segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

"EUROPA DOS CIDADÃOS"

É o título do post de Guilherme D`Oliveira Martins, na Casa dos Comuns, e que começa assim:
"A “Europa das Pátrias” cede lugar à “Europa dos cidadãos”. Por muito que haja resistências, a verdade é que, em vez de uma posição defensiva, torna-se indispensável tomar o conceito inclusivo de cidadania. A “Europa dos cidadãos” não pode fazer esquecer as diversas instituições, como factores de integração e de coesão. Daí a necessidade de compreender que a “pátria” é um lugar de pertença, de memória e de identidade. A “identidade” deixa de ser perigosa quando se integra num contexto de diversas pertenças e serve para caracterizar o que somos e o que nos distingue dos outros. Por isso, a ideia de fronteira deixa de ser sinónimo de separação, para se tornar linha de diálogo, de troca e de preservação da memória. As diferenças e os conflitos são conaturais à humanidade, como o diálogo, a complementaridade e o intercâmbio". [...]
Ora, o rumo que defende para o Projecto Europeu contradiz a génese do mesmo: o Projecto visava a criação de uma Europa das Nações. O recurso à terminologia de "Europa dos Cidadãos" não é mais do que um eufemismo para dar um último e derradeiro passo rumo aos "Estados Unidos da Europa", a nova Pátria, a nova Nação.
No dia em que se diluam as divergências e as pluralidades a que dá o nome de "soberanismos" e "nacionalismos", teremos uma Europa formatada, homogeneizada, onde os traços culturais e os sinais distintivos das diversas pátrias se fundiram num só.
Compreendo que depois da perda simbólica da moeda com o Euro, as diversas Pátrias terão muito pouco a que se agarrar para firmarem as suas legítimas diferenças. Tanto é assim que se defende uma Constituição para um conjunto de Estados soberanos [pelo menos parcialmente soberanos, ainda].
Seremos patriotas sendo europeus, amaremos a Nação que é a Europa. Tudo mais serão memórias passadas de séculos de afirmação e de coesão das antigas pátrias.
Tudo feito sem Assembleia Constituinte e com referendos a primar pela abstenção. E no entanto, será a "Europa dos Cidadãos".

Ir às vozes

As declarações de Saldanha Sanches acerca de luvas exigidas por autarcas, quedam-se pela polémica passageira e inconsequente. Saldanha Sanches poderia ter defendido um controlo mais severo em termos de património declarado e usufruído pelos titulares de cargos políticos antes e depois do exercício dos respectivos mandatos. Não só abordaria a suspeita generalizada, que há, acerca do “enriquecimento sem causa” [eufemismo meu…] dos titulares de cargos políticos e públicos, como também se resguardaria de quaisquer contra-ataques em sede probatória.
Saldanha Sanches foi pelo pior caminho. Não é que não seja corrente desconfiar-se da fortuna alegadamente alcançada por políticos. Não é que não se fale, não se comente ou não se conte. Mas isso acontece em surdina, à conversa, indo às vozes. Todavia, afirmar publicamente que “o número de autarcas que exigem luvas para instalar empresas no seu concelho é assustador” obrigará a provar a afirmação em sede dos próprios números.
A ironia da verdade é que as coisas são faladas, há sinais, há desconfianças, há até mesmo factos. E também há boatos e má-língua. No meio de tudo isto resulta claro apenas uma só coisa: o perene sentimento de impunidade mercê da inoperância da Justiça. Talvez porque se esqueça que antes de ter sido instaurada a Democracia em Portugal, já as nossas instituições existiam. E os grémios também...

j.marioteixeira@sapo.pt

A importância de se chamar Scorsese

Uma vez mais Martin Scorsese foi marginalizado pela Academia de Hollywood.
Estou convencido que a idolatria criada à volta de Clint Eastwood é a natural reacção Republicana ao sucesso de Michael Moore pelo Óscar de 2003 e por "Fahrenheit 9/11"
Um dia Scorsese ganhará um Óscar, só espero que não seja a título póstumo: seria um exagero de cinismo.



Herpetologia [V]

O afastamento das eleições directas para eleger o próximo líder social-democrata, não só reforça a ancestral lógica de “renovação” partindo e concluindo na estrutura, como também torna eficazmente inútil novas inscrições ou regularizações de quotas.
As espécies prevalecem não por haver sangue novo mas pela transmissão segura e cíclica do seu suporte genético.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [quando o chão acaba III]


De frente para o sol. A luz ilumina, mas também pode cegar.

j.marioteixeira@sapo.pt

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Guterres ensina Iraquianos a governar

"«Trata-se de uma aula sobre como governar em democracia, como fazer coligações e como funciona um Estado de Direito, mas sem qualquer espécie de paternalismos», disse o ex-primeiro-ministro português à TSF.Promovida pelo «National Democrat Institute» - entidade que pertence ao Partido Democrata dos Estados Unidos -, a conferência reunirá todos os partidos iraquianos que participaram nas eleições de 30 de Janeiro, incluindo os que se definem como islamistas".
[in TSF]
O futuro do Iraque apresenta-se cada vez mais risonho...

Taiwan

O levantamento do embargo de venda de armas à China, poderá ser aproveitado pelo Gigante do Sol Nascente como margem de manobra para o recurso à via militar na resolução do "Dossier Taiwan".
Um perigo a considerar com redobradas cautelas.

Herpetologia [IV]

Breves apontamentos de observação:

- Para Marques Mendes discutir as directas está fora de questão. A renovação segura só poderá advir do aparelho.
- Os erros do passado reportam-se aos meses de gestão de Santana Lopes, onde se deu o acantonamento do PSD à direita, tropeções nas políticas financeiras e económicas. Posteriormente também houve crassos erros de campanha.
- Estimulado acerca da gestão de Durão Barroso, disse: “Houve seguramente erros, a obra humana tem falhas, mas houve aspectos muito positivos como a consolidação das contas públicas...” Para contestar a responsabilidade de Durão Barroso com a ida para Bruxelas, a resposta não poderia ser mais clara: “Os portugueses querem é saber do futuro, o que interessa o futuro, o futuro, o futuro é muito importante…
- Todo o discurso, redondo e de lugares comuns, centrou-se coerentemente na diabolização de Santana Lopes, ao serviço do branqueamento de Durão Barroso e do apoio dos "Barrosistas".

Uma curiosidade colateral:
- “Não se ouviu nenhuma voz de protesto do PSD contra a ida de Durão Barroso para Bruxelas” [Judite de Sousa].
Terá Pacheco Pereira ouvido essa?

Nota: um dos interesses de fundo da herpetologia, é que o estudo dos répteis permite perceber a capacidade de adaptação das espécies às modificações do ambiente em que vivem e do qual dependem. E em termos de adaptabilidade, os répteis são uma referência maior.

j.marioteixeira@sapo.pt

Invocando São Cesário

"Eu vos rogo, irmãos caríssimos, que reflictamos sobre o significado de sermos cristãos e sobre o sinal da cruz de Cristo que trazemos na fronte. Não nos basta - bem devemos saber - termos recebido o nome de cristãos se não agimos como cristãos, conforme disse o próprio Senhor no Evangelho: "De que adianta dizer: <>, se não fazeis o que eu digo?" (Lc 6,46). Se mil vezes te proclamas cristão e fazes o sinal da cruz, mas não dás esmola de acordo com tuas possibilidades e não queres ter amor, justiça e pureza, de nada te aproveitará o nome "cristão".
Sim, é uma grande coisa o sinal de Cristo e a cruz de Cristo, mas, precisamente por isso, grande e preciosa deve ser também a realidade assinalada por tão precioso sinal. De que adianta fazer um selo de ouro, se o que está por dentro é palha podre? De que adianta andar com o sinal de Cristo na fronte e na boca se o que ele encerra são nossos pecados e delitos? Pois, quem pensa mal, fala mal e age mal e, se não quiser corrigir-se, a cada sinal da cruz seu pecado não só não diminuirá como aumentará.
É o caso de muitos que, ao furtar, adulterar ou agredir a pontapés, fazem o sinal da cruz e nem por isso deixam de fazer o mal. Ignoram esses infelizes que, com isso, atraem mais demónios para dentro de si em vez de expulsá-los
".
Hoje é o dia da sua invocação. Todavia, as suas palavras mereciam invocação diária.

Perspectivas [quando o chão acaba II]


Como acontece aqui em Pala [Baião], de onde se contempla o Rio Douro.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

PSD versão Botox


[Foto da Botox Cosmetic]
Luís Filipe Menezes promete renovar principais rostos da direcção do PSD
"O ex-presidente da Câmara Municipal de Gaia Luís Filipe Menezes prometeu hoje renovar "os principais rostos da direcção do PSD" se for eleito presidente do partido no congresso que se deverá realizar entre os dias 23 e 24 de Abril”.
[in Público]

Já se ficou a perceber quem patrocina a candidatura de Filipe Menezes.

China: a nova divergência Europa/EUA

"DESPITE all the fence-mending that has taken place during George Bush’s tour of Europe, some transatlantic disagreements could not be prevented from spilling into the open. The most awkwardly visible of these is the European Union’s planned lifting of its embargo on arms sales to China, which the United States opposes. On Tuesday February 22nd, Mr Bush said that: “There is deep concern in our country that a transfer of weapons would be a transfer of technology to China which would change the balance of relations between China and Taiwan.” If the EU went ahead with the lifting of the ban, he added, it would have to “sell it” to America’s Congress, which, he suggested, might retaliate with restrictions on technology transfers to Europe.
The EU will lift its Chinese arms embargo, introduced after the 1989 Tiananmen Square massacre, later this year. This, the Union hopes, will open the door not only to profitable weapons sales but to closer trade relations in general with an emerging economic superpower. In an effort to assuage American concerns, the Europeans say they will limit the transfer of advanced technology by strengthening their “code of conduct” for arms sales; and that they will inform the Americans of any arms sales that would have been prohibited under the embargo. This week, France’s President Jacques Chirac said the embargo would be lifted under conditions that Europe and the United States “define together
".

[in Economist]

O levantamento do embargo à China, é o novo braço-de-ferro entre a Europa e os EUA. Se somarmos a pressão sobre o Irão e as críticas à Rússia, não é difícil prever momentos conturbados na política externa norte-americana.

Qual será a reacção do conjunto da Europa?

j.marioteixeira@sapo.pt

Entretenimento

Todos os dias somos bombardeados com pseudo-reportagens na peugada dos novos ministros. A comunicação social faz disso campo de batalha das audiências, tentando surpreender com um nome, uma hipótese, uma possibilidade.
A composição do Governo importa cuidados acrescidos nos tempos que vivemos, quer porque a selecção importará um compromisso claro para um política continuada que uma maioria absoluta exige quer para que as clivagens não comprometam a possibilidade única de que goza do PS para se afirmar com credibilidade.
Aliás, torna-se notória que a sofreguidão só existe na comunicação social. A população em geral apresenta sinais de tranquilidade, como que descomprimindo da pressão mediática a que foi sujeita, das manobras de apelo e de sedução da campanha eleitoral e pelo sentido de dever cumprido de mudança.
O resto não é para levar a sério, é só para ver no ecrã e chama-se entretenimento.

Coincidências à Direita

Desde o fim da governação cavaquista que o PSD encontra-se refém de Cavaco Silva. As eleições presidenciais, os sucessivos tabus, os artigos de opinião e as mais recentes reacções partidárias assim o demonstram.
Por seu turno, o CDS-PP sente-se órfão após o anúncio de abandono de liderança por parte de Paulo Portas. Ninguém quer assumir a sucessão, e a esperança para os próximos 4 anos de oposição a um Governo de maioria absoluta é o regresso do próprio Paulo Portas.
Como outrora, a Direita volta a mergulhar no providencialismo.

j.marioteixeira@sapo.pt

Herpetologia [III]

Os nomes que querem dar força à mudança no PSD sucedem-se. Gente sem qualquer ligação com o passado. Rostos de renovação, de transformação.
Os bons começam, finalmente, a vir à tona, expulsando, excomungando os maus. Como se de um milagre de moeda se tratasse.
Propalam-se tempos de viragem e de inovação.
Tempos fantásticos, estes, ao serviço da espécie.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [quando o chão acaba]


Como acontece aqui no cais de Bitetos [Marco de Canavezes], banhado pelo Rio Douro.


j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

O Aviz

Estranhava já a ausência de notícias para os lados do Aviz. Agora percebi o motivo: obras.
Apreciei de modo especial o post ”Habituem-se”.

Herpetologia [II]

Quem vier a suceder a Santana Lopes, terá as autárquicas à porta, o mesmo podendo-se dizer dos autarcas.
Compromissos terão que ser assumidos e um deles ganha relevo: Isaltino Morais.
Quem terá a coragem de comprometer resultados pelo respeito à seriedade?

j.marioteixeira@sapo.pt

Parabéns aos Marretas!

O Blogue dos Marretas está de parabéns: 2 anos a marretar. Haja marreta[s]!
Saudações Bloguistas.

A Justiça no dia seguinte

"Criar condições para implementar a Reforma da Acção Executiva, baixar as custas judiciais e fomentar o sistema de acesso ao direito são as prioridades definidas por Rogério Alves, a curto prazo, que devem ser pensadas pelo novo Governo socialista. A médio prazo, o bastonário considera ainda essencial a revisão dos Códigos de Processo Penal e Civil, uma intervenção na formação de advogados e magistrados e a revisão do mapa judiciário. Rogério Alves defende a necessidade do futuro titular da pasta "ouvir quem tiver de ouvir": advogados, magistrados, empresas, sindicatos e académicos e apela ainda a José Sócrates: "o futuro ministro terá que ter coragem para reformar".
[Rogério Alves, Bastonário da Ordem dos Advogados]

Herpetologia

Filipe Menezes e Fernando Ruas, grandes apoiantes de Santana Lopes, iniciaram já a sua descolagem do líder proscrito.
A luta pela sobrevivência tem regras muito próprias em cada fauna. O próximo congresso do PSD não será excepção.

Perspectivas [ver de cima II]


O Rio Douro e as suas margens, numa luminosidade nebulosa muito própria.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Ilusão

A vinda da chuva e do cinzento, serve para lembrar que há meses que vivíamos na ilusão de não estarmos no Inverno.

Fifty ways to leave your lover

"The problem is all inside your head, she said to me
The answer is easy if you take it logically
I'd like to help you in your struggle to be free
There must be fifty ways to leave your lover
She said it's really not my habbit to untrue
For the more I hope my meaning won't be lost on this construe
So I repeat myself, at the risk of being cruel
There must be fifty ways to leave your lover, fifty ways to leave your lover" [...]
[Paul Simon]
Para os congressos que se avizinham, há sempre a canção de Paul Simon.

Sexo à distância

"The new hi-tech invention of the sex industry allows to enjoy the pleasure of "distant sex." Each kit contains: a computer board, headphones and a microphone for naughty communication online. Everything is complete with a vibrator or a vagina (depending on user's sex) - they are connected to personal computers through computer boards. According to instructions, a male partner can control the vibrator of a woman and talk to her on the microphone, whereas the female partner in her turn is able to manipulate the vagina used by a man".

[in Pravda]

Ainda para mais, os cientistas chineses que participaram no invento, garantem a sua fiabilidade.

j.marioteixeira@sapo.pt

Diplomacia Bush

As coisas não estarão a correr muito bem a Bush na Mãe Rússia:
"Enough. If George W. Bush is arrogant enough to speak about Russia's supposed lack of democratic processes on the eve of his summit with President Vladimir Putin in Bratislava, then let us treat this insult with the answer it deserves.
"I also believe that Russia's future lies within the family of Europe and the transatlantic community", said George W. Bush in his address at the Concert Noble, Belgium, today.
For the information of this President, who parachutes into Europe once every two years because he dare not step off an aircraft in most countries outside his own, Russia has always been part of Europe, while the USA has not. Therefore what authority does this citizen of the USA have in speaking about European affairs?
"
[...]
""Russia, to make progress as a European nation must renew a commitment to democracy and the rule of law".
Democracy? President Putin was elected by a democratic process, was he not? Rule of law? Did the Russian Federation break every rule in the book by breaching the Geneva Convention and UN Charter, launching an illegal war, based on barefaced lies, slaughtering tens of thousands of innocent people in a sovereign nation? No
."
[...]
"Russia respects the rule of law by insisting on following the UN Charter in all cases. Does the USA?
No? Then George W. Bush had better shut up and watch what he says. Who the hell does he think he is, anyway? He was elected by a percentage of his people to govern his country. Nobody asked for his opinion elsewhere and nobody accepts his authority outside the USA. He was not elected by Russians, after all
".
[in Pravda]
Embora se trate de um artigo de opinião de Timothy Bancroft-Hinchey, não deixa de transparecer que algo vai mal a Leste para a Administração Bush.

Terramoto no Irão: tragédia irónica do destino


[Foto via New York Times]
A tragédia humana poderá atrasar o ímpeto da nova cruzada norte-americana.

"Referendo europeu"

Para ler no Causa Nossa, a propósito de uma interrogação a Vital Moreira.

Perspectivas [ver de cima]


Porque hoje chove, contemplemos o Gerês.

j.marioteixeira@sapo.pt

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Sócrates também ganhou em "Madrid"

"MADRID, Feb. 20 - Portuguese voters appeared Sunday to be choosing the Socialist candidate, José Sócrates, to become the country's fourth prime minister in three years".
Como se pode ver, o "amigo americano conhece bem Portugal. Daí que escreva "MADRID" ao invés de "LISBON".
Valeu a pena a Expo98, o Euro2004, a Convenção dos Açores e a ida para o Iraque, Durão Barroso na Comisão Europeia...

O referendo em Espanha e a abstenção [II]

Segundo conta o El Mundo, os resultados e a participação no referendo estão a servir de polémica entre o PSOE e o PP.
Será isto um mau presságio?

j.marioteixeira@sapo.pt

O referendo em Espanha e a abstenção

"«Bien sûr, nous souhaitons exprimer notre satisfaction à l'issue du référendum en Espagne (...) Je pense que cela permet d'envoyer un signal d'encouragement aux autres Etats membres et aux quelque 220 millions de personnes qui seront appelées à se prononcer sur la Constitution», a affirmé Margot Wallstroem lors d'une conférence de presse.
Toutefois, «le taux de participation continue de représenter un défi», a relevé Mme Wallstroem.
«C'est une raison de plus incitant les gouvernements, parlements et institutions européennes à intensifier la campagne afin d'informer le public sur la Constitution», a-t-elle ajouté.
«Nous nous inquiétons tous à propos de la participation en général. C'est un défi pour la démocratie», a encore indiqué la commissaire européenne, en rappelant le précédent des dernières élections pour le Parlement européen en juin 2003, qui avaient connu des taux d'abstention records
".

No referendo espanhol só participaram 42,32% dos eleitores, tendo ganho o "sim" por 76,73%, contra 17,24% do "não". Acresce que a percentagem de votos em branco foi de 6,03%.
A alta abstenção [57,68%] preocupa, naturalmente, a Vice-Presidente da Comissão Europeia. Mas não só. Preocupa qualquer um que defende uma participação esclarecida e consciente, para que não se desvirtue a razão de ser de um referendo.

O que se diz lá fora [II]

C'est une victoire "historique", titrent les journaux. En obtenant 45 % des suffrages et 120 sièges sur 230, contre 28,7 % des voix et 72 députés, seulement, au parti du gouvernement conservateur sortant, le Parti social-démocrate, le Parti socialiste (PS) de José Socrates remporte les élections législatives anticipées de dimanche 20 février à la majorité absolue. Un score jamais atteint par le PS, qui, trois ans après sa défaite aux législatives de 2002, au lendemain de la démission surprise du premier ministre socialiste, Antonio Guterres, reprend les rênes”.
[…]
Cependant, à la fin des années 1990, les socialistes de M. Guterres n'ont pas su profiter du boom économique mondial et de la baisse considérable des taux d'intérêt engendrée par l'arrivée de l'euro pour mettre à plat les structures du pays et opérer les réformes nécessaires. Au contraire, ils ont laissé filer les dépenses, notamment celles d'une administration qui absorbe à elle seule 15 % du PIB du pays, en engageant près de 200 000 nouveaux fonctionnaires. Avec la baisse des taux d'intérêt, l'endettement des familles a doublé. La sanction est venue en 2001 : avec un déficit à 4,2 % de son PIB, le Portugal fut le premier pays européen à souffrir une procédure pour déficit excessif”.
[…]
Pour redresser la barre, le premier ministre conservateur José Manuel Durao Barroso a mis en place à partir de 2002 une politique d'austérité drastique, allant jusqu'au gel des salaires. Mais sacrifiant au passage, selon l'opposition, qui l'accuse de "fondamentalisme bruxellois", la croissance à la stabilité budgétaire. Dès 2002, le Portugal était en récession et M. Barroso en a payé les conséquences aux élections européennes de juin 2004”.
[in Le Monde]

j.marioteixeira@sapo.pt

O que se diz lá fora

Three years of government by the centre-right and conservative coalition government formed by the PSD (Social Democrats) and CDS/PP (Conservatives) was enough to send the Portuguese to the ballot boxes to deposit their faith in the hands of the Socialists, led by Jose Sócrates.
To note, the Communist Party (PCP) which, together with the Ecological Green Party forms the Unitary Democratic Coalition (CDU) saw its vote increase for the first time since 1985 and the Left Block, a coalition of various leftist formations, saw its number of MPs increase almost threefold, from 3 to 8
”.
[…]
While it is true that the E.U. convergence criteria, which force Portugal to limit its deficit to 3% of its GDP, hampering any margin of movement, it is also true that the policies adopted by the Social Democrats and Conservatives were perceived as wholly inadequate. The unemployment doubled in three years, breaking through the 7% barrier and in Portugal, the public finances are in such a chaotic state that some families had to wait up to seven months for the first payment from the unemployment benefit. Unbelievable, but true.
The burden was too hard for the Portuguese people to bear, at a time when the adoption of the Euro saw a sharp increase in prices, while a salary contention process has meant that practically all members of society are in real terms earning less than five years ago
”.
[…]
In fact the problem was not Santana Lopes - he inherited a chaotic situation from the former Prime Minister, Jose Barroso, who took the first opportunity to leave a post for which he was not cut out and bolt for Brussels”.
[in Pravda]

j.marioteixeira@sapo.pt

Boato

Constou-se que ontem foi ouvido um enorme suspiro para os lados do Palácio de Belém.

j.marioteixeira@sapo.pt

Voto em branco

O número de votos em branco aumentou de 54999 em 2002, para 103555 em 2005, crescendo quase 90%.
Significa isso que o número de eleitores insatisfeitos com a classe política cresce, e fazem questão de o demonstrar exercendo o seu direito ao voto. O número poderá parecer insignificante, mas se tivermos em conta a conjuntura destas últimas eleições e a mobilização do voto para a mudança de Governo, seria bom que se prestasse mais atenção a estes sinais. Mas não. As grandes vitórias e as grandes derrotas fazem esquecer tudo o mais.

É curioso [II]

Como se manifestou a onda de vitória laranja sentida por Santana Lopes durante a campanha eleitoral.

É curioso

Quando Jerónimo de Sousa apareceu, não faltaram coros de maus augúrios para o PCP, redobrados em eleições nitidamente bipolarizadas. O PCP iria iniciar o irreversível processo de queda livre. Jerónimo de Sousa [afinador de máquinas, imagine-se!] era um líder errado, num partido errante.
Como os resultados, com a frieza e objectividade dos números, destruíram semelhante teoria, arranjam-se razões para sustentar que poderia ter acontecido, ou então que mais tarde ou mais cedo irá acontecer. Tanto mais que importa combater o ortodoxismo e a preconcepção de ideias.
Tudo muito objectivo e plural, portanto.

Uma dúvida considerada

Considerando a estrondosa derrota de Santana Lopes;
Considerando a posição assumida por Marques Mendes como um autêntico pré-candidato à liderança do PSD;
Considerando o anúncio da convocação de um congresso extraordinário;
Considerando toda a oposição à liderança e rumo do PSD;
Para quando uma candidatura de Pacheco Pereira à liderança do PSD? Ou não será esta a atitude que falta [a candidatura] no tempo [de crise] e no espaço [congresso]?

j.marioteixeira@sapo.pt

Acabaram-se as deculpas

O PS conquistou a maioria absoluta. Não há mais razões para adiar reformas.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [fluxo]

O fluxo da água contorna todos os obstáculos, não importa o tamanho deles. E em cada queda ganha oxigénio, revitalizando-se.

j.marioteixeira@sapo.pt

domingo, 20 de fevereiro de 2005

Os três lados da moeda

Conforme prometido ontem:

O fim destas eleições auspicia tragédia. Há
claramente um conjunto, mais ou menos pardo, de vozes que anseiam por gritar, por falar alto. Haverá gente a reclamar vingança pelo que vem sucedendo e pelo que já sucedeu.
Olhando para o que se passa no PSD nestas eleições, não é difícil concluir acerca da matriz comportamental de alguns dos seus militantes mais ilustres: uma virtuosa decadência rumo à regeneração viciada. Aguardam a queda de Santana Lopes, num misto de ansiedade e de ambição.
Desde o processo de indigitação de Santana Lopes até ao actual momento, começou uma espécie de culto contracorrente à liderança. Independentemente dos claros e manifestos contributos que o próprio Santana Lopes deu a favor de quem o criticava, o certo é que o mesmo foi levado a ombros pelo aparelho partidário social-democrata. E aqui começou a consolidar-se grande parte da fraqueza deste PSD.
A fraqueza do PSD é a mesma que atravessa grande parte dos partidos políticos, mas que se denuncia mais pelo actual momento: a falta de personalidades com garra de liderança. A fraqueza do PSD enquanto partido de governação manifestou-se claramente com Durão Barroso que preferiu coligar o seu partido ao PP a ter de enfrentar a oposição parlamentar. Em nome da clássica estabilidade que todos reclamam e garantem. Dois anos volvidos de discurso da tanga e de compromissos de austeridade, Durão Barroso foge. Começa o “Pobre país” no Abrupto e a subida em flecha do respectivo “sitemeter”. Só depois veio Santana Lopes, e já o aparelho do PSD estava órfão de liderança e assustado com a perda do poder. Dividido, como o deixara Durão Barroso com a sua fuga, ainda que conseguindo pagar muito do silêncio com a permanência do PSD no poder.
Mas alguém terá de ser sacrificado e Santana Lopes cumpre os requisitos: pelo tempo que vivemos e pela pessoa que é. A razão do seu sacrifício resultará das razões que o levaram à governação, a par do seu desconcerto de ideias e de convicções.
Um dia Durão Barroso irá voltar, quem sabe até como aquele que poderá dar um rumo ao país. E isso é que é preocupante: a virtuosa decadência rumo à regeneração viciada. Uma regeneração ainda mais preocupante porquanto o PSD tem especiais responsabilidades de governação porque é essa a sua marca, a sua predisposição e a sua matriz. E terá sinais exteriores bem claros, como o regresso de Cardoso e Cunha a uma qualquer presidência de uma empresa pública, numa clara vitória do aparelho partidário sobre qualquer lógica de interesse nacional. Sendo fraco, o PSD enfraquece, ainda mais, o país. É algo que, por isso mesmo, importa cuidar, mesmo para mim que não me identifico nem com o PSD nem com o seu espaço eleitoral.

Este é o terceiro lado da moeda, a face do rebordo, comprimida entre o anverso dos resultados eleitorais e o reverso dos destinos do país. O que torna tudo um pouco mais sórdido e decadente. E pior: tendencialmente irreversível.

j.marioteixeira@sapo.pt

sábado, 19 de fevereiro de 2005

Pensando bem...

... publico apenas o início do texto que tinha previsto para hoje:
"O fim destas eleições auspicia tragédia. Há claramente um conjunto, mais ou menos pardo, de vozes que anseiam por gritar, por falar alto. Haverá gente a reclamar vingança pelo que vem sucedendo e pelo que já sucedeu".
O resto será publicado amanhã, após o fecho das urnas. Afinal, hoje é dia de reflexão [ou descanso].

Perspectivas [auspiciando]


Um pôr-do-sol, visto do Alentejo, e relembrado hoje. Porque amanhã dizem que muita coisa vai mudar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Porque amanhã é diferente

Estarei cá por um auspício e uma moeda...

Um cartaz para Santana


Um pouco tarde para fazer sugestões, eu sei. Mas ainda assim conta a intenção: um pequeno eufemismo à volta da expressão “fazer amor”, absolutamente inocente.

j.marioteixeira@sapo.pt

O desespero laranja na demagogia santanista

Foi hoje distribuído no Concelho de V.N. Famalicão um panfleto de Santana Lopes que apresenta 5 razões para votar PSD, sendo uma delas merecedora de reflexão:
"Na Justiça tivemos a coragem de levar a Tribunal os grandes casos que já se arrastavam por muitos anos".
Sem mais!
O PSD faz as vezes do Ministério Público e da Polícia Judiciária, rasgando o Tratado da Separação dos Poderes e o Estatuto de Independência das Magistraturas.
Para quem recorde o cuidado com que Durão Barroso sempre se esquivava a comentar quaisquer "grandes casos" levados a tribunal, argumentando, e bem, que Justiça e Executivo não se podem confundir, é possível ver quão baixo bateu o PSD.
Se a necessidade aguça o engenho, o desespero estimula a demagogia.

A alegria do Zé pelo amigo George


S'il existe un dirigeant européen sincèrement enthousiaste à l'idée d'accueillir le président des Etats-Unis la semaine prochaine à Bruxelles, c'est bien José Manuel Barroso. Le président de la Commission a tenu à le faire savoir, dès hier, à un groupe de journalistes européens. «Très sincèrement, George Bush est beaucoup mieux en privé qu'il n'apparaît à la télévision !» dit-il. «C'est un homme chaleureux, sympathique, spontané», confie José Manuel Barroso. «A la télévision, il peut sembler rigide, surtout pour un public européen, mais, je peux vous dire que dans les contacts personnels, il est beaucoup mieux.»
On l'aura compris, le président de la Commission européenne reçoit le président des Etats-Unis, mais aussi et surtout un ami. Les deux hommes s'appellent par leur prénom. «On s'est parlé plusieurs fois au téléphone ces derniers temps, raconte José Manuel Barroso. Il m'a notamment remercié pour les 200 millions d'euros que la Commission a débloqués pour l'Irak.»
Devenu président de l'exécutif européen, l'ancien premier ministre portugais doit faire oublier l'hôte du sommet des Açores, un rôle controversé, en pleine crise irakienne.
Ce n'est pas facile ; Barroso s'y emploie comme il peut. «Quand on dit que l'Irak a créé une division entre l'Europe et les Etats-Unis, je ne suis pas d'accord», explique-t-il. «C'est un sujet qui a divisé tout le monde, toutes les opinions publiques, chez nous en Europe, bien sûr, mais aussi aux Etats-Unis !» Autrement dit : sur l'Irak, il n'y a pas eu tant de différences transatlantiques qu'on ne le pense. «Arrêtons d'exagérer les clivages, de nous focaliser sur nos désaccords et mettons en valeur nos points communs avec les Américains, qui sont si nombreux», insiste le président de la Commission
”.

[in Le Fígaro]

j.marioteixeira@sapo.pt

Voto branco e voto nulo

Meter no mesmo saco os votos em branco e os votos nulos, são uma clara demonstração do quanto o voto em branco incomoda. São realidades distintas: uma coisa é o eleitor que não se dá à preguiça, levanta-se do seu sofá, e faz questão de exercer um direito com consciência cívica de que cumpre também um acto de responsabilidade social, e insere na urna o boletim em branco porquanto tem o direito a demonstrar o seu descontentamento para com quem se apresenta a votos. Outra coisa é o eleitor que rasura o boletim, ou manda "à merda" ou chama "filhos da puta" aos candidatos, que o faz por engano [no caso de rasura] ou por atitude de cobardia revanchista [no caso da injúria]. O voto em branco manifesta um desgosto, uma descrença, uma desilusão que é legítima e respeitável, por muito que custe a aceitar à classe política e a muitos analistas políticos com interesses partidários directos ou indirectos. Custa porque há uma cruel clareza no voto em branco: o atestado de incompetência e de falta de crédito à classe política em geral. E isso deve custar muito a engolir. Compreende-se.

Alternância

Findo os debates, onde cada um teve a oportunidade de explanar as suas ideias, de assumir compromissos perante a generalidade dos portugueses, assumo aqui a minha desilusão perante o PS. Certo sendo que só se desilude quem iludido está. Mas não posso deixar de lamentar que este PS está muito longe do que seria exigível a um partido de Esquerda com naturais ambições governativas, nas actuais circunstâncias. E muito, muito longe de quaisquer “novas fronteiras”. A fórmula além de repetida está gasta e sem crédito. O PS continua a ser alternância ao PSD e não alternativa, o que se manifesta por diversos sinais, tais como:
- PS e PSD, são os principais responsáveis pela governação dos últimos 25 anos, onde se permitiu a criação e sustentação de interesses corporativos e de monopólios que envergonham o carácter e a aspiração da nossa Constituição, que importam distorções num mercado que se deseja saudavelmente concorrencial, violando os direitos do cidadão enquanto consumidor. Qualquer um de nós para ter serviço fixo de telefone e/ou Internet não tem outra alternativa senão contratar com a PT. O mesmo se diga de quem quer ter energia eléctrica, tendo de contratar com a EDP. Acresce manutenção dos privilégios corporativistas das farmácias, cujo sistema de atribuição de alvarás continua a permitir autênticos caciques de clientelismo, à custa do sacrifício das populações. Em plena Europa do Mercado Livre!
- Ao PS e ao PSD deve-se a actual situação de falta de médicos em Portugal, pelo número exíguo de licenciaturas em medicina e a consequente falta de profissionais nos hospitais públicos, onde médicos espanhóis são contratados para disfarçar as carências. Em “compensação”, a prática privada da medicina vai muito bem.
- Ao PS e ao PSD deve-se a desadequação do Sistema de Ensino ao mercado de trabalho. A organização e hierarquização do ensino com vista ao equilíbrio entre a realização pessoal e as necessidades na nossa sociedade, não existem. Proliferam licenciaturas saturadas e estrangula-se as deficitárias.
O PS e o PSD, com os seus anos de governação ora separada ora conjunta, criaram e sustentaram [e sustentam] monopólios e distorções antidemocráticas, faltam à verdade e agem com inércia concertada, num claro desrespeito pela consciência e memória colectivas. E sobre isto, o silêncio a que se remetem indicia a ausência de autêntica mudança.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [ilusão]


A imagem transmite beleza, romantismo, e sugere contemplação. Nada mais falso. O rio tresanda, a sua água é turva e tingida consoante a descarga industrial do dia. Nas suas margens, o Parque das Termas partilha o ar contaminado pela devassidão do rio.
O Rio Vizela é igual a tantos outros do nosso país, e a sua ilusão repete-se vezes sem conta na lusa realidade.

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

The happy couple - cartoon


[Paul Zanetti, Austrália]

[in
Political Humor]

j.marioteixeira@sapo.pt

Vale a pena [XXIV]

Ler o post de Guilherme D`Oliveira Martins "EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE. AOS EDUCADORES!" no Casa dos Comuns.
A questão não é tanto o acordo ou desacordo com as orientações que defende, mas antes a iniciativa de abordar um tema por mais esquecido nesta época eleitoral.

O polígrafo


Aqui está uma sugestão para os próximos debates: o Polígrafo CAT-2.


j.marioteixeira@sapo.pt

O rumo do PS

"AGORA PORTUGAL VAI TER UM RUMO".
Portugal não precisa de quem lhe dê um rumo. Precisa é de quem saiba como e para onde navegar. Uma coisa é girar a roda de leme, qualquer um faz. Outra coisa é saber ler a carta, os astros e os ventos, e findos os debates não vislumbro quem.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [transparência II]

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Procura[va]-se!


Desapareceu da cena pública Jorge Fernando Branco de Sampaio, e nada se sabe do que tem feito em plena época eleitoral "convocada" por si mesmo.
[Publicado em 14.02.2005]

ADENDA:
Afinal de contas já deu notícias:
«Precisamos de políticos de alta qualificação, de enriquecer os partidos, precisamos de aumentar a transferência o 'accountability', e isso só se faz com pessoas altamente preparadas e formadas».
O povo deve comungar dessa ideia, principalmente acerca desse tal "accountability" que deve ser um tipo bestial.
Ainda bem que Jorge Sampaio veio falar da necessidade que temos de políticos mais qualificados, por 3 razões:
1 - Passa um mau atestado à actual classe política da qual ele faz parte, o que mostra sentido crítico;
2 - Traz uma grande novidade para a discussão pública, porque até hoje ninguém ousara dizer que estava insatisfeito com a actual classe política;
3 - Em plena campanha eleitoral reformula a ideia de Cavaco Silva acerca da Lei de Gresham, sendo que a mesma fez parte de um ataque ao Governo ora cessante.
Não foi Jorge Sampaio que disse há uns dias que um Presidente deve saber estar calado?

Kyoto, Liberdade, Democracia e Direitos Humanos

Para os EUA, pelos vistos é possível defender a Democracia no mundo, bem como os Direitos Humanos, ainda que o Planeta Terra continue a ser contaminado e os seus recursos esgotados.
Seria bom que da próxima vez que os EUA argumentassem com a Democracia, a Liberdade e os Direitos Humanos para invadir um qualquer país, a Comunidade Internacional lembrasse que ainda estão fora do Protocolo de Kyoto porque o mesmo é "contrário aos legítimos interesses da indústria norte-americana". Ou seja pode-se lutar pela Democracia, pela Liberdade e pelos Direitos Humanos ao mesmo tempo que se assassina a Terra onde vivemos.
Hoje que entra em vigor o Protocolo de Kyoto, devemos estar especialmente orgulhosos por ter estado ao lado dos EUA na Guerra do Iraque, porque tem toda a lógica. A boa lógica norte-americana, claro está.

O debate [II]

O abandono de Jerónimo de Sousa do debate de ontem foi o momento mais marcante: deixou de haver qualquer contradição à tendência vaidosa dos restantes participantes, além de que mostrou um lado bem mais pessoal e humano do que qualquer entrevista à "Caras" ou à "Visão".
O resto foi um acumular de argumentos de que o candidato comunista ganhou mais com o abandono do que ganharia com a participação, tal foi a qualidade final do debate.

O pudor [II]

O que ontem não houve durante o velório de Lúcia.
As figuras do jet-set a entrarem sob escolta e nem uma única oportunidade dada aos populares para se despedirem do seu ídolo. Onde estão os Bispos críticos do aproveitamento político da morte de Lúcia? Parecia haver pressa, como se houvesse urgência em retirar o corpo ao mito, transformando-o em alma redentora e veneranda.
Não houve pudor algum, e a Igreja Católica parece agir com consciência pesada, querendo desembaraçar-se de um qualquer peso.
O povo, esse serve para adorar, venerar, e de preferência para contribuir. Nada mais. Ficou visto: as cerimónias fúnebres pareciam andar a um ritmo que não colidisse com os interesses de campanha. Foi um péssimo momento da Igreja Católica.

Perspectivas [transparência]


Transparentia, qualidade do que é transparente. Qualidade rara. O Rio Vez tem.

j.marioteixeira@sapo.pt

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Coreia do Norte e o Programa de Defesa dos EUA

Mais um teste que fracassou.
Os EUA continuam a tentar aperfeiçoar o sistema de defesa anti-míssil, mas os percalços sucedem-se. O projecto tem tido o incondicional apoio da administração Bush, principalmente devido ao "argumento Coreia do Norte", mas os custos dos fracassos começam a dar razão aos críticos do Congresso que falam em desperdício de verbas:
"The nation's fledgling missile defense system suffered its third straight test failure when an interceptor rocket failed to launch Sunday night from its base on an island, leaving the target rocket to splash into the Pacific Ocean, the Pentagon said Monday.
The target rocket was launched from Kodiak, Alaska, at 9:22 p.m. Sunday (1:22 a.m. Monday, Eastern Standard Time), but the interceptor that was supposed to go up 15 minutes later remained on its pad in the Marshall Islands, the Missile Defense Agency at the Pentagon said. The target rocket fell into the ocean near Wake Island".
[...]
"The first group of land- and sea-based missiles and their associated systems will cost more than $7 billion. The overall missile defense program is expected to cost more than $50 billion over the next five years.
The Missile Defense Agency has now conducted 10 tests, scoring five early hits in what critics of the agency called scripted conditions. Six missiles are already in place in Alaska and 2 in California, with 10 more to be installed in Alaska this year, Mr. Lehner said.
Some members of Congress have called the missile program a waste of money and ineffective. But some support it, arguing that it is better to field even a limited system sooner rather than later, especially with North Korea's formidable missile arsenal and its embrace of nuclear weaponry
".

O pudor

Fátima representa um importante marco da Igreja Católica na Península Ibérica, congregando fiéis de todo o mundo. A construção do Santuário de Fátima e as obras que se encontram em curso denunciam, sem margem para dúvida, a importância que Fátima tem, suas aparições e seus segredos, os seus devotos, as suas procissões. E diga-se sem hipocrisia as suas esmolas e proventos. Porque Fátima também é isso: fonte de rendimento da Igreja.
A última protagonista do mistério de Fátima faleceu, mas quem visita o site oficial da Santa Sé não vislumbra qualquer referência ao caso. Convenhamos: as aparições de Fátima são um importante acervo dogmático da Igreja Católica. Um acervo de fé e de redenção, de agregação e de culto. Não faleceu apenas Lúcia: faleceu aquela que segundo está estabelecido pela própria Santa Sé, terá falado com Nossa Senhora, Mãe de Jesus Cristo!
A falta de pudor do PSD, do CDS e também do PS no aproveitamento da morte da Irmã Lúcia será criticável. Embora o uso de tal crítica com fins políticos/partidários também o é. Mas não estaremos também perante uma enorme falta de pudor quando se fala de Fátima, de crianças, de visões, de clausura, de medalhas, de crucifixos, de livros de oração, de excursões, de velas e de esmolas? Uma falta de pudor que nos leva a velar no silêncio as dúvidas, as críticas e as indignações?
A falta de pudor começa no pesado silêncio que se põe a tudo quanto importa perigo reflectir. E esse pesado silêncio é de culto, não acaba nas urnas como a campanha eleitoral.

Perspectivas [Inverno IX]


Rio Minho. Silêncio.

j.marioteixeira@sapo.pt

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Estado caloteiro

A dívida do Estado em sede de defesas oficiosas ascende aos 14 Milhões de Euros, e ao contrário do que foi assumido, não se vislumbra efectivo pagamento.
É fácil legislar, assegurando-se direitos e garantias, se depois não há qualquer cuidado em pagar. É muito fácil. Mesmo porque depois em quem tem a receber é que fica com o problema em mãos. O Estado, esse é intocável. Mas talvez não: a Ordem dos Advogados pondera intentar uma acção judicial contra o Estado português, como se pode confirmar aqui.

O saque

O CDS-PP insiste na sua publicidade de folhetim em fazer sua a bandeira do fim do Imposto Sucessório, medida essa anunciada por Durão Barroso em Abril de 2003, como se pode ver aqui.
O fim daquele imposto é apresentado como um dos principais exemplos do trabalho do CDS-PP, tornando evidente o que era de esperar: após a separação com um pré-acordo de reatamento, o "património" está a saque, como quase sempre fica quando não se cuidam das partilhas e a ganância é grande.

Notas avulsas [II]

1 - Qualquer pessoa que siga a campanha apenas pelos canais de televisão, fica com a ideia clara que a campanha se resume a troca de piropos e de acusações. É este o serviço de informação que temos, em que jornalistas fazem queixinhas e denúncias do que os outros andam a dizer, na busca de uma réplica que sirva de falatório. Esta atitude generalizada dos canais de televisão não pode ser mera coincidência.
2 - José Sócrates ainda não percebeu que só ajuda Santana Lopes falando dele. Réplicas e tréplicas apenas servem para fazer o jogo do adversário de modo a que seja dada relevância não ao que está mal e ao que é necessário fazer, mas antes às "bocas" e aos exercícios de "vitimização". Fazer o jogo do adversário, alimentando a fome da comunicação social por "tricas e dicas" é, lamentavelmente, revelador.
3 - O falecimento da Irmã Lúcia foi divulgado pela Igreja Católica com especial sobriedade e reserva. Em vão.
4 - Militantes e simpatizantes do PSD que eu conheço, revelam uma particular tendência para reafirmar o seu voto naquele partido desde o regresso de António Guterres à lide pública. Porque será?
5 - Nos EUA os jornais declaram publicamente o seu apoio aos candidatos presidenciais. Assim foi nas últimas eleições norte-americanas. Em Portugal os jornais não apoiam candidatos ou partidos, pugnando por uma posição de neutralidade e de dever de informação objectiva. Mas estranhamente surgem notícias falsas que atingem directamente ou partidos ou candidatos, transformando convicções / suspeitas, em factos.

Perspectivas [solidez]


O regresso ao Rio Lima e à ponte metálica de Viana do Castelo, para relembrar uma ideia básica: a travessia segura de um rio exige à ponte sustentação sólida.

j.marioteixeira@sapo.pt

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Europa a 60 Euros!

Toda a informação no Portal da TAP.
São as comemorações dos 6o anos da TAP Portugal. Para quem anda a dizer que se pudesse pirava-se daqui para fora, esta é uma bela oportunidade.

Um paradigma chamado Jerónimo

Quando o seu nome surgiu como provável substituto de Carlos Carvalhas, as reacções não se fizeram esperar, chegando mesmo ao cúmulo de se atentar para o facto de vir do operariado e não do sector intelectual do PCP. Criou-se depois a convicção que a sua eleição representava um maior radicalismo do PCP. Sem esquecer as imagens dos seus passos de dança à época em que foi candidato presidencial da CDU. E já eleito, começaram as apreciações de personalidade: irascível, instintivo, radical, ortodoxo, etc.
A verdade é que até agora ninguém ousa criticar o seu desempenho nas actuais eleições, bem pelo contrário: o silêncio que tem sido feito à volta do seu nome revela o desconforto pela prestação de Jerónimo de Sousa bem acima daquilo que era esperado [depressa fazendo "esquecer" Carlos Carvalhas]. Excepção feita a Pacheco Pereira, quer no Abrupto quer no Público, o que revela que é a Esquerda dita moderna que pelos vistos nem tido menor capacidade de lidar com o caso.
O exemplo do Secretário-geral é abrangente e revela não só as convenientes precipitações de avaliação numa sociedade em que a informação é avaliada ao segundo, tentando fazer análise em tempo real, como também ilustra o desconforto que o PCP ainda causa por teimar em sobreviver.

Vale a pena [XXIII]

Ler "A (pouca) vergonha da co-incineração do PS" de José A. Martins, no Briteiros.
Uma coisa parece ser politicamente certa: a co-incineração não prejudica o ambiente dos outros.

Democratas de Nova Iorque afastam pena de morte

A maioria democrata da Assembleia Estadual, afastou a possibilidade de ser recuperada a Pena de Morte para o Estado de Nova Iorque, num importante contributo para a consolidação dos Direitos Humanos nos EUA:
"A solid majority of Democrats in the State Assembly now oppose resurrecting the death penalty, including key leaders who voted for the law in 1995, making it more likely that it will not be revived, according to lawmakers on both sides.
After two months of hearings into the issue, the chairman of the Assembly Codes Committee, Joseph R. Lentol, said on Thursday that he now supported life without parole instead of restoring the death penalty, for which he voted in 1995. The Assembly speaker, Sheldon Silver, said he would not be cowed into having the Assembly vote on restoring the death penalty, despite pressure from Republicans
".

Vale a pena [XXII]

Ler "DOIS MUNDOS" de Paheco Pereira, no Abrupto.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Inverno VIII]



Toada da Ponte da Barca

ÓPonte da Barca! Ó Ponte
Onde estrelas, lá de cima
Parecem pregar à Terra
As águas do rio Lima!
ÓPonte da Barca! Ó Ponte
Onde o meu amor passou
Ponte, que lhe fizeste?
Foi-se à tarde... e não voltou!
ÓPonte da Barca! Ó Ponte
Que por ti, a eterno mando
A flor passe, indo-se embora
Volte a Alegria, ficando.
[António Correia de D`Oliveira]

j.marioteixeira@sapo.pt

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

A vil verdade [reeditado e actualizado]

A notícia avançada ontem pelo Público, e posteriormente desmentida, acerca da convicção de Cavaco Silva quanto a uma maioria absoluta por banda do PS, qualquer que seja a verdade, revela especial violação de deveres de conduta.
Se é verdade, a atitude de Cavaco Silva comporta uma inaceitável traição partidária. A ser mentira, o Público não poderá esconder a fonte de tal "informação" sob pena de agir em conluio com repugnantes propósitos políticos.
Todavia, não deixa de ser interessante o aproveitamento político, propósito para o qual estes casos têm sempre utilidade, não importa o seu sentido, com o intuito, directou ou indirecto, de atacar Santana Lopes e de desacreditar o PSD. O que necessarimente dá eficácia real à "notícia", não importando se é verdadeira ou falsa, mas sim útil.
[Editado em 09.02.2005]

ADENDA:

A Direcção do Público emitiu hoje a seguinte nota:

"A notícia "Cavaco Silva aposta em maioria absoluta do PS" suscitou um conjunto de reacções que obrigam aos seguintes esclarecimentos e correcções:
1. É verdade, como se lê na nota enviada pelo antigo primeiro-ministro à Agência Lusa, que este não fez "qualquer declaração ou comentário sobre o processo eleitoral em curso". A notícia do PÚBLICO, que procurava enquadrar a recusa de seu envolvimento nesta disputa eleitoral relacionando-a com as eventuais ambições presidenciais, vinha a ser trabalhada há várias semanas e resultou do cruzamento de várias fontes. Foi paginada naquele dia porque o tema das presidenciais entrara na véspera na campanha eleitoral. Contudo, ao falar das intenções de Cavaco Silva sem que este tivesse tomado qualquer posição pública, a notícia permitia um desmentido nos termos do de ontem.
2. A direcção editorial do PÚBLICO reconhece que fez uma má escolha do título de capa ao optar pela expressão "aposta em", expressão ambígua a meio caminho entre o "prevê" e o "apoia". Deste caso também retira que se devem respeitar os silêncios dos políticos: as convicções jornalísticas sobre as suas intenções ou desejos, mesmo as melhor fundamentadas, devem ser apenas objecto de textos de análise ou de comentário. Ao fazer delas título de primeira página o PÚBLICO errou. Pelo facto pede desculpa aos leitores
".

Três breves notas:

1 - Apesar de se tratar de um certo reconhecimento de culpa, esta nota erra num aspecto fulcral: tenta conciliar o facto de não ser verdade que Cavaco Silva tivesse sequer comentado o que quer que fosse, com a distinção entre "aposta", "prevê" e "apoia". Não bastasse o péssimo exemplo de jornalismo ainda tenta desviar a questão para uma má opção de vocabulário.

2 - A sua redacção aproveita o claro e manifesto sentimento anti-Santana Lopes que se vive, para contar com alguma compreensão e benevolência que em outra ocasião jamais se manifestaria. O que está em causa é a postura de um jornal e não um juízo de valor camuflado acerca de Santana Lopes.

3 - Estas eleições mostram não só o que vai de mal na política mas também na comunicação social, a começar por aqueles que deveriam ser uma referência.

j.marioteixeira@sapo.pt

Défice - cartoon

O Processo "Coreia do Norte"

"In a surprising admission, North Korea's hard-line Communist government declared today that it has nuclear bombs and that it will boycott United States-sponsored regional talks designed to end its nuclear program, according to a North Korean Foreign Ministry statement transmitted today by the reclusive nation's wire service.
Pyongyang said it has "manufactured nukes for self-defense to cope with the Bush administration's undisguised policy to isolate and stifle" North Korea, and that it will "bolster its nuclear weapons arsenal".
[...]
A política externa norte-americana tem pela frente um intrincado processo de negociação. Desta vez os EUA encontram-se perante um aliado da China o que obriga a maiores cuidados diplomáticos.
Independentemente da evolução do caso, desde já se constata algo que merece reflexão: um país que depende da ajuda internacional e onde a fome e a miséria grassam, o que dizer deste empenho/investimento em armamento nuclear por banda do governo norte-coreano?

Carlos & Camila: casamento civil a 8 de Abril


"
After years of speculation and denial about their relationship, Clarence House announced this morning that the Prince of Wales will marry his lover, Camilla Parker Bowles.
The couple will marry on Friday April 8 in a civil ceremony at Windsor Castle, Clarence House confirmed. The wedding will be followed by a service of prayer and dedication in St George's Chapel, at which the Archbishop of Canterbury will preside.
The issue of whether Mrs Parker Bowles could ever become Queen Camilla has been central to debate about whether she and Charles would marry. Today, Clarence House said that, when Charles becomes King, she will be known as the Princess Consort
".

[in
Guardian]

Haja mulher "consorte"!

j.marioteixeira@sapo.pt

Audire [IV]

Vendedor ambulante, bradando de modo roufenho o seu negócio, na esquina da Rua D. Afonso Henriques, no lugar da Areosa, Gondomar:
- "Ó Dona, ó dona, oito pilhas a um Íro! Faz sempre jeito! Oito Pilhas a um Íro!"

j.marioteixeira@sapo.pt

Santa Escolástica


Hoje é dia de invocar Stª Escolástica, falecida no Ano de 543 DC em Itália, irmã gémea de São Bento, fundadora do ramo feminino da Ordem Beneditina [Irmãs Beneditinas].
Conta a tradição que quando faleceu, São Bento testemunhou a alma da sua irmã ser conduzida a Deus.

j.marioteixeira@sapo.pt

Perspectivas [Ponte da Amizade]


Confrome prometido ontem, aqui está ela, numa perspectiva nocturna, unindo as duas margens do Rio Minho, unindo Portugal a Espanha. Fisicamente falando. Ou será mau prenúncio?

j.marioteixeira@sapo.pt

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Aumento dos limites do multibanco

Estarei enganado se achar que isto é um estímulo ao famigerado consumismo das famílias portuguesas?

The Guildford Four

"Tony Blair today apologised to the 11 people wrongfully imprisoned for the IRA bomb attacks in Guildford and Woolwich in 1974.
"I am very sorry that they were subject to such an ordeal and injustice," he told members of the Conlon and Maguire families.
"That is why I am making this apology today - they deserve to be completely and publicly exonerated."
Mr Blair had been expected to make the apology in the House of Commons in reply to a question from the nationalist MP Eddie McGrady.
However, the Speaker, Michael Martin, decided not call the Social Democratic and Labour MP to speak during question time.
Arriving at Westminster this morning, Gerry Conlon called on Mr Blair to remove the "stain on the character of British justice" by apologising for his wrongful imprisonment.
Gerry Conlon was one of four people - the others being Paddy Armstrong, Paul Hill and Carole Richardson - arrested in 1974 and wrongfully jailed for an IRA bomb attack on the Horse and Groom pub in Guildford. The blast killed five people - four soldiers and a civilian.
The four prisoners became known as the Guildford Four.
Gerry Conlon's father and members of Annie Maguire's family were also later arrested and jailed for the attack and other bombings in Woolwich, south-east London following confessions extracted by the police that allegedly identified them as being involved.
Relatives of Mr Conlon and his father, Guiseppe, have been seeking a public apology for the miscarriage of justice after a letter from the British government to the SDLP leader, Mark Durkan, privately acknowledged the wrong done to the family. Guiseppe Conlon, who had a history of bronchial problems, died in prison while serving his sentence, in January 1980"
.
[...]

[in Guardian]

A injusta condenação da família Giuldford deu mote em 1993 a uma soberbo filme chamado "In the name of the Father", baseado no livro do próprio Gerry Colon "Proved Innocent", realizado e produzido por Jim Sheridan e com as interpretações de Daniel Day-Lewis, Pete Postlethwaite, Emma Thompson, John Lynch e Corin Redgrave.

j.marioteixeira@sapo.pt

Ecos dos EUA

"As numerous companies across the country withdraw retiree medical and dental benefits while others switch to less generous retirement plans, many aging workers who had expected to ease comfortably out of the labor force in their 50's and early 60's are discovering that they do not have the financial resources to support themselves in retirement. As a result, a lot more of them are returning to work.
Since the mid-1990's, older people have become the fastest-growing portion of the work force. The Labor Department projects that workers over 55 will make up 19.1 percent of the labor force by 2012, up from 14.3 percent in 2002.
Until recently, most economists said that older people were being lured back into the labor force largely because of opportunities growing out of the vibrant economy of the 1990's. But these days, they say, many such Americans are being drawn to work out of necessity rather than choice.
As the nation gears up for a fundamental debate over the future of Social Security, these circumstances hint at potential changes in the federal program that supports more than 40 million elderly Americans
Just as companies are seeking ways to reduce their roles in financing former employees in retirement, many economists say that the Social Security program should also scale back in response to the aging of the population.
Some have pointed out that continuing to raise the official retirement age in step with increases in Americans' average longevity could probably guarantee Social Security's solvency forever
".
[...]
Nos EUA, o problema da sustentação económica e financeira das reformas está a suscitar um profundo debate. O mesmo que irá surgir necessariamente em Portugal, quando opções tiverem de ser feitas entre as contas da Segurança Social e as opções de recurso a planos de poupança.