António Amen: a fotografia e o Porto
Para quem gosta da cidade do Porto e de fotografia, de beleza, luz e cor, é uma passagem obrigatória para explorar este sítio.
j.marioteixeira@sapo.pt
[Blogue criado em 23 de Março de 2004]
Pelas declarações proferidas por Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Gomes da Silva e Paes do Amaral mentiram.
A maioria parlamentar que sustenta o governo escudou o Ministro dos Assuntos Parlamentares e recusou-se a ouvir Marcelo Rebelo de Sousa. Porque certamente sabiam o que se escondia por trás dos pruridos e das birras com que tentavam sacudir a água do capote.
Depois do golpe de Marcelo Rebelo de Sousa abandonar a TVI e obrigar a vir à rua Pedro Santana Lopes, as suas declarações à Alta Autoridade para a Comunicação Social foram o seu último movimento para xeque-mate. Digno de um Mestre, que o é.
Duas coisas podem vir a ficar claras: um ministro e uma maioria parlamentar mentiram e um governo chantageou. Podem.
Ora, se isto é o regular funcionamento das instituições democráticas o P.R. nada terá de fazer. Se não for o regular funcionamento das instituições democráticas, o P.R. dificilmente fará alguma coisa.
O mesmo vale dizer que este é um momento mau para o governo, tão mau quanto ele próprio é. Mas é um momento, e é o governo que temos e que continuaremos a ter. Um governo embora indigitado mas suportado por uma maioria parlamentar eleita democraticamente e com a confiança de um P.R. eleito democraticamente. E isto, para um democrata, é que o mais custa saber.
j.marioteixeira@sapo.pt
“Stepping up the heated battle of online search and services, Yahoo Inc. and Adobe Systems Inc. have joined forces to tap each others' customers and put Web search features into Adobe's popular Acrobat Reader software.
The broad strategic relationship to be announced Monday is Sunnyvale, California-based Yahoo's latest maneuver against chief rivals Google Inc. and Microsoft Corp. in the fight to become the gateway of search and Web access on as many desktops as possible”. […]
[in CBS]
Eficácia, ganhos e rapidez, são os argumentos do costume no contínuo movimento de concentração global: da riqueza, dos meios, das oportunidades, etc…
j.marioteixeira@sapo.pt
[foto da CBS]
Faz hoje 2 anos que a ocupação do teatro russo por rebeldes tchetchenos, que detinham há três dias cerca de 700 reféns, acabou do pior modo: 120 reféns russos morreram devido ao desastroso assalto levado a cabo pelas forças especiais russas, que utilizaram gás. Alguns dos reféns ainda hoje sofrem sequelas devido ao envenenamento a que foram sujeitos.
As eleições norte-americanas, desde há muito, que dizem respeito não só aos EUA como a todo o mundo. Ainda mais agora que os EUA são os “polícias do mundo”, reinando sem rival após o colapso soviético e com a adopção da "guerra preventiva".
Desde o início da campanha eleitoral até ao presente momento, que se assistiu a uma interessante rotação no sentido da informação em geral, tendo a guerra do Iraque como pano de fundo: a diabolização já não se Saddam Hussein mas de George Bush.
O actual presidente norte-americano não me convence, como nunca me convenceu. Acho mesmo que se comporta como uma marioneta de interesses difusos aos do próprio povo norte-americano. Mas eu não sou norte-americano, e certamente ele terá convencido eleitores suficientes a votar nele e, possivelmente, terá outros tantos dispostos a votarem novamente. Nada me espantaria que Bush venha a ganhar as eleições novamente, não apenas por Bush mas também por Kerry. O candidato democrata além de não ser abonado em termos de fisionomia [o que em princípio não deveria ter qualquer valor mas tem, e sabe-se que tem], demorou algum tempo, tempo demais, a definir concretamente a sua postura em relação à guerra do Iraque e do papel dos EUA quer nos processos do Médio-Oriente quer em relação à própria América Latina. Aliás, o continente sul-americano tem vindo a ser tratado à margem da actual campanha eleitoral [por força da actual conjuntura de guerra e de crise petrolífera], muito embora seja, no seu conjunto e pela proximidade a área do globo em que o intervencionismo norte-americano ou a sua falta mais se faz sentir.
A importância dos debates televisivos nas eleições norte-americanas tem o seu peso, é indubitável. Não se poderá é fazer tábua rasa, afirmando-se, como genericamente tem vindo a ser feito, que a vitória nos debates é a garantia da vitória nas eleições. Relembre-se as últimas eleições: Gore este muito acima de Bush durante os debates televisivos e no entanto foi Bush que ganhou a Casa Branca. E o mesmo acontecera já antes em outras eleições.
Acresce que a campanha eleitoral não termina nos debates televisivos. Estes, sim, é que terminaram. O resto da campanha segue para as ruas, para os palanques e comícios, rumo ao ainda longínquo dia 2 de Novembro. Ao mesmo tempo que a máquina de cada candidatura negoceia apoios de sindicatos, associações cívicas e tudo o mais que seja massa eleitoral, além de "informações" acerca do adversário.
Daí que seja discutível a “estupidez” a que se refere Vital Moreira no Causa Nossa, quando sustentada apenas em relação aos debates. Em 1980, Ronald Reagen ganhou claramente o debate frente a Jimy Carter a uma semana do fim da campanha. Todavia, em termos programáticos quer de política interna quer de política externa, o candidato norte-americano apresentava-se com muito maior sustento. A julgar em termos de debate, o povo norte-americano teria, então, escolhido bem em eleger Ronald Reagen.
Por fim, uma citação:
“For all the macho posturing of the past weeks, then, the night ended with the two men trying to show America their vulnerable, funny side. They were strong men, they told us, but they were sensitive too, and they each wanted America to be their woman. In less than three weeks — by the grace of the much-invoked God and the state ballot systems — our long national courtship will finally be over.”
[in Time]
Adenda: ler também o artigo de José Pacheco Pereira "Ele há momentos" no Abrupto, embora com alguns outros sentidos.
Segunda Adenda: no 7º parágrafo, onde se lê "candidato norte-americano" leia-se "candidato democrata".
O governo já definiu na sua agenda política, como objectivo claro, o fim das auto-estradas sem custos para os utilizadores, defendendo antes o Princípio do utilizador-pagador, por achar que é socialmente mais justo e financeiramente mais equilibrado.
Passemos, por ora, um pouco à frente da discussão acerca do mérito de tal postura para lançar uma interrogação: aplicado que seja o Princípio do utilizador-pagador, em todas as auto-estradas, poderão tais utilizadores serem, finalmente, tratados como tal?
Vejamos, existem 3 grandes grupos de receitas públicas:
1 - As receitas patrimoniais: que se reportam a receitas voluntárias, resultantes de obrigações voluntariamente assumidas pelos cidadãos, como é o caso o produto da alienação de património do Estado.
2 – As receitas creditícias: reportam-se a empréstimos contraídos pelo Estado para vários fins, tais como para cobrir défices orçamentais ou de tesouraria.
3 – As receitas tributárias: que são de carácter coactivo, resultantes de imposição legal, que resultam da ideia que o benefício da actividade financeira do Estado é para todos, logo todos terão de contribuir para a cobertura das despesas que origina. Dentro destas receitas, temos:
I) Os impostos: prestações coactivas unilaterais, impostas a quem preenche certos requisitos legais, para a realização de fins públicos, sem qualquer carácter sancionatório.
II) As taxas: são também prestações coactivas unilaterais mas que só são exigidas a quem aproveita uma dada vantagem ou utilidade pelo fornecimento de um certo bem/serviço ou uma remoção de um certo limite jurídico à sua actividade. Logo, ao contrário dos impostos, as taxas implicam uma contrapartida efectiva para quem as paga.
III) As contribuições especiais: pagamentos exigidos pelo Estado a quem usufrua de uma dada vantagem indirecta reflexamente auferida.
Ora, o facto de se pagar portagem, reflecte o pagamento da contraprestação de um serviço: poder circular numa via rodoviária com as condições físicas e os requisitos de segurança necessários a uma velocidade máxima de 120 Km/hora, com estações de serviço e de reabastecimento bem como de áreas de descanso. Ou seja, a taxa é, ou deveria ser, fixada pelo bem/serviço fornecido e na sua proporção.
Todavia, o que acontece não é isso. Independentemente de haver ou não a contraprestação do serviço, a taxa é sempre cobrada sem qualquer correcção: não importa se existem obras que obriguem a circular a baixa velocidade ou estar mesmo parado em plena auto-estrada, ou se a deficiente drenagem obriga a que em tempos de chuva se seja obrigado a circular sobre os chamados lençóis de água.
Temos, assim, que apesar de muitas vezes o utilizador não usufruir do serviço/bem a que tem direito é forçado apagar, ou seja como se de um imposto, e não de uma taxa, se tratasse.
Pela mesma lógica alguém poderia entrar num hospital, não ser atendido porque os médicos estão de greve ou por qualquer outra razão e, mesmo assim, ter de pagar a taxa moderadora, independentemente de qualquer contrapartida.
Terá este governo a preocupação de, uma vez por todas, acabar com estas, e outras, imposições ilegais que vão grassando neste país, uma vez que está tão preocupado em levar por diante a sua batalha reformista em nome da justiça social, da transparência e da verdade?
j.marioteixeira@sapo.pt