ganhar as eleições com base em promessas que depois não cumpriu [a subida dos impostos foi uma delas], cada vez mais se prejudica em manter a argumentação falaciosa de que não faziam ideia de como estavam as coisas sempre que se queiram desembaraçar do incómodo de um qualquer compromisso eleitoral.
Aliás, é querer passar um atestado de idiotice aos portugueses ao quererem convencer-nos que os partidos políticos [principalmente o PSD e o PS] não têm acesso a informação interna dos Serviços de Finanças e do Tesouro acerca das contas públicas. E mesmo que fosse verdade que o PS de José Sócrates não fizesse ideia qual era a realidade das contas públicas, deveria ter posto a promessa de não aumentar os impostos sob condição.
Que mintam, até se percebe, agora que insistam é que já chateia.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Semear na areia”: trabalhar sem utilidade.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [ver de cima]


Cá de cima do S. Bento da Porta Aberta, o Gerês.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Coisas no tempo

24 de Outubro:
- 1935: Itália invade a Etiópia.
- 1970: Salvador Allende é eleito Presidente do Chile.

Cromos doutrora



A reivindicação de casas condignas é um dos objectivos essenciais.

j.marioteixeira@sapo.pt

Letras que se decoram

Desfolhada

Corpo de linho
lábios de mosto
meu corpo lindo
meu fogo posto.
Eira de milho
luar de Agosto
quem faz um filho
fá-lo por gosto.
É milho-rei
milho vermelho
cravo de carne
bago de amor
filho de um rei
que sendo velho
volta a nascer
quando há calor.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Minha raiz de pinho verde
meu céu azul tocando a serra
oh minha água e minha sede
oh mar ao sul da minha terra.

É trigo loiro
é além tejo
o meu país
neste momento
o sol o queima
o vento o beija
seara louca em movimento.

Minha palavra dita à luz do sol nascente
meu madrigal de madrugada
amor amor amor amor amor presente
em cada espiga desfolhada.

Olhos de amêndoa
cisterna escura
onde se alpendra
a desventura.
Moira escondida
moira encantada
lenda perdida
lenda encontrada.
Oh minha terra
minha aventura
casca de noz
desamparada.
Oh minha terra
minha lonjura
por mim perdida
por mim achada.

[Ary dos Santos/Nuno Nazareth Fernandes/Simone de Oliveira]

Notas de Segunda

1 – As candidaturas presidenciais à Esquerda abrem espaço à vitória na primeira volta por banda de Cavaco Silva. Perante esta possibilidade real, será interessante acompanhar as lógicas de discurso daquelas candidaturas entre o ataque ao lado e o apelo à unidade.
2 – O Vaticano conta com mais 5 Santos. Serão, certamente, reforços importantes para as próximas épocas. Todos os talentos são precisos na expansão da palavra do Senhor.
3 – No Iraque havia armas de destruição massiva e por isso foi invadido. Depois, como afinal as armas não existiam, tratou-se de um invasão para pôr fim a uma ditadura opressiva e assassina. Agora que milhares de civis são mortos no Uganda ninguém parece estar preocupado em intervir. Terá o petróleo alguma coisa a ver com isto?
4 – Ao vermos os estragos do Wilma, os sismos do Paquistão ou os atentados do Iraque, somos levados a pensar: que bem que se está aqui em Portugal, sossegados, sem tragédias, que felizes somos nós…

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Arrimo da família”: aquele que sustenta a família.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [espelho de água]


Mirado da margem direita do Douro, a chegar à Régua.

j.marioteixeira@sapo.pt

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Coisas no tempo

21 de Outubro:
- 1946: Juan Peron casa com Evita.
- 1959: É inaugurado o Solomon R. Guggenheim Museum, da autoria do arquitecto Frank Lloyd Wright.

Cromos doutrora

No caso de hoje, temos um simples apelo à participação.

República: entre o Triássico e o Cretácio

A crise do Projecto Europeu [2]

A abertura a Oriente das aduanas europeias partiu de um pressuposto óbvio e evidente que tem vido a ser ocultado: haverá possibilidade de concorrência se a Europa abdicar do Estado social de modo a fazer baixar o custo de produção, o custo social. Se o preço da mão-de-obra não comportar os actuais custos, nivelando-se bem abaixo do que é a remuneração média na Europa, então aí teremos possibilidades de concorrer com a mão-de-obra quase escrava do Oriente.
Haverá quem argumente que uma via de ganhar nesta competição com o Oriente é a de apostar na qualidade e nos produtos de valor acrescentado. Acontece que tal via não dá resposta a três questões:
1 – A qualidade importa um preço, pois não se pode estar à espera que uma camisola ou um par de sapatos de qualidade custe o mesmo. Assim sendo, a qualidade é para ser vendida a quem? Àqueles cujos salários têm vindo a crescer abaixo da inflação há diversos anos?
2 – Ainda que a qualidade continue a ter mercado – porque as dificuldades económicas de disponibilidade de rendimento não impede nem o endividamento nem a existência de concentrações de fortuna, pelo contrário -, também o que é tido como de qualidade – tantas vezes confundido com a “imagem de marca” – se faz no Oriente. Não é difícil ver etiquetas “Made In China” em roupas quer das “lojas dos chineses” quer das lojas de vestuário de prestígio. As principais marcas de moda há muito que produzem no Oriente.
3 – Os bens de valor acrescentado, onde existe inovação também não dão resposta aos problemas sociais nos próximos anos, pois não se vislumbra como é possível promover uma reconversão industrial em massa, desde os instrumentos de produção até à qualificação profissional. Para que aqueles que hoje produzem camisolas de lã passem amanhã a trabalhar em micro-chips. Nem a indústria dos produtos de valor acrescentado ou de inovação poderão absorver toda a mão-de-obra disponível. Pelo contrário: a crescente mecanização/robotização das produções leva a que a intervenção humana se torne cada vez mais prescindível.
A UE colocou-se a si mesma numa encruzilhada bem mais grave do que aquela que em que se diz encontrar do ponto de vista da articulação institucional. O ritmo e o sentido da mudança social é ditado de fora para dentro, numa corrida contra o que é – ou deveria ser -, a essência do Projecto Europeu: o aprofundamento do Estado Social.

Alma lusa

Não ter atilho nem vincilho”: coisa sem sentido, disparate.

Perspectivas [Lagoa de Óbidos]

Cá do alto, contemplam-se os portões de areia da foz.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Coisas no tempo

20 de Outubro:
- 1944: A União Soviética ocupa Belgrado, capital da Jugoslávia.
- 1968: Jacqueline Kennedy casa com Aristóteles Onassis.

Cromos doutrora


Tudo quanto se refira à melhoria das condições de vida dos moradores, é prioridade destas comissões. Desta vez, uma campanha para compra de uma ambulância.

A crise do Projecto Europeu [1]

Olhando para o que se passa na maioria dos Estados-membros da União Europeia [EU], apercebemo-nos que existem diversos processos em curso de restrição do Estado Social. Não são processos que visem tornar as máquinas estaduais menos gastadoras, reduzir défices de despesa pública, melhorar a gestão das receitas orçamentais. São antes processos regressivos de direitos sociais: a contínua contenção salarial e consequente perda de poder de compra e a dilatação de idades contributivos.
Hoje a luta não é mais pela conquista de direitos sociais, mas antes pela não perda daqueles que foram conquistados. Conquistados, porque em rigor não há direitos sociais que não provenham de luta, de movimentação social, seja por base sindical seja por base partidária ou de movimentos de contestação a regimes políticos. A base dos direitos sociais é a reivindicação, a luta, a conquista. O que escapa a esta génese serão privilégios, benesses, regalias e imunidades, que raramente ganham expressão social antes se confinam a grupos específicos.
O Projecto Europeu prometia a Europa socialmente coesa, socialmente justa e equitativa. Prometia um Estado Social reforçado pela consagração de direitos sociais e de normas reguladoras do mercado que permitissem uma concorrência franca, transparente e igual. Prometia a aproximação dos Estados-membros pelo nivelamento superior, ou seja a aproximação dos Estados menos ricos às condições de vida dos Estados mais ricos. Prometia a democratização da riqueza e a vanguarda da cidadania esclarecida e responsável.
A realidade é, todavia, bem diferente: por toda a Europa se restringe direitos sociais, se faz contenção salarial, ao mesmo tempo que a EU permite distorções de mercado ao institucionalizar a quimera de que há livre e sã concorrência entre a Europa e o Oriente, como se em ambas os custos de produção fossem os mesmos. Mas não são, exactamente porque na Europa há custos sociais que o Oriente desconhece e não está interessado em conhecer.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Passeio à senhora da asneira”: visita ou caminhada sem proveito.

Perspectivas [Lagoa de Óbidos]


Completada a volta à lagoa, temos a Foz do Arelho.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Coisas no tempo

19 de Outubro:
-1960: A Mauritânia torna-se independente da França.
- 1986: Samora Machel, Presidente de Moçambique, e mais 33 pessoas, morrem vítimas de um acidente de aviação.

Cromos doutrora

Um dos temas de luta das comissões de moradores, era a reivindicação de habitação. Este é um exemplo.

j.marioteixeira@sapo.pt

OE [2]

À parte das análises técnicas que já se multiplicam, o OE apresentado por este Governo prima, quer pela recuperação do sentido realista do peso da despesa quer pela aposta num certo optimismo em cobrança de receita. Se o primeiro ajuda a encarar a realidade tal qual ela é, sem artes mágicas de ilusão como tem vindo a acontecer nos últimos anos, o segundo eleva muito alto a fasquia da cobrança fiscal, contando com um largo sucesso na invasão fiscal e uma retoma económica da Zona Euro algo optimista.
Todavia, para além da concepção e aprovação do OE, existe uma realidade posterior que irá condicionar [como tem condicionado] de modo determinante a capacidade do Estado em estimular a economia nacional: trata-se da execução do próprio OE. Execução, essa, que importa quer em sede da obtenção da receita pela liquidação e cobrança efectivas [que pressupõe o combate à evasão e à fraude fiscal] quer em sede de realização da despesa no pagamento pontual das obrigações assumidas. Ou seja, o Estado deve começar a pagar com o mesmo rigor com que cobra, até mesmo para que sirva de exemplo para os privados e os cidadãos em geral.
Mais do que opções de fundo do OE, é o rigor quer na cobrança quer no pagamento que não só faz do Estado pessoa de bem como dá efectivo cumprimento aos objectivos a que o próprio OE se propõe.
Por fim, continuará uma dúvida a rondar a avaliação deste OE: justifica-se o gasto em estudos preliminares do TGV numa altura em que o investimento público deveria ser o mais prático e directo possível rumo à estimulação da economia e com rentabilidade económica e social a curto prazo?

j.marioteixeira@sapo.pt

OE [1]

Num sentido abrangente, o Orçamento do Estado [OE] é um regulamento da contabilidade pública, um documento onde se prevê [ou se orça, daí o nome “orçamento”] e se computa receitas e despesas anuais competentemente autorizadas para um certo período financeiro [normalmente um ano]. Como as receitas e as despesas são futuras, tudo se passa no campo da previsão, daí a necessidade de haver determinação temporal.
Acresce que o OE é, basicamente, constituído por três elementos: o económico – pela previsão de receitas e despesas; o político – porque nele se baseia a gestão do Estado e as políticas do Governo e respectivas viabilidades; e o jurídico – é o instrumento jurídico que delimita os poderes financeiros da administração pública.
Percebe-se, pois, que o OE seja algo de importância fulcral à prossecução das políticas enunciadas pelo Governo e dos fins públicos a que se deve devotar a administração pública, porque é ele que fixa o que cada um pode gastar e o que tem de ser cobrado para que haja dinheiro para gastar.
Fora regras, funções e organização, estes são os traços fundamentais do OE que convém saber para que se saiba um pouco melhor do que é que se anda a falar.

Alma lusa

Estar pelos autos”: concordar.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Lagoa de Óbidos]

Continuando a contornar a lagoa.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Coisas no tempo

18 de Outubro:
- 1944: A União Soviética invade a Checoslováquia.
- 1989: Erich Honecker demite-se da presidência da RDA.

Cromos doutrora

No cromo de hoje, o apelo da comissão de moradores confunde-se com a acção sindical.
No fundo, a silhueta de uma fábrica reforça a associação de ideias.

Atestado

Portugal foi confrontado com o facto de ter um dos maiores fossos entre ricos e pobres em toda a União Europeia.
Por muito que os “anti-críticos” da classe política queiram negar, a realidade social que Portugal exibe é o maior atestado de incompetência que pode ser passado à classe política em geral.
Claro que isto é algo que não importa mediaticamente tanto quanto a continuidade, ou não, de Peseiro no Sporting.

j.marioteixeira@sapo.pt

Coisas assim

É bom conseguir romper com os nossos confortos rotineiros e sermos capazes de fazer aquele telefonema ou de enviar aquele e-mail que faça alguém sorrir, falar, desabafar ou sentir-se lembrado. Porque as nossas rotinas são avaliadas por nós, consoante sejamos capazes, ou não, de nos deixarmos amordaçar por elas.
O lamento do tempo que se escapa e a conformação são tendencialmente mais fáceis. Temos para nós a desculpa que não temos tempo, que o trabalho não permite, os horários prendem-nos e as crianças esgotam-nos. Porque a desculpa vale o conforto e a rotina o nosso perdão.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Prender-se em teias de aranha”: vacilar, perder tempo em considerações inúteis.

Perspectivas [Lagoa de Óbidos]

A calma, com alguma melancolia à mistura, envolve a lagoa.

j.marioteixeira@sapo.pt

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Coisas no tempo

17 de Outubro:
- 1860: Abre o primeiro open de golf em Inglaterra.
- 1931: Al Capone é condenado por evasão fiscal.

Cromos doutrora


Esta semana começamos, então, com a galeria dedicada às comissões e associações de moradores.
Estas organizações locais, de freguesia, de bairro, de lugar ou até mesmo de rua, foram pontos nevrálgicos de dinamização política e de captação de militâncias.
O cromo de hoje evidencia a comissão de moradores como modo de exercício do poder popular. O braço estendido de punho fechado e a palavra de ordem "contra a reacção" espelham os sinais próprios da era do PREC.

j.marioteixeira@sapo.pt

Notas de Segunda

1 – Começa a não haver muita pachorra para os ataques de irritação de Jorge Sampaio. O modo como lidou com as notícias quanto ao sentido de voto do Acórdão do Tribunal Constitucional acerca do conceito de “início de legislatura”, além demonstrar um histerismo caricato, serviu ainda para desrespeitar a própria imagem do Primeiro Ministro.
2 – Já agora, teria sido bom que Jorge Sampaio tivesse mostrado, ao longo de 10 anos, algumas irritações mais produtivas, como, por exemplo, irritar-se com a falta de um plano hidrológico nacional ou com o fracasso das políticas de prevenção de incêndios.
3 – O apelo ao fim do embargo norte-americano a Cuba promovido também por Portugal parte de uma evidência que se constata por outros exemplos do passado: quem sofre com os embargos são sempre os povos e nunca as classes dirigentes.
4 – A apresentação do Orçamento de Estado tem estimulado a imaginação da análise política e económica. Mas, no geral, há um consenso: as atenções estarão voltadas na despesa para as verbas destinadas ao investimento público, ao ensino superior e investigação tecnológica e científica, e à previsão da receita fiscal com base nas previsões de crescimento económico. Tudo à luz das boas regras de rigor orçamental. Todavia, continua a ficar de fora da lógica orçamental um dos principais obstáculos que o Estado provoca ao crescimento económico: o facto de ser mau pagador.
5 - Não há razão para o pessoal estar tão chateado com o treinador: Co Adriaanse prometeu futebol com golos...

Alma lusa

Estar de agacho”: estar preso na cadeia.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [é do Arelho]


E com razão. Só é pena que à volta deste cartaz haja lixo pelo chão, estrados em madeira apodrecidos e partidos com pregos ferrugentos...
De qualquer forma, esta semana andaremos à volta da Lagoa de Óbidos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Coisas no tempo

14 de Outubro:
- 1947: Chuck Yaeger consegue voar mais rápido do que a barreira do som.
- 1966: A cidade de Montereal inaugura o sus sistema de metro.

Cromos doutrora

Para findar esta série dedicada à Reforma Agrária, temos este exemplar que resume o sentido da luta "Um esforço criador para uma vida melhor". O trabalho manual de lançar da semente é acompanhado pelo tractor que revolve a terra.
Para a semana teremos outros cromos, desta vez dedicados às comissões e asociações de moradores.

Corporativite crónica [3]

É necessário, urgente, libertar a sociedade portuguesa, desta corporativite crónica de que padece.
Mas é também premente libertá-la das estruturas empresariais que se implantaram na advocacia portuguesa, constantemente associadas a prestações de serviços milionários com empresas públicas ou com participação de capitais públicos.
A advocacia tradicional do advogado isolado está ameaçada, face a estruturas societárias em que se agregam uns quantos nomes, cuja sonoridade está muitas vezes associada aos meandros políticos ou partidários. Não é por abnegação que se opta por uma sociedade de advogados ao invés de se ser ministro – depois de já o ter sido, claro -, ou mesmo candidato a Presidente da República. É bem mais proveitoso ser sócio de uma sociedade de advogados que arrecada clientes como a GALP, ou que consegue indemnizações vantajosas, outrora dadas como perdidas, para os seus clientes. Falando em abstracto, obviamente.
Acontece, ainda, que há já sociedades de advogados portuguesas detidas por congéneres estrangeiras.
Fora tais refinamentos, as grandes sociedades de advogados operam em moldes estranhos à relação de confiança pessoal que deveria existir entre o cliente e o seu mandatário. Há procurações que são passadas por um cliente a diversos advogados, chegando mesmo às dezenas, mudando constantemente o rosto de quem o atende. Numa lógica que, a prosseguir, não tardará a absorver os “call centers” de chamada de valor acrescentado: para aconselhamento sobre contratos-promessa para habitação prima a tecla 4.
Muitos advogados sujeitam-se a prestar o seu trabalho numa lógica de contrato de trabalho, de molde a obviarem à massificação evidente que a classe está a enfrentar.
Emerge uma nova e ainda mais frígida variante do corporativismo moderno: a das sociedades comerciais de advogados que exploram outros advogados e articulam influências e capitais entre diversas esferas do poder.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Pôr-se ao alto”: impor autoridade para evitar abusos ou indisciplina.

Perspectivas [Ponte D. Luis]

Convertida à modernidade do metro de superfície, a ponte segue cumprindo o seu destino.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Coisas no tempo

13 de Outubro:
- 1972: O avião Ilyushin-62 da companhia soviética Aeroflot despenha-se perto de Moscovo.
- 1974: Morre o apresentador norte-americano de televisão Ed Sullivan.

Cromos doutrora

Os centros de trabalho do PCP são importantes focos de dinamização da Reforma Agrária. Por eles passam grande parte das campanhas.
A alegria do rosto e o punho fechado bem erguido, associam a Reforma Agrária à liberdade e à vitória popular.

Corporativite crónica [2]

Quando a corporative crónica se manifesta de modo inflamado e infecto-contagioso em órgãos de soberania, como são os tribunais, quando o próprio Estado se deixa contaminar num dos seus três pilares essenciais, é o próprio Estado de Direito que fica ameaçado. Uma ameaça que serviu, e bem, para justificar o impedimento de quaisquer manifestações dos militares, não parece conseguir surtir efeito para pôr na ordem quem quer vilipendiar os pressupostos republicanos a coberto de um ignóbil direito de associação sindical que urge erradicar.
Durante anos, o ónus dos atrasos nas reformas da Justiça impendeu sobre a classe dos advogados, apontados como resistentes às mudanças, manipuladores das garantias e dos direitos instituídos como entraves à transformação. Todavia, durante os últimos anos, foram eles quem viram a sua voz a enfraquecer aos ouvidos do legislador, suportaram os custos de um apoio judiciário que facilita o acesso ao Direito e aos tribunais por banda do cidadão mais carenciados, padecem dos atrasos dos tribunais e do descrédito da Justiça por quem dão a cara aos clientes, e vão sendo progressivamente ignorados pelas magistraturas.
Mesmo assim, os advogados - aqueles que o são mesmo, que vão aos tribunais, às conservatórias e aos notários, que fazem julgamentos e debates instrutórios, etc., e que não se devem confundir com a nova advocacia societária que se move por caminhos misteriosos - ainda teimam em querer debater a Justiça e as suas reformas, a sua Ordem teima em defender o Estado de Direito Democrático acima dos interesses da classe, e persistem em defender o acesso ao Direito e aos tribunais como meios essenciais a uma efectiva cidadania.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Advogado do diabo”: o que na cúria romana contesta os méritos dos candidatos à canonização.

Perspectivas [Escadas dos Guindais]



Junto à Muralha Fernandina, no Porto.

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Coisas no tempo

12 de Outubro:
- 1938: Começam as filmagens do “Feiticeiro de Oz”.
- 1968: Abrem os Jogos Olímpicos de Verão na cidade do México.

Cromos doutrora

As jornadas de luta dão vigor à causa. O combate ao fascismo e à reacção, passam pela defesa da Reforma Agrária.

j.marioteixeira@sapo.pt

Shakespeare

Ser ou não ser, eis o tabu [em contagem decrescente].

j.marioteixeira@sapo.pt

Erros de casting e o caso que não existe

Há dois erros crassos de opção que o PS deverá acautelar para o futuro: as opções para Lisboa e para Sintra.
Na capital, a escolha de Manuel Carrilho adivinhava-se desastrosa. Quem tivesse dúvidas, bastaria recordar como foi o exercício do seu mandato de Ministro da Cultura e, acima de tudo, o que se passou após a sua saída do Executivo de António Guterres.
A escolha de Manuel Carrilho visou impedir um entendimento à Esquerda, para a criação de uma frente comum que protagonizasse uma candidatura única. Mas o predomínio centrista da actual direcção de José Sócrates não permitiu semelhante.
Depois houve Sintra, com a vitória por mérito próprio de Fernando Seara face a um candidato que ia notoriamente em busca da desforra. João Soares é, em termos autárquicos, um derrotado: antes Lisboa e agora Sintra. Também aqui a escolha foi um erro de casting.
Por fim, assistimos a um caso que na verdade não existe: Marques Mendes e José Sócrates convergem na ideia que os resultados autárquicos não podem por em causa a estabilidade governativa. Ora, um Governo com maioria absoluta mal iria se caísse por resultados autárquicos menos bons. Trata-se de um assunto que não o é, de um caso que não existe, que apenas serve de isco a perguntas especulativas dos jornalistas. E para nos fazerem de papalvos.
j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Na bacia das almas”: do que é adquirido ao desbarato.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [globalização]


O galo não é só de Barcelos.

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Coisas no tempo

11 de Outubro:
- 1884: Nasce Eleanor Roosevelt.
- 1986: Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev encontram-se em Reykjavik, na Islândia, para ultimar as conversações de desarmamento na Europa.

Cromos doutrora


A solidariedade internacional não poderia passar ao lado da Reforma Agrária.
A união faz [ou faria] a força.

Variações sobre o mesmo

Ouvir Marques Mendes dizer que os resultados eleitorais em nada tem com a governação, não só relembra o episódio da demissão de António Guterres, como valoriza os resultados alcançados por direito próprio das candidaturas vencedoras. Se Carmona Rodrigues ou Rui Rio venceram foi por méritos próprios e não porque havia vontade do eleitorado em penalizar o Governo.
Por seu turno, José Sócrates diz que tirar ilações destes resultados eleitorais para a governação do país, é um péssimo serviço à Democracia. Ora, aí está uma boa lembrança crítica da decisão de António Guterres se demitir mercê de resultados eleitorais autárquicos.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Ser alho em assunto”: ser especialista na matéria.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [globalização]

Numa sociedade globalizada, faz todo o sentido.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Coisas no tempo

10 de Outubro:
- 1964: Abrem os Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio.
- 1979: o jogo Pac Man é lançado no mercado nipónico.

Cromos doutrora

Prosseguindo a rubrica da Reforma Agrária, temos hoje um jornal ao serviço da causa.

j.marioteixeira@sapo.pt

Notas de Segunda [em espírito “oxalá”]

1 – Duas vitórias que valem pelas correspondentes derrotas: a de Carmona Rodrigues bem como a de Fernando Seara, versus Manuel Carrilho e João Soares. São vitórias algo irónicas: vitórias da Direita que podem auxiliar a Esquerda a desembaraçar-se de alguma tralha. Oxalá.
2 – Um discurso de vitória muito interessante, não pelo conteúdo mas pelo momento, foi o de José Sá Fernandes, pelo facto de ter sido proferido na companhia de José Miguel Judas. Este último, a continuar assim, ainda há-de ser mandatário nacional da candidatura presidencial de Carmelinda Pereira em 2016. Oxalá.
3 – A “Fatinha” conseguiu os seus romanos intentos: “vene, vede, vici”. Depois de assentar o pó que ainda paira no ar, poderá ser que um dia se comece a aprofundar aquilo que está na base do “Caso Felgueiras”: financiamentos do PS, fluxos de capitais, donativos e destinos. Oxalá.
4 – A derrota de Avelino Ferreira Torres, retira fundamento a quem persiste em dois erros: achar que os eleitores são acéfalos e colocar no mesmo saco nomes como aquele candidato, Valentim Loureiro ou Isaltino de Morais. Por enquanto vale o repúdio inteligente das gentes de Amarante pelo modo arrogante, fanfarrão e caciqueiro de fazer política e de estar na política, até para que sirva de exemplo. Oxalá.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Adeus de mão fechada”: despedida ofensiva ou obscena.

Perspectivas [Fátima]

Isto, sim, é obra social.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Coisas no tempo

7 de Outubro:
- 1977: É aprovada a quarta e última Constituição Soviética.
- 1982: O musical Cats estreia na Broadway.


j.marioteixeira@sapo.pt

Cromos doutrora


O órgão de informação oficial do PCP não poderia ficar de fora.

j.marioteixeira@sdapo.pt

Corporative crónica [1]

Se dúvidas houvessem, o último debate televisivo à volta da Justiça, demonstrou que as magistraturas e os funcionários judiciais pseudo-representados pelas respectivas estruturas sindicais têm apenas um fito corporativista nas suas acções, que se manifestam em práticas concertadas.
O que leva os senhores magistrados [judiciais e do Ministério Público] a convocar greves, são interesses de carreira e de estatuto socioprofissional, privilégios.
Não os move as preocupações com a morosidade da Justiça, com o custo disparatado da mesma, a crescente falta de crédito dos tribunais, a nuvem de desconfiança que paira sobre a independência do poder judicial face ao poder político. Não é isso que aflige os sindicatos das magistraturas [ou associações sindicais, como gostam tanto de vincar, quando sabem que face ao Direito as estruturas sindicais valem o mesmo não importa o rótulo].
O que os aflige é a perda de regalias.

j.marioteixeira@sapo.pt

Alma lusa

Dormir achiqueirado”: marido que dorme separado da mulher.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Estorães]



Junto à praia fluvial, em Ponte de Lima.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Coisas no tempo

6 de Outubro:
- 1908: A Áustria anexa a Bósnia e a Herzegovina.
- 1981: Mohamed Anwar el-Sadat, Presidente do Egipto, é assassinado durante uma parada militar no Cairo.

Cromos doutrora

Continuando pela Reforma Agrária.
O movimento sindical afecto ao PCP não poderia ficar de fora.

Cambiante

Um cigarro
Sentes frio
Em todo o corpo,
Tremes de medo
E por fim suspiras.

Acendes mais um cigarro
E perdes-te nas palavras.

Vês no fumo
Rostos distorcidos,
Almas envolventes
Te observam.

Por minutos
Só tu existes.

Vais fumando
E nada surge,
Sempre os mesmos quadros
E paredes.

Não há calor,
Só frio e pena.

Sem querer
Queimas o filtro,
E logo apagas
Esse cigarro.

Conservas na boca
O sabor do passado.


j.marioteixeira@sapo.pt

NOTA: o autor deste blogue pede desculpa a todos aqueles que, eventualmente, estariam à espera de um texto ou de palavras de diferente sentido. Desta vez, deu-lhe para a poesia, num busca pelos seus arquivos de palavras escritas outrora.

Alma lusa

Pôr a consciência em almoeda”: transigir em questões de princípios por vantagens materiais oferecidas.

Perspectivas [Quinta de Pentieiros]

São muitas as gerações que aprendem coisas da vida nesta quinta pedagógica.